1571 - ELÓI

Ao aparecer na equipa de honra do Belenenses no desenrolar da temporada de 1940/41, António Elói da Silva, pela mão de Artur José Pereira, daria os primeiros passos para entrar numa das mais belas páginas da história do emblema lisboeta. Avançado polivalente, capaz de ocupar um lugar tanto a extremo como em posições mais centrais do quinteto ofensivo, mesmo sem conseguir alcançar o destaque oferecido pela constância no “onze” titular”, ainda assim sublinhar-se-ia como um elemento de indubitável valor e utilidade. A primeira ocasião para sublinhar essa importância surgiria com o avançar na Taça de Portugal de 1941/42. Numa época em que viria a assumir-se como um dos membros do plantel dos “Azuis” com mais chamadas a jogo, as suas exibições seriam fulcrais para a senda a levar o seu conjunto até ao derradeiro desafio da prova. Já no Estádio do Lumiar, frente ao surpreendente Vitória Sport Clube, o atacante seria chamado à peleja pelo treinador Rodolfo Faroleiro e ajudaria ao triunfo por 2-0.
Apesar de um arranque de carreira auspicioso, a verdade é que Elói nunca viria a tornar-se num dos indiscutíveis do principal grupo de trabalho do Belenenses. No entanto, mesmo sem essa hegemonia, a preponderância para as demandas do colectivo “alfacinha”, amiúde a levá-lo a ser chamado às diferentes rondas das mais distintas competições, seriam mais do que suficientes para justificar a sua continuidade entre os demais colegas. Com os “Azuis” sempre na disputa dos títulos “regionais” ou de índole nacional, o segundo troféu para o seu palmarés pessoal não surgiria muito tempo depois do referido no parágrafo anterior e o triunfo na edição de 1943/44 do Campeonato de Lisboa também passaria a embelezar o currículo do atacante.
Por coincidência, a outra conquista do “regional” lisboeta aconteceria no decorrer da época a trazer para a existência do Belenenses a página mais dourada da sua história. Num grupo brilhantemente conduzido por Augusto Silva e composto por magnificentes intérpretes, casos dos internacionais Artur Quaresma, Capela, Feliciano, Vasco Oliveira, Serafim, Mariano Amaro ou Rafael Correia, Elói também viria a apresentar-se como um dos nomes a contribuir fortemente para o enorme sucesso do colectivo. Ao entrar em campo, de forma consecutiva, nas 10 rondas iniciais do Campeonato Nacional da 1ª divisão, as suas exibições também contribuiriam para a luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa e para a vitória, finda a temporada de 1945/46, na competição de maior expressão no calendário português de futebol.
Com o intuito de ser utilizado de forma mais consistente, Elói, concluída a campanha de 1946/47 e ao fim de 7 temporadas como sénior, separar-se-ia do Belenenses. Sem deixar o degrau máximo, o atacante haveria de rumar a norte e no Sporting de Braga encontraria o novo clube. Ao aceitar o convite da insígnia minhota, o jogador, ao integrar o grupo a fazer a estreia na 1ª divisão, entraria imediatamente para as crónicas do clube. Suceder-se-iam, ao lado de nomes míticos da agremiação minhota e do futebol português como Eduardo Vital, Cesário, Corona, Baptista ou António Marques, 7 campanhas consecutivas no patamar maior. Quase sempre titular, o atleta só na derradeira época realizada com as cores dos “Guerreiros” viria a perder alguma preponderância no esquema táctico da equipa. Seguir-se-ia, depois de desvinculado do emblema bracarense, 1 último ano ao serviço do Vitória Sport Clube, concluindo, com essa passagem pela “Cidade Berço”, uma carreira futebolística de dezena e meia de temporadas efectuadas exclusivamente entre os “grandes”.

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