Depois da passagem pelas “escolas” do Sporting de Braga, a mudança para o Sporting Clube de Portugal, por razão do ingresso na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, alimentaria os últimos passos da sua formação desportiva. À derradeira temporada nos juniores dos “Leões”, corresponderia também a sua estreia pelos sub-18 de Portugal. Porém, mesmo ao auferir do estatuto de jovem internacional, a verdade é que José Manuel Delgado não conseguiria convencer os responsáveis técnicos da colectividade “alfacinha” a promovê-lo ao plantel principal. Com os “Verde e Branco” à procura de guardiões mais experientes, a sua saída de Alvalade levá-lo-ia até ao plantel de 1976/77 do Montijo e, em simultâneo, aos primeiros passos como sénior e à estreia no escalão máximo português.
Mesmo sem conseguir agarrar a titularidade de forma inequívoca, e confirmada a descida do emblema da Margem Sul no final da campanha referida no parágrafo anterior, outros clubes surgiriam como interessados na sua contratação. A acompanhar a nova mudança que, mais uma vez, faria o atleta atravessar o Rio Tejo, a chamada aos sub-21 conduzi-lo-ia à edição de 1977 do Torneio de Toulon. Aliás, as convocatórias para os trabalhos das jovens equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol continuariam a cevar o seu potencial. No contexto clubístico, as 4 temporadas no plantel do Belenenses, ainda que de forma progressiva, começariam a cimentá-lo como um guarda-redes de cariz primodivisionário. Já as 2 últimas épocas no Restelo, tornar-se-iam, sem grande dúvida, no melhor período da carreira do guardião e a prová-lo, mesmo sem entrar em campo, chegariam as convocatórias à selecção “A”.
Depois da campanha de 1981/82 com as cores do Portimonense, mantendo-se Delgado como uma das figuras do Campeonato Nacional, seria a vez de outro “grande” acabar por abrir as portas ao guarda-redes. No Benfica, com uma época pelo meio ao serviço do Farense, o jogador manter-se-ia por diversas temporadas. Todavia, para seu azar, na passagem pela “Luz” teria de enfrentar uma forte concorrência. A presença no plantel de um dos melhores guarda-redes da história “encarnada”, empurraria o jogador para o banco de suplentes e para um episódio bem caricato – “Durante quatro anos joguei poucas vezes, apenas quando o Bento, que era titular indiscutível, estava lesionado. Curiosamente, tenho uma história com o Pál Csernai, que foi meu treinador na temporada 84/85. Um dia ele chamou-me e através do seu intérprete disse-me o seguinte: «estou muito satisfeito contigo, és um excelente guarda-redes. Mas para seres titular aqui tens de esperar que o Bento tenha um desastre de automóvel, como aconteceu com o Sepp Maier»”*.
Apesar de ter conseguido poucas oportunidades para jogar, Delgado retiraria da passagem pelo Benfica vários momentos dignos de destaque. Para além dos títulos que ajudaria a conquistar, caso dos 2 Campeonatos Nacionais e de 2 Taças de Portugal, as competições continentais também entrariam na sua caminhada. Nesse sentido, há que fazer referência à campanha das “Águias” na edição de 1982/83 da Taça UEFA – “Após a derrota em Bruxelas por 1-0, o jogo da segunda mão foi ao fim da tarde de uma quarta-feira e era preciso dar a volta à desvantagem. O treinador era Eriksson e nós com o treinador sueco não fazíamos estágios. Fizemos um treino ligeiro pela manhã e depois rumámos ao Hotel Altis para almoçar e para descansar. Umas quatro ou cinco horas antes do jogo o terceiro anel do estádio da Luz já estava cheio. Foi uma grande final”*.
Após cumprir a temporada de 1988/89 ao serviço do Sporting de Espinho, Delgado deixaria o futebol para passar a dedicar-se ao jornalismo. No novo contexto profissional tem desempenhado funções, maioritariamente no papel de editor ou director, em periódicos como a revista “Sábado” e os jornais “A Capital”, “Record” e “A Bola”. Tem, igualmente, apresentado programas televisivos na “A Bola TV” e fora do desporto, foi mandatário para a juventude na segunda campanha para a Presidência da República do General Ramalho Eanes, fez parte do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e escreveu o livro “A vida aos pontapés”.
