Ainda nos capítulos iniciais da sua carreira como futebolista profissional, Nelinho, filho e neto de portugueses da zona de Ovar, deixaria o Rio de Janeiro para, no escalão máximo português, ter aquela que viria a tornar-se na primeira aventura do defesa pelo estrangeiro – “O Otto Glória era o nosso treinador no América e me indicou para o Barreirense, porque o técnico lá era o Edsel Rodrigues, que havia trabalhado com ele como preparador físico do América. Aí, ele foi e me levou.”*.
Apesar da pouca experiência, o lateral-direito conseguiria agarrar um lugar no sector mais recuado do emblema sediado na Margem Sul do Rio Tejo. Jogaria, inclusive, na Taça das Cidades com Feira. Porém, as boas indicações dadas no arranque da temporada de 1970/71, seriam insuficientes para afastar do seu caminho uma verdadeira “malapata”. Assolado por uma lesão na virilha, a extensão da recuperação, bem para além do espectável, levaria alguns dirigentes a desconfiar das intensões do jogador. O estranho caso continuaria em Fevereiro, com a rescisão de contrato, mas sem que o Barreirense devolvesse o “passe” ao atleta. Para completar a “novela”, o final da época ficaria marcado pela queixa de vários emblemas, na qual era posta em causa a inscrição do defesa como portador de dupla-nacionalidade. Face à possível perda de pontos relativa a todas as partidas disputadas pelo lateral, o que implicaria a despromoção do clube, é então que um acordo é posto em cima da mesa. Nesse sentido e em troca da real desvinculação, o pai de Nelinho acabaria por entregar a prova a aferir a nacionalidade portuguesa do defesa.
Antes ainda do regresso competitivo ao Brasil, Nelinho teria uma breve passagem pela Venezuela. Depois viria o Bonsucesso, o Remo e, em 1973, o emblema que mudaria o rumo da sua carreira. Integrado no plantel principal do Cruzeiro, a sua fama torná-lo-ia numa das grandes estrelas do futebol “canarinho” das décadas de 1970. Com uma enorme disponibilidade física, o lateral ficaria também conhecido pela técnica excepcional, pelos cruzamentos precisos e, resultado de um forte pontapé, pela quantidade de golos marcados em livres-directos ou em jogadas corridas.
Nessa ligação de cerca de uma década, o sucesso alcançado no emblema de Belo Horizonte, com a vitória em 4 Campeonatos Mineiros e na Taça dos Libertadores de 1976, levá-lo-ia à selecção brasileira. Pelo “Escrete”, num total de 21 internacionalizações “A”, Nelinho, para além das chamadas às edições de 1975 e de 1979 da Copa América, teria a oportunidade de participar nos Mundiais de 1974 e de 1978. No decorrer do último Campeonato do Mundo referido, um momento ficaria na memória de todos os adeptos do futebol. Na disputa referente à atribuição do 3º e 4º lugar, um forte remate, desferido pelo defesa a partir da lateral exterior da grande-área, daria à trajectória da bola um vincado arco, fazendo o esférico entrar junto ao poste contrário da baliza à guarda do italiano Dino Zoff. Esse fantástico golo levaria a “Canarinha” a encetar a reviravolta no marcador e, com o “placard” final a assinalar 2-1, o Brasil ascenderia ao último lugar do pódio.
Além do já aludido para a caminhada clubística do jogador, o resto da sua carreira traria muitos mais sucessos. Com uma curta passagem pelo Grêmio a servir de interlúdio na experiência vivida com as cores do Cruzeiro, o defesa envergaria também a camisola do Atlético Mineiro. Em 5 temporadas feitas pelo “Galo”, ao currículo do lateral-direito somar-se-iam outros 4 “estaduais”. No entanto, com a conclusão do seu percurso futebolístico a acontecer em 1986, mais cômputos emergiriam. A juntar às 4 Bolas de Prata, distinção entregue pela “Revista Placard” ao melhor jogador do “Brasileirão”, as 348 partidas disputadas no “Mineirão”, fariam dele o atleta com mais desafios cumpridos no mencionado “estadual”. Claro está, como conclusão, falta ainda fazer referência aos 210 remates certeiros conseguidos em jogos oficiais e que transformariam Nelinho no defesa brasileiro com mais golos concretizados durante a carreira.
