Ao surgir nos seniores do Leixões na segunda metade da década de 1950, o defesa haveria de partilhar o balneário com craques como Osvaldo Silva, Jacinto, Jaburú ou Joaquim Pacheco. Ao destacar-se como um dos melhores nessa mescla composta de veterania e juventude, Raul Machado acabaria por inscrever o seu nome nas mais importantes páginas da história do emblema sediado em Matosinhos.
O primeiro desses capítulos surgiria na temporada de 1960/61. Com o crescer da sua preponderância no desenho táctico do clube nortenho, o atleta, depois de galgadas as rondas precedentes da Taça de Portugal, chegaria à final, não só como titular, mas como o líder do “onze” escolhido para disputar a derradeira peleja da prova. Escalonado pelo argentino Filpo Nuñez, Raul apresentar-se-ia no Estádio das Antas para comandar o listado alvirrubro em direcção a um grande feito. Frente ao FC Porto, nem mesmo o ambiente desfavorável atemorizaria o conjunto capitaneado pelo defesa e, com o “placard” a registar o 2-0 final, o jogador subiria à tribuna para erguer o tão almejado troféu.
Com a vitória na “Prova Rainha”, a época seguinte traria a Raul a estreia nas competições sob a chancela da UEFA. Na Taça dos Clubes Vencedores de Taças, o defesa apresentar-se-ia em todas as 6 partidas de uma participação que apenas terminaria nos quartos-de-final e aos pés dos germânicos do Motor Jena (Carl Zeiss Jena). Curiosamente, ainda no decorrer dessa campanha europeia, o jogador chegaria a ser cogitado para a selecção nacional. Como um dos futebolistas lusos mais dotados para a posição, seria convocado para um embate referente à Fase de Qualificação para Mundial de 1962 – “O Peyroteo, que era selecionador nacional, convocou-me para um jogo fora, frente ao Luxemburgo (4-2), que foi o da estreia do Eusébio pela Seleção Nacional. No entanto, um dirigente do Leixões andou com o telegrama no bolso durante quatro dias e eu acabei por não embarcar a tempo”*.
Como, à altura, aos internacionais cabia receber metade do montante envolvido numa futura transferência, a peripécia teria como resultado directo a adição nos cofres do Leixões da totalidade do dinheiro resultante da sua mudança para o Benfica. Apesar da trapalhada, e já com o Sporting e FC Porto na corrida, a entrada de Raul na “Luz”, ao lado do já referido Jacinto, concretizar-se na temporada de 1962/63. Como um praticante experimentado, o defesa logo conseguiria agarrar um lugar no “onze” idealizado pelo, igualmente recém-chegado, Fernando Riera. Esse destaque levá-lo-ia a ter um papel importantíssimo nas conquistas internas, mas também nas belas campanhas das “Águias” nas competições continentais. Nesse sentido, logo na campanha da sua chegada a Lisboa, o defesa seria chamado ao alinhamento inicial da final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao AC Milan. Aliás, jogaria também o último jogo da edição de 1964/65, perdido para o Inter. Já em 1967/68, apesar de ter participado nas eliminatórias, falharia a derradeira partida da prova, frente ao Manchester United.
Cimentado como um dos grandes nomes do plantel “encarnado”, Raul, finalmente, conseguiria a estreia pela selecção nacional. Pela mão de José Maria Antunes, a 7 de Novembro de 1962, o defesa, pela primeira vez, entraria em campo a envergar a “camisola das quinas”. Depois dessa partida frente à Bulgária, agendada no apuramento para o Euro 64, o seu nome continuaria como um dos habituais na lista de chamados aos trabalhos das equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Ainda assim, contra muitas das projecções feitas à altura, o atleta não faria parte dos arrolados para o Mundial de 1966.
As 7 temporadas ao serviço do Benfica, enriqueceriam, e de que maneira, o currículo pessoal do futebolista. Com quase duas centenas de partidas disputadas de “Águia” ao peito, Raul daria um contributo enorme para a conquista de vários troféus. Com o fim da ligação aos “Encarnados” a acontecer no final da campanha de 1968/69, o defesa partiria para uma última época ao serviço do Leixões e com a bagagem recheada por 6 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal vencidos durante a sua estadia em Lisboa.
