1285 - VÍTOR CAMPOS

Apesar do percurso formativo cumprido no principal emblema da região natal, o Torreense, seria a mudança para a cidade de Coimbra, com o principal desígnio de prosseguir os estudos, que também levaria Vítor Campos ao estrelato no futebol.
Ao entrar para a Académica na temporada 1963/64, a quantidade de vezes que, nessa época de estreia como sénior, conseguiria ser chamado a jogo por José Maria Pedroto, elevaria o médio para um plano de enorme destaque. A titularidade conquistada logo no arranque da caminhada no conjunto principal, em paralelo com o ingresso na Licenciatura de Medicina, transformá-lo-ia num ícone da tradição da “Briosa”. Ao ser visto como uma figura de indubitável valor primodivisionário, o jovem jogador, igualmente pelo auferido estatuto de estudante-atleta, tornar-se-ia num dos favoritos da massa adepta. Até pela aplicação exemplar demonstrada durante o período a envergar de negro, manteria a estima dos seguidores no decurso de toda a carreira desportiva. Já as metas alcançadas pelo colectivo, serviriam apenas para reforçar o apreço vindo das bancadas do Calhabé.
Parte integrante dos planteis que construiriam uma das fases áureas da Académica de Coimbra, Vítor Campos participaria em marcos de inolvidável valor futebolístico. Com a temporada de 1966/67 a levar os “Estudantes”, sob alçada do “Velho Capitão” Mário Wilson, ao 2º lugar da tabela classificativa do Campeonato Nacional, a presença do médio na final da Taça de Portugal da mesma campanha, embelezaria ainda mais o seu percurso competitivo. Já outros momentos, de idêntica importância, vivê-los-ia mais adiante na carreira. Passados 2 anos, ao lado do irmão Mário Campos, repetiria a comparência na derradeira peleja da apelidada “Prova Rainha”. Claro está, nessa senda seria impossível esquecer as participações nas competições sob a alçada da UEFA. Depois de, na Taça das Cidades com Feira de 1968/69, acompanhar em campo a estreia da “Briosa” nas provas continentais, o destaque chegaria na época seguinte, ao jogar 5 das 6 partidas que, na Taça dos Vencedores das Taças, levaria o clube beirão aos quartos-de-final.
Durante o aludido percurso clubístico, Vítor Campos teria também a oportunidade de envergar a “camisola das quinas”. Convocado primeiro à participação numa partida agendada para a equipa “B”, alguns dias após o jogo frente à Bélgica, o médio faria a estreia pelo conjunto principal de Portugal. No Estádio Olímpico de Roma, aos 38 minutos da metade complementar, José Gomes da Silva faria o atleta entrar em campo, para substituir o “capitão” Mário Coluna. O particular, disputado a 27 de Março de 1967 frente à selecção de Itália, muito mais do que acrescentar ao currículo do futebolista 1 internacionalização “A”, serviria, meritoriamente, para premiar as excelsas exibições conseguidas ao serviço da Académica.
Os anos seguintes vivê-los-ia, igualmente, com as cores da “Briosa”. Aliás, Vítor Campos, no seu trajecto sénior, não conheceria outro emblema. Esse facto, mesmo ao contar com uma temporada passada no escalão secundário, daria aos números do futebolista uma inspiração especial. Com 248 jornadas cumpridas em 12 campanhas na 1ª divisão, o médio, que deixaria os relvados em 1978 para abraçar em exclusivo as tarefas de médico, tornar-se-ia no 6º jogador que, na história da Académica de Coimbra, mais presenças conseguiria no patamar maior do futebol português.

2 comentários:

Rui Gaião disse...

Se não me engano acabou a sua carreira na União de Leiria, onde jogou com seu irmão Mário. Época 1978/79.

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Bom dia, Rui.

Em primeiro lugar, deixe-me agradecer o seu comentário.
Relativamente à informação que deixa, eu nunca li nada sobre essa passagem.
Do Mário Campos, sim. Sei que terminou a carreira futebolística na União de Leiria. Deixo-lhe o link da biografia.

https://cromosemcaderneta.blogspot.com/2021/07/1132-mario-campos.html

Se tiver alguma fonte que ajude a dissipar a dúvida, por favor, deixe aqui o link.

Muito obrigado.

Abraço,

Bruno Vitória