345 - JORGE ANDRADE

Filho de Manuel Andrade, jogador do Atlético na década de 1970, e irmão mais novo de Carlos Andrade, com quem chegaria a partilhar o