Promovido à equipa principal do Palmeiras por Luiz Felipe Scolari, Paulo Assunção deparar-se-ia com uma forte concorrência no meio-campo. Ainda assim, e com o internacional César Sampaio a ter a primazia para o lugar de “trinco”, as oportunidades conseguidas na temporada de 1999, seriam suficientes para merecer a atenção da Confederação Brasileira de Futebol. Integrado nos trabalhos dos sub-20, o jogador, com a respectiva comitiva “canarinha”, atravessaria o Oceano Atlântico e veria um torneio disputado em Portugal tornar-se numa espécie de premonição. Nesse sentido, por “empréstimo” do emblema paulista, o médio acabaria a representar o FC Porto de 2000/01. Mesmo a treinar com o plantel sob a alçada de Fernando Santos, a referida campanha passá-la-ia a disputar os desafios do conjunto “B”. Contaria, sem entrar em campo, com uma única passagem pelo “banco” da equipa principal. Todavia, e mesmo sem ter conseguido convencer os responsáveis pelo emblema portista, o traquejo ganho na passagem pela “Cidade Invicta”, faria com o regresso ao Palestra Itália desse um forte ímpeto à sua caminhada.
Com o crescimento revelado, 2002 levaria o atleta a ser visto como uma das figuras em ascensão no Palmeiras. O crescimento demonstrado no retorno ao Brasil, faria com que o Nacional da Madeira, com a aproximação do “mercado de Inverno” de 2002/03, visse em Paulo Assunção um reforço seguro. Como elemento do plantel a cargo de José Peseiro, o médio-defensivo rapidamente assumiria um lugar de relevo no esquema táctico desenhado pelo treinador. Na campanha seguinte, já sob a alçada de Casemiro Mior, o “trinco” manteria a importância no “onze” e terminaria a época como uma das principais figuras do 4º lugar alcançado no Campeonato Nacional 2003/04.
Ao destacar-se como um futebolista tacticamente evoluído, capaz de executar transições ofensivas e com uma enorme presença em todas as acções defensivas da equipa, Paulo Assunção voltaria ao “radar” do FC Porto. Época e meia depois do regresso a Portugal, o horizonte do centrocampista parecia, novamente, pintar-se de “azul e branco”. Todavia, tal como da primeira passagem, o intuito de integrar o plantel principal acabaria por escapar aos objectivos do atleta. Após assinar o vínculo laboral, sem espaço no grupo de trabalho, o jogador seria encaminhado para um “empréstimo”. Ao juntar-se a Bruno Alves no AEK de Atenas, voltaria também a reencontrar-se com o técnico Fernando Santos. Esse período passado na Grécia, com a titularidade garantida, serviria para alimentar positivamente a sua evolução e, com uma base sólida, garantir a afirmação do jogador no Estádio do Dragão.
Transformado num dos esteios do FC Porto, Paulo Assunção começaria a engrossar o currículo. Campeão Nacional nas 3 temporadas disputadas pelo emblema nortenho, também a vitória na edição de 2005/06 da Taça de Portugal passaria a figurar no seu palmarés. Tais prestações, com as várias participações na “Champions” a ajudar ainda mais à valorização do médio, levariam outros emblemas a irem no seu encalço. Ora, já com o Atlético de Madrid assumidamente interessado no atleta e a renovação com os “Dragões” num impasse, o impensável ocorreria – “Saí do Olival e vieram cinco indivíduos e disseram-me que se não renovasse até quarta-feira levava um tiro no joelho, eu expliquei que as coisas não são assim. Depois, saí dali e fui directo à polícia, enquanto eles me perseguiam de carro. Isso transtornou-me e perdi a confiança”*.
O episódio levaria Paulo Assunção a decidir-se, em definitivo, pela partida. Ao abrigo da Lei Webster, rescindiria com o FC Porto e, com início da ligação na campanha de 2008/09, passaria a representar o Atlético de Madrid. Nos “Colchoneros”, onde partilharia o balneário com Seitaridis, Maniche ou Simão Sabrosa, o médio manteria os níveis exibicionais bem elevados. Seria também durante o tempo passado na capital espanhola que, mais uma vez, voltaria a ser veiculado para a equipa nacional portuguesa. Depois de, em 2008 e ainda com Luiz Felipe Scolari como seleccionador, ter visto o seu nome associado a uma possível convocatória lusa, a imprensa desportiva, com o Mundial de 2010 a abeirar-se, voltaria a pô-lo como um dos hipotéticos arrolados à “camisola das quinas”. Tal internacionalização nunca viria a acontecer. Porém, mesmo sem a passagem por um grande evento de selecções, a verdade é que o palmarés do jogador, enquanto elemento do conjunto madrileno, continuaria a somar troféus. As vitórias nas edições da Liga Europa de 2009/10 e de 2011/12 transformar-se-iam em momentos icónicos. Para compor um ramalhete já bem colorido, a sua carreira acabaria também por contar com os triunfos na Supertaça da UEFA de 2010/11 e na Copa del Rey de 2009/10.
