1237 - MOREIRA


Ainda como atleta das “escolas” do Salgueiros, onde faria a quase totalidade da sua formação, as qualidades demonstradas levariam os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol a convocá-lo aos trabalhos das jovens selecções lusas. Depois da primeira internacionalização, ocorrida em 1997 pelos sub-16, o guardião passaria a ser um dos nomes com presença habitual nas convocatórias. Passaria por todos os escalões e, em Julho 1999, juntar-se-ia ao grupo que, orientado por Agostinho Oliveira, venceria o Campeonato Europeu de sub-18.
Seria na temporada imediatamente a seguir à conquista mencionada no final do parágrafo anterior, que o guarda-redes acabaria por mudar a sua vida para Lisboa. Na campanha de 1999/00, com Jupp Heynckes no comando técnico das “Águias”, começaria por integrar os planos da equipa principal, acabando, na primeira metade da época, por fixar-se como o suplente de Robert Enke. Tapado pelo jogador alemão, e ainda com a concorrência de Carlos Bossio e Nuno Santos, só no conjunto “b” é que conseguiria algumas oportunidades para jogar. No ano seguinte, o plantel secundário dos “Encarnados”, na totalidade das partidas disputadas por si, voltaria a preencher o calendário competitivo do atleta e só em 2001/02 é que Moreira veria esse paradigma a começar a alterar.
A época de 2002/03 e também a seguinte desenrolar-se-iam já com Moreira como dono de um lugar no “onze” benfiquista. A titularidade levá-lo-ia a ser visto como um dos pilares da conquista da Taça de Portugal de 2003/04. No Estádio Nacional, frente a um FC Porto a atravessar uma fase áurea, o guarda-redes alinhar-se-ia como um verdadeiro baluarte e ajudaria as “Águias” a erguer o troféu. O êxito conseguido no Jamor empurrá-lo-ia, de forma natural, para o Europeu de sub-21 e, imediatamente a seguir, para a convocatória arrolada por Luiz Felipe Scolari. Como um dos três guardiões escolhidos para a disputa do Euro 2004, o atleta, mesmo sem ter entrado em campo no certame organizado em Portugal, faria parte do grupo que levaria a “Equipa das Quinas” até à final, mas que, em Lisboa, acabaria por perder, frente à Grécia, a derradeira peleja do torneio.
Depois de ter participado nas Olimpíadas de 2004, a contratação de Quim por parte do Benfica, levaria o jogador a perder algum do protagonismo amealhado nas épocas anteriores. Com o lugar à baliza dividido entre os dois guarda-redes, os “Encarnados”, orientados por Giovanni Trapattoni, haveriam de pôr fim a um longo jejum de 11 anos sem ganhar o Campeonato. Alguns meses após os festejos relativos ao título nacional, com Moreira a entrar em campo alinhado no “onze” inicial, chegaria ao palmarés do atleta a vitória na edição de 2005/06 da Supertaça Cândido de Oliveira. Contudo, essa última conquista como que marcaria o início de uma das piores fases da carreira do guardião. Assolado por graves lesões, poucas seriam as vezes que acabaria escolhido para titular. A excepção a essa “travessia no deserto” aconteceria apenas na temporada de 2008/09, durante a qual conseguiria alinhar num bom punhado de jogos. Esse regresso a uma realidade competitiva mais regular, levá-lo-ia a ser chamado à principal selecção portuguesa e a 12 de Agosto de 2009, num particular com o Liechtenstein, acabaria por alcançar a primeira internacionalização “A”.
O fim da ligação entre o atleta e o emblema da Luz chegaria em 2011. Seguir-se-iam algumas experiências no estrangeiro, com Moreira a aventurar-se na “Premier League. Após um ano ao serviço do Swansea, o jogador mudar-se-ia para o Chipre, onde, durante 3 campanhas, defenderia as redes do Omonia. Regressaria a Portugal já na derradeira fase da caminhada competitiva, onde Olhanense, Estoril Praia e Cova da Piedade antecipariam a conclusão da sua carreira enquanto futebolista. No entanto, e apesar de “pendurar as luvas” em 2019, o antigo guardião manter-se-ia ligado à modalidade. Como treinador de guarda-redes, passaria a adjuvar o romeno Lucescu e já conta com passagens pelos sauditas do Al Hilal e pelos gregos do PAOK.

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