*retirado do artigo de Sérgio Pires, publicado a 10/03/2017, em https://maisfutebol.iol.pt
O primeiro desses capítulos surgiria na temporada de 1960/61. Com o crescer da sua preponderância no desenho táctico do clube nortenho, o atleta, depois de galgadas as rondas precedentes da Taça de Portugal, chegaria à final, não só como titular, mas como o líder do “onze” escolhido para disputar a derradeira peleja da prova. Escalonado pelo argentino Filpo Nuñez, Raul apresentar-se-ia no Estádio das Antas para comandar o listado alvirrubro em direcção a um grande feito. Frente ao FC Porto, nem mesmo o ambiente desfavorável atemorizaria o conjunto capitaneado pelo defesa e, com o “placard” a registar o 2-0 final, o jogador subiria à tribuna para erguer o tão almejado troféu.
Com a vitória na “Prova Rainha”, a época seguinte traria a Raul a estreia nas competições sob a chancela da UEFA. Na Taça dos Clubes Vencedores de Taças, o defesa apresentar-se-ia em todas as 6 partidas de uma participação que apenas terminaria nos quartos-de-final e aos pés dos germânicos do Motor Jena (Carl Zeiss Jena). Curiosamente, ainda no decorrer dessa campanha europeia, o jogador chegaria a ser cogitado para a selecção nacional. Como um dos futebolistas lusos mais dotados para a posição, seria convocado para um embate referente à Fase de Qualificação para Mundial de 1962 – “O Peyroteo, que era selecionador nacional, convocou-me para um jogo fora, frente ao Luxemburgo (4-2), que foi o da estreia do Eusébio pela Seleção Nacional. No entanto, um dirigente do Leixões andou com o telegrama no bolso durante quatro dias e eu acabei por não embarcar a tempo”*.
Como, à altura, aos internacionais cabia receber metade do montante envolvido numa futura transferência, a peripécia teria como resultado directo a adição nos cofres do Leixões da totalidade do dinheiro resultante da sua mudança para o Benfica. Apesar da trapalhada, e já com o Sporting e FC Porto na corrida, a entrada de Raul na “Luz”, ao lado do já referido Jacinto, concretizar-se na temporada de 1962/63. Como um praticante experimentado, o defesa logo conseguiria agarrar um lugar no “onze” idealizado pelo, igualmente recém-chegado, Fernando Riera. Esse destaque levá-lo-ia a ter um papel importantíssimo nas conquistas internas, mas também nas belas campanhas das “Águias” nas competições continentais. Nesse sentido, logo na campanha da sua chegada a Lisboa, o defesa seria chamado ao alinhamento inicial da final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao AC Milan. Aliás, jogaria também o último jogo da edição de 1964/65, perdido para o Inter. Já em 1967/68, apesar de ter participado nas eliminatórias, falharia a derradeira partida da prova, frente ao Manchester United.
Cimentado como um dos grandes nomes do plantel “encarnado”, Raul, finalmente, conseguiria a estreia pela selecção nacional. Pela mão de José Maria Antunes, a 7 de Novembro de 1962, o defesa, pela primeira vez, entraria em campo a envergar a “camisola das quinas”. Depois dessa partida frente à Bulgária, agendada no apuramento para o Euro 64, o seu nome continuaria como um dos habituais na lista de chamados aos trabalhos das equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Ainda assim, contra muitas das projecções feitas à altura, o atleta não faria parte dos arrolados para o Mundial de 1966.
As 7 temporadas ao serviço do Benfica, enriqueceriam, e de que maneira, o currículo pessoal do futebolista. Com quase duas centenas de partidas disputadas de “Águia” ao peito, Raul daria um contributo enorme para a conquista de vários troféus. Com o fim da ligação aos “Encarnados” a acontecer no final da campanha de 1968/69, o defesa partiria para uma última época ao serviço do Leixões e com a bagagem recheada por 6 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal vencidos durante a sua estadia em Lisboa.
*retirado do artigo de Sérgio Pires, publicado a 10/03/2017, em https://maisfutebol.iol.pt
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