Já numa fase descendente do seu percurso competitivo, Paulo Assunção envergaria ainda as camisolas do São Paulo, do Deportivo La Coruña e dos gregos do Levadiakos. Daria por terminado o percurso enquanto atleta em 2014, já depois de findada a experiência helénica. Durante vários anos viveria afastado das lides futebolísticas, para, nesta época de 2021/22, assumir-se como treinador nos “distritais” da Associação de Futebol do Porto, ao serviço do FC Pedroso.
*retirado do artigo publicado em www.rtp.pt a 26/01/2009
Com o crescimento revelado, 2002 levaria o atleta a ser visto como uma das figuras em ascensão no Palmeiras. O crescimento demonstrado no retorno ao Brasil, faria com que o Nacional da Madeira, com a aproximação do “mercado de Inverno” de 2002/03, visse em Paulo Assunção um reforço seguro. Como elemento do plantel a cargo de José Peseiro, o médio-defensivo rapidamente assumiria um lugar de relevo no esquema táctico desenhado pelo treinador. Na campanha seguinte, já sob a alçada de Casemiro Mior, o “trinco” manteria a importância no “onze” e terminaria a época como uma das principais figuras do 4º lugar alcançado no Campeonato Nacional 2003/04.
Ao destacar-se como um futebolista tacticamente evoluído, capaz de executar transições ofensivas e com uma enorme presença em todas as acções defensivas da equipa, Paulo Assunção voltaria ao “radar” do FC Porto. Época e meia depois do regresso a Portugal, o horizonte do centrocampista parecia, novamente, pintar-se de “azul e branco”. Todavia, tal como da primeira passagem, o intuito de integrar o plantel principal acabaria por escapar aos objectivos do atleta. Após assinar o vínculo laboral, sem espaço no grupo de trabalho, o jogador seria encaminhado para um “empréstimo”. Ao juntar-se a Bruno Alves no AEK de Atenas, voltaria também a reencontrar-se com o técnico Fernando Santos. Esse período passado na Grécia, com a titularidade garantida, serviria para alimentar positivamente a sua evolução e, com uma base sólida, garantir a afirmação do jogador no Estádio do Dragão.
Transformado num dos esteios do FC Porto, Paulo Assunção começaria a engrossar o currículo. Campeão Nacional nas 3 temporadas disputadas pelo emblema nortenho, também a vitória na edição de 2005/06 da Taça de Portugal passaria a figurar no seu palmarés. Tais prestações, com as várias participações na “Champions” a ajudar ainda mais à valorização do médio, levariam outros emblemas a irem no seu encalço. Ora, já com o Atlético de Madrid assumidamente interessado no atleta e a renovação com os “Dragões” num impasse, o impensável ocorreria – “Saí do Olival e vieram cinco indivíduos e disseram-me que se não renovasse até quarta-feira levava um tiro no joelho, eu expliquei que as coisas não são assim. Depois, saí dali e fui directo à polícia, enquanto eles me perseguiam de carro. Isso transtornou-me e perdi a confiança”*.
O episódio levaria Paulo Assunção a decidir-se, em definitivo, pela partida. Ao abrigo da Lei Webster, rescindiria com o FC Porto e, com início da ligação na campanha de 2008/09, passaria a representar o Atlético de Madrid. Nos “Colchoneros”, onde partilharia o balneário com Seitaridis, Maniche ou Simão Sabrosa, o médio manteria os níveis exibicionais bem elevados. Seria também durante o tempo passado na capital espanhola que, mais uma vez, voltaria a ser veiculado para a equipa nacional portuguesa. Depois de, em 2008 e ainda com Luiz Felipe Scolari como seleccionador, ter visto o seu nome associado a uma possível convocatória lusa, a imprensa desportiva, com o Mundial de 2010 a abeirar-se, voltaria a pô-lo como um dos hipotéticos arrolados à “camisola das quinas”. Tal internacionalização nunca viria a acontecer. Porém, mesmo sem a passagem por um grande evento de selecções, a verdade é que o palmarés do jogador, enquanto elemento do conjunto madrileno, continuaria a somar troféus. As vitórias nas edições da Liga Europa de 2009/10 e de 2011/12 transformar-se-iam em momentos icónicos. Para compor um ramalhete já bem colorido, a sua carreira acabaria também por contar com os triunfos na Supertaça da UEFA de 2010/11 e na Copa del Rey de 2009/10.
Já numa fase descendente do seu percurso competitivo, Paulo Assunção envergaria ainda as camisolas do São Paulo, do Deportivo La Coruña e dos gregos do Levadiakos. Daria por terminado o percurso enquanto atleta em 2014, já depois de findada a experiência helénica. Durante vários anos viveria afastado das lides futebolísticas, para, nesta época de 2021/22, assumir-se como treinador nos “distritais” da Associação de Futebol do Porto, ao serviço do FC Pedroso.
*retirado do artigo publicado em www.rtp.pt a 26/01/2009
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