1230 - MIGUEL SERÔDIO

Com a formação dividia entre o Imortal de Albufeira e o Olhanense, seria neste último emblema que Miguel Serôdio faria a transição para o patamar sénior. Com habilidade para, entre o centro do sector mais recuado e o meio-campo, posicionar-se em lugares de cariz defensivo, o atleta, mesmo a disputar o escalão secundário, conseguiria chamar a atenção de outros emblemas. Como um elemento batalhador e capaz de recuperar muitas bolas, o jogador, ainda que sem um físico impressionante, seria visto como um bom reforço para o Farense de 1990/91, orientado pelo mítico Paco Fortes. Sob a alçada do treinador catalão, ainda que com uma primeira temporada um pouco discreta, as seguintes revelariam um elemento primordial no alinhar do “onze” inicial e com grande responsabilidade no alcançar dos feitos colectivos.
No contexto competitivo do emblema sediado no Algarve, os anos 90, tal como será fácil de recordar, caracterizar-se-iam pelas melhores campanhas realizadas pelos “Leões de Faro”. Durante esse período áureo da história do clube, Miguel Serôdio, como um dos elementos mais utilizados na disputa das provas nacionais, muito para além de ajudar a colectividade a cimentar-se no cenário primodivisionário, auxiliaria o grupo a ultrapassar metas nunca antes atingidas. Titular no desenrolar tanto da temporada de 1991/92, como da época de 1992/93, seria também dele a responsabilidade pelo 6º lugar conseguido em ambos os anos. Contudo, mais estaria para chegar. Nesse sentido, o Campeonato de 1994/95 terminaria com o Farense no 5º lugar da prova, melhor classificação de sempre para os do Sotavento, e com a qualificação para as pelejas continentais.
Com o feito alcançado, Miguel Serôdio, como alguns dos seus colegas de equipa, decidiria aceitar o convite de outras colectividades tradicionalmente preparadas para metas mais auspiciosas. Curiosamente, a mudança para o Boavista distanciaria o jogador das provas realizadas no âmbito da UEFA. No entanto, pior do que o afastamento das competições continentais, o atleta, com as cores do emblema portuense, não conseguiria manter a preponderância das épocas precedentes. No final da campanha de 1995/96 deixaria os “Axadrezados” e tentaria a sua sorte do lado de lá da fronteira. Em Espanha, integrado num contingente bem familiarizado com os emblemas lusos, passaria a disputar o 2º escalão. Porém, tal como tinha acontecido na experiência anterior, o jogador, bem longe de conquistar um lugar no alinhamento inicial do Salamanca, teria de aceitar o fracasso de mais uma aposta e, a meio da temporada, marcaria a viagem de retorno a Portugal.
De regresso ao Algarve, Miguel Serôdio voltaria a vestir a camisola do Farense. As 3 épocas e meia seguintes, sempre a disputar a 1ª divisão, levariam o atleta a acrescentar muitos jogos ao currículo. Esse somatório, com mais de 2 centenas de partidas disputadas no principal escalão do Campeonato Nacional, transformá-lo-iam no 3º elemento com mais presenças conseguidas pelos “Leões de Faro”, na referida prova. Mas apesar de tão longa ligação, a separação entre o jogador e a agremiação aconteceria com o término da campanha de 1999/00. Daí em diante, o futebolista entraria na derradeira fase do seu trajecto enquanto praticante. Imortal, Padernense e Guia coloririam esses anos e, com o fim da carreira a acontecer em 2003, antecederiam o início da sua caminhada como treinador. Nas funções de técnico, começaria como adjunto na equipa sénior do Farense, passaria também pelas camadas jovens do clube, pelo conjunto principal do Moncarapachense e ainda pelos juniores do Olhanense.

Sem comentários: