1424 - JOSÉ CARLOS

Ao completar a formação no Sporting Clube de Portugal, José Carlos Gonçalves da Silva acabaria por fazer a estreia como sénior bem longe de Alvalade. Integrado no plantel do Gil Vicente na temporada de 1960/61, o jovem atleta iniciaria no Minho um périplo que até à estreia no escalão máximo português ainda viria a prolongar-se por alguns anos. Após uma campanha em Barcelos, seguir-se-iam o Amora e o Silves. Depois, surgiria na sua caminhada competitiva o Seixal de 1963/64 e o encetar, num conjunto de trabalho comandado pelo treinador-jogador Angel Oñoro, da sua experiência primodivisionária.
Apesar dos bons números apresentados, a fazerem do médio-ofensivo um dos elementos presente no “onze tipo” do conjunto sediado na Margem Sul do Rio Tejo, José Carlos, cumprida apenas uma temporada, acabaria por deixar o Campo do Bravo para, não muito longe dali, começar a envergar a camisola do Almada. No Pragal a partir de 1964/65, o médio, de características marcadamente atacantes, voltaria a demonstrar qualidades suficientes para ambicionar a voos de maior monta. Dois anos passados nas contendas da 2ª divisão seriam suficientes para que outros emblemas começassem a aferir o atleta como uma figura capaz de reforçar os respectivos planteis. Nesse sentido, ao jogador abrir-se-iam as portas do Estádio do Bonfim e no Vitória Futebol Clube passaria a trabalhar sob a intendência de Fernando Vaz.
A verdade é que a época de 1966/67, passada com as cores da agremiação setubalense, correria muito aquém do esperado e José Carlos praticamente não entraria em campo com o equipamento listado dos “Sadinos”. Ainda assim, a sua reputação não sofreria danos de maior e o FC Barreirense, com o jogador a manter-se no convívio com os “grandes”, tornar-se-ia na sua nova “casa”. Ao retornar a um dos emblemas da Margem Sul, o médio-ofensivo recuperaria a cotação e voltaria, ainda que com ligeiríssimas intermitências, a ser tido como um titular. Nas 4 temporadas a jogar em casa no Estádio Dom Manuel de Mello, 3 delas no degrau maior do futebol português, o atleta sublinhar-se como um elemento de grande valor. Mais uma vez com grande surpresa, seria já depois de, frente ao Dinamo Zagreb, ter participado na estreia do clube nas competições continentais que José Carlos deixaria o clube.
No plantel do Cova da Piedade de 1971/72, o grande momento surgiria na disputa da Taça de Portugal e nos quartos-de-final alcançados pelo emblema a militar na 2ª divisão. A campanha no Parque Silva Nunes valer-lhe-ia, na companhia de Móia, a transferência para o Oriental. Com a chegada à Azinhaga dos Alfinetes na temporada de 1972/73, José Carlos participaria numa das páginas históricas da colectividade “alfacinha”, ou seja, no regresso do clube às pelejas primodivisionárias. O resto das épocas passadas no Estádio Engenheiro Carlos Salema, serviriam para o jogador somar mais duas épocas no convívio com os “grandes” e para, com o termo das provas agendadas no calendário de 1975/76, pôr um ponto final no seu trajecto como futebolista.
Posteriormente e depois de, como treinador-jogador, já ter conduzido o Oriental de 1974/75, José Carlos manteria a sua ligação à modalidade como técnico-principal. Nessa caminhada de mais de duas décadas, numa carreira feita pelos escalões secundários, o antigo atleta orientaria colectividades como Vilafranquense, Samora Correia, Pescadores da Costa da Caparica, Sacavenense, Amora, Fanhões, Odivelas, Seixal, Atlético da Malveira, Benavente, Coruchense e Loures.

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