1639 - SEBASTIÃO

Sebastião Loureiro da Silva ingressaria no Estoril Praia na temporada de 1943/44. No entanto, seria apenas na campanha de 1946/47 que o guardião, nascido em Carcavelos, conseguiria estrear-se na categoria principal dos “Canarinhos”. Essa época de arranque, orientada a equipa pelo técnico Lippo Hertzka, levaria o jogador a ultrapassar a concorrência por um lugar à baliza e a assumir-se como um dos titulares no “onze” idealizado pelo treinador magiar. Na época seguinte, facto para o qual não consegui encontrar qualquer explicação, o guarda-redes, ao ver Laranjeira a substituí-lo no posto mais recuado do campo, acabaria o ano sem qualquer partida disputada. Ainda assim, essa curiosidade não viria a afectar o futuro da sua carreira e, daí em diante, o jogador voltaria a sublinhar-se como um dos pilares do conjunto da Linha de Cascais.
A provar a sua relevância, não só nos resultados colectivos do Estoril Praia, mas também no contexto do futebol luso, surgiria a temporada de 1948/49. Recuperada a titularidade, o guarda-redes passaria também a estar na ideia dos responsáveis pelas equipas a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Nesse sentido, a chamada à selecção “B”, ao lado de outros elementos estorilistas, casos de Alberto de Jesus, Vieira, António Nunes, Mota e Miguel Lourenço, a levá-lo-ia estrear-se a 20 de Março de 1949. Apesar da importância da partida frente a Espanha, disputada no Estádio Riazor, aquele que viria a tornar-se no momento mais alto do atleta com a “camisola das quinas” ocorreria a 14 de Dezembro de 1952. Arrolado por Cândido de Oliveira para um “particular” frente à Argentina, Sebastião, à internacionalização obtida na aludida peleja desenrolada na Galiza, juntaria outro desafio, dessa feita agendado para o Estádio Nacional do Jamor.
Naquela que viria a ser a primeira passagem de Sebastião pelo Estoril Praia, num total de 9 anos, as temporadas de maior destaque, em termos de desempenho individual, seriam, possivelmente, as de 1949/50 e de 1952/53. Em ambas as ocasiões, o guardião conseguiria afirmar-se como um dos totalistas da prova de maior monta no calendário luso, ou seja, o Campeonato Nacional da 1ª divisão. Todavia, na última campanha mencionada, o desaire da despromoção acabaria por alterar o trajecto do jogador. Desafiado pelo Benfica, o atleta trocaria os “Canarinhos” pelas “Águias”. Apresentado como reforço dos “Encarnados” em 1953/54, o guardião, apesar da qualidade mais do que comprovada, não conseguiria sair da sombra de Bastos. Tal contratempo fá-lo-ia, passado apenas 1 ano, regressar ao Estádio António Coimbra da Mota. De volta à Amoreira, seria o escalão secundário a acolher as suas exibições e, por um par de épocas, esse seria o seu cenário competitivo.
À procura de novos desafios, Sebastião, em 1956/57, aceitaria o repto lançado pelo Atlético e, com o propósito de disputar, de novo, o escalão máximo, transferir-se-ia para a colectividade nascida no “alfacinha” bairro de Alcântara. Na Tapadinha, sob a orientação de Severiano Correia, o guardião não iria para além da condição de segunda escolha. Para contrariar tal estatuto, nova mudança sucederia na caminhada desportiva do guarda-redes. Depois de concluída a transferência para o Minho, o atleta passaria a defender as divisas do Vitória Sport Clube. Em Guimarães recuperaria a titularidade de anos anteriores. Já a trabalhar com Fernando Vaz, ajudaria os “Conquistadores”, na época a encetar as suas actividades na “Cidade Berço”, a voltar às contendas primodivisionárias e seria esse regresso ao patamar maior a confirmar, com o termo da temporada de 1958/59, a sua decisão de “pendurar as luvas”.

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