1340 - MÁRIO LINO


Ao encetar a caminhada no futebol ao serviço do Fayal Sport, Mário Lino, ainda em idade adolescente, rapidamente despertaria a cobiça de outros emblemas. Como resultado de uma partida feita na Ilha Terceira, a habilidade demonstrada pelo jovem atleta no jogo frente ao Lusitânia dos Açores, levaria a colectividade sediada em Angra do Heroísmo, caso inédito no arquipélago, a pagar pela transferência do à altura médio. A envergar a nova camisola a partir da temporada de 1958/59, o atleta manter-se-ia como um elemento de altos índices exibicionais. Com a chegada do húngaro János Biri ao comando técnico da delegação insular do Sporting, seria por sugestão do referido treinador que o jogador acabaria a viajar para Lisboa.
Agradados com as qualidades do atleta, Mário Lino viria a rubricar um contrato com os “Leões”. Integrado no plantel “verde e branco” na temporada de 1958/59, a campanha de estreia na 1ª divisão, em termos individuais, revelar-se-ia positiva. Daí em diante, o jogador conseguiria impor-se na luta por um lugar no “onze” sportinguista e adaptado a defesa-direito, passaria a ser um dos elementos mais preponderantes no cumprir das metas colectivas. A partir do sector mais recuado, como um intérprete de grande pujança física, boa capacidade de desarme e dono de uma técnica a dar dava azo ao apoio ofensivo, o atleta contribuiria para uma das épocas áureas do conjunto leonino. Para além da participação na conquista de 2 Campeonatos Nacionais e de 1 Taça de Portugal, há que destacar a campanha de 1963/64 na Taça dos Vencedores das Taças. Na prova organizada sob a alçada da UEFA, o futebolista, mesmo sem marcar presença na final ou na finalíssima, entraria em campo em 5 partidas e, desse modo, entraria para o rol de nomes com lugar no triunfo da aludida prova continental.
Talvez de forma não tão vincada, mas Mário Lino também acabaria por traçar o seu trajecto com as cores à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Com a camisola lusa, o defesa, depois de meses antes ter participado numa partida da equipa “B”, estrear-se-ia pelo principal conjunto da selecção de Portugal, numa disputa a contar para a fase de Apuramento do Campeonato do Mundo de 1962. Chamado por Armando Ferreira à peleja frente ao Luxemburgo, a vitória por 6-0 conseguida a 19 de Março de 1961, daria início a uma caminhada que traria ao seu currículo um total de 6 internacionalizações “A”.
Com o fim da sua carreira enquanto futebolista a acontecer no termo da temporada de 1966/67, Mário Lino, ao manter a ligação à modalidade, rapidamente assumiria o papel de técnico. Ao começar nas camadas jovens leoninas, o antigo defesa passaria também pelas tarefas de adjunto da equipa sénior. Com várias ocasiões em que, interinamente, seria chamado às funções de treinador-principal, o destaque maior dessas experiências surgiria com a presença em duas finais da Taça de Portugal, perdendo a de 1971/72 para o Benfica, mas vencendo a edição do ano seguinte frente ao Vitória Futebol Clube. Já na campanha de 1973/74, os responsáveis pelo Sporting tomariam a decisão de, em definitivo, entregar as rédeas do plantel ao seu cuidado. Numa época de excelência para o Sporting, seria ele o mentor da conquista da “dobradinha”. Curiosamente, como resultado de um desentendimento com a direcção, acabaria por não marcar presença no banco dos “Leões” na final da Taça de Portugal e daí em diante não mais voltaria a Alvalade.
Com um longo trajecto como treinador, Mário Lino ainda orientaria um largo rol de equipas. Com realce para os vários anos na disputa da 1ª divisão, Farense, Sporting de Braga, Vitória Futebol Clube, Portimonense, Marítimo e Boavista seriam alguns dos emblemas que preencheriam o resto da sua carreira. Nesse longo caminho, o destaque terá de ir para uma das passagens pelo Bessa, durante a qual, frente ao FC Porto, ganharia a Supertaça de 1979/80.

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