1262 - POLIDO


Intérprete polivalente que, no sector mais recuado, tanto podia posicionar-se na direita, esquerda ou no centro, Polido, ao emergir dos juniores da colectividade alentejana, chegaria ao escalão sénior do Lusitano Ginásio Clube, na temporada de 1948/49.
Lançado no conjunto principal dos eborenses na 2ª divisão, o defesa acabaria por fazer parte da equipa que, pela primeira vez na história, levaria o Lusitano de Évora ao escalão maior do futebol português. Com a referida estreia a acontecer na campanha de 1952/53, Polido continuaria a ser aferido como um dos atletas importantes no grupo de trabalho. Com o estatuto em franca evolução, ainda assim, só a partir da temporada de 1954/55, com a chegada ao comando técnico de Cândido Tavares, é que o jogador conseguiria conquistar a titularidade. O seu crescimento levá-lo-ia a ser visto como um elemento capaz de atingir metas de outra monta e a chamada à selecção acabaria por surgir como um merecido prémio.
Indiscutível no “onze” alentejano, também da Federação Portuguesa de Futebol o seu nome começaria a surgir no rol de convocados. Escolhido para o conjunto secundário, Polido vestiria pela primeira vez a “camisola das quinas” a 18 de Dezembro de 1955, num desafio agendado para o Estádio das Antas. Depois dessa partida frente à congénere austríaca, o defesa voltaria a ser chamado aos trabalhos da selecção. Apesar de nunca ter conseguido jogar pela equipa “A” de Portugal, ainda assim, ao longo da carreira, arrecadaria para o currículo pessoal, um total de 4 internacionalizações “B”.
As 129 aparições com as cores do Lusitano na 1ª divisão, ao lado de Patalino, José Pedro, Dinis Vital ou do argentino Vicente di Paola, para além de torná-lo no 10º jogador com mais partidas primodivisionárias feitas pelo emblema sediado na cidade de Évora, serviriam também para cimentar o defesa como um dos nomes apetecíveis para reforçar os planteis de outros emblemas. Depois do 5º e 6º posto conseguidos, respectivamente, nas tabelas classificativas dos Campeonatos Nacionais de 1956/57 e 1957/58, a mudança concretizar-se-ia. Com a proposta do Vitória Futebol Clube a convencê-lo a trocar de camisola, a entrada no Campo dos Arcos manteria Polido como uma das grandes estrelas das provas nacionais. Porém, após um arranque auspicioso, a época seguinte correria em sentido oposto ao esperado e, ao deixar de ser uma opção recorrente para o “onze”, o atleta veria também a sua agremiação a ser relegada ao escalão secundário.
Apesar das 2 temporadas longe do escalão máximo, os escaparates do futebol luso não escapariam ao Vitória. A presença dos “Sadinos” no derradeiro desafio da Taça de Portugal de 1961/62 serviria de prova ao poderio setubalense. Sob a alçada de Filpo Núñez, Polido seria um dos eleitos pelo treinador argentino a entrar em campo na final disputada no Estádio do Jamor. Frente ao Benfica, o defesa não evitaria a derrota por 3-0. No entanto, essa partida, muito mais do que servir de prelúdio ao regresso à 1ª divisão, daria ao jogador a oportunidade de participar nas provas organizadas pela UEFA e, na campanha seguinte, entraria em campo em ambas as partidas disputadas na Taça dos Vencedores das Taças, frente aos franceses do Saint-Étienne.
A sua carreira não duraria muito mais. Após ajudar à conquista da Taça Ribeiro dos Reis de 1962/63 e de cumprir a época de 1963/64 com as cores do Vitória Futebol Clube, o defesa decidiria ser a hora certa para “pendurar as chuteiras”. Ainda assim, essa última época como futebolista teria outro destaque e, após o despedimento de Francisco Reboredo, Francisco Polido experimentaria as tarefas de treinador.

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