*retirado da entrevista conduzida por Marcos Vinicius Cabral, publicada 27/07/2020, em https://www.museudapelada.com
Apesar da pouca experiência, o lateral-direito conseguiria agarrar um lugar no sector mais recuado do emblema sediado na Margem Sul do Rio Tejo. Jogaria, inclusive, na Taça das Cidades com Feira. Porém, as boas indicações dadas no arranque da temporada de 1970/71, seriam insuficientes para afastar do seu caminho uma verdadeira “malapata”. Assolado por uma lesão na virilha, a extensão da recuperação, bem para além do espectável, levaria alguns dirigentes a desconfiar das intensões do jogador. O estranho caso continuaria em Fevereiro, com a rescisão de contrato, mas sem que o Barreirense devolvesse o “passe” ao atleta. Para completar a “novela”, o final da época ficaria marcado pela queixa de vários emblemas, na qual era posta em causa a inscrição do defesa como portador de dupla-nacionalidade. Face à possível perda de pontos relativa a todas as partidas disputadas pelo lateral, o que implicaria a despromoção do clube, é então que um acordo é posto em cima da mesa. Nesse sentido e em troca da real desvinculação, o pai de Nelinho acabaria por entregar a prova a aferir a nacionalidade portuguesa do defesa.
Antes ainda do regresso competitivo ao Brasil, Nelinho teria uma breve passagem pela Venezuela. Depois viria o Bonsucesso, o Remo e, em 1973, o emblema que mudaria o rumo da sua carreira. Integrado no plantel principal do Cruzeiro, a sua fama torná-lo-ia numa das grandes estrelas do futebol “canarinho” das décadas de 1970. Com uma enorme disponibilidade física, o lateral ficaria também conhecido pela técnica excepcional, pelos cruzamentos precisos e, resultado de um forte pontapé, pela quantidade de golos marcados em livres-directos ou em jogadas corridas.
Nessa ligação de cerca de uma década, o sucesso alcançado no emblema de Belo Horizonte, com a vitória em 4 Campeonatos Mineiros e na Taça dos Libertadores de 1976, levá-lo-ia à selecção brasileira. Pelo “Escrete”, num total de 21 internacionalizações “A”, Nelinho, para além das chamadas às edições de 1975 e de 1979 da Copa América, teria a oportunidade de participar nos Mundiais de 1974 e de 1978. No decorrer do último Campeonato do Mundo referido, um momento ficaria na memória de todos os adeptos do futebol. Na disputa referente à atribuição do 3º e 4º lugar, um forte remate, desferido pelo defesa a partir da lateral exterior da grande-área, daria à trajectória da bola um vincado arco, fazendo o esférico entrar junto ao poste contrário da baliza à guarda do italiano Dino Zoff. Esse fantástico golo levaria a “Canarinha” a encetar a reviravolta no marcador e, com o “placard” final a assinalar 2-1, o Brasil ascenderia ao último lugar do pódio.
Além do já aludido para a caminhada clubística do jogador, o resto da sua carreira traria muitos mais sucessos. Com uma curta passagem pelo Grêmio a servir de interlúdio na experiência vivida com as cores do Cruzeiro, o defesa envergaria também a camisola do Atlético Mineiro. Em 5 temporadas feitas pelo “Galo”, ao currículo do lateral-direito somar-se-iam outros 4 “estaduais”. No entanto, com a conclusão do seu percurso futebolístico a acontecer em 1986, mais cômputos emergiriam. A juntar às 4 Bolas de Prata, distinção entregue pela “Revista Placard” ao melhor jogador do “Brasileirão”, as 348 partidas disputadas no “Mineirão”, fariam dele o atleta com mais desafios cumpridos no mencionado “estadual”. Claro está, como conclusão, falta ainda fazer referência aos 210 remates certeiros conseguidos em jogos oficiais e que transformariam Nelinho no defesa brasileiro com mais golos concretizados durante a carreira.
*retirado da entrevista conduzida por Marcos Vinicius Cabral, publicada 27/07/2020, em https://www.museudapelada.com
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