*retirado da entrevista publicada em https://arquivo.ensino.eu, em Dezembro de 2019
Mesmo sem conseguir agarrar a titularidade de forma inequívoca, e confirmada a descida do emblema da Margem Sul no final da campanha referida no parágrafo anterior, outros clubes surgiriam como interessados na sua contratação. A acompanhar a nova mudança que, mais uma vez, faria o atleta atravessar o Rio Tejo, a chamada aos sub-21 conduzi-lo-ia à edição de 1977 do Torneio de Toulon. Aliás, as convocatórias para os trabalhos das jovens equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol continuariam a cevar o seu potencial. No contexto clubístico, as 4 temporadas no plantel do Belenenses, ainda que de forma progressiva, começariam a cimentá-lo como um guarda-redes de cariz primodivisionário. Já as 2 últimas épocas no Restelo, tornar-se-iam, sem grande dúvida, no melhor período da carreira do guardião e a prová-lo, mesmo sem entrar em campo, chegariam as convocatórias à selecção “A”.
Depois da campanha de 1981/82 com as cores do Portimonense, mantendo-se Delgado como uma das figuras do Campeonato Nacional, seria a vez de outro “grande” acabar por abrir as portas ao guarda-redes. No Benfica, com uma época pelo meio ao serviço do Farense, o jogador manter-se-ia por diversas temporadas. Todavia, para seu azar, na passagem pela “Luz” teria de enfrentar uma forte concorrência. A presença no plantel de um dos melhores guarda-redes da história “encarnada”, empurraria o jogador para o banco de suplentes e para um episódio bem caricato – “Durante quatro anos joguei poucas vezes, apenas quando o Bento, que era titular indiscutível, estava lesionado. Curiosamente, tenho uma história com o Pál Csernai, que foi meu treinador na temporada 84/85. Um dia ele chamou-me e através do seu intérprete disse-me o seguinte: «estou muito satisfeito contigo, és um excelente guarda-redes. Mas para seres titular aqui tens de esperar que o Bento tenha um desastre de automóvel, como aconteceu com o Sepp Maier»”*.
Apesar de ter conseguido poucas oportunidades para jogar, Delgado retiraria da passagem pelo Benfica vários momentos dignos de destaque. Para além dos títulos que ajudaria a conquistar, caso dos 2 Campeonatos Nacionais e de 2 Taças de Portugal, as competições continentais também entrariam na sua caminhada. Nesse sentido, há que fazer referência à campanha das “Águias” na edição de 1982/83 da Taça UEFA – “Após a derrota em Bruxelas por 1-0, o jogo da segunda mão foi ao fim da tarde de uma quarta-feira e era preciso dar a volta à desvantagem. O treinador era Eriksson e nós com o treinador sueco não fazíamos estágios. Fizemos um treino ligeiro pela manhã e depois rumámos ao Hotel Altis para almoçar e para descansar. Umas quatro ou cinco horas antes do jogo o terceiro anel do estádio da Luz já estava cheio. Foi uma grande final”*.
Após cumprir a temporada de 1988/89 ao serviço do Sporting de Espinho, Delgado deixaria o futebol para passar a dedicar-se ao jornalismo. No novo contexto profissional tem desempenhado funções, maioritariamente no papel de editor ou director, em periódicos como a revista “Sábado” e os jornais “A Capital”, “Record” e “A Bola”. Tem, igualmente, apresentado programas televisivos na “A Bola TV” e fora do desporto, foi mandatário para a juventude na segunda campanha para a Presidência da República do General Ramalho Eanes, fez parte do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e escreveu o livro “A vida aos pontapés”.
*retirado da entrevista publicada em https://arquivo.ensino.eu, em Dezembro de 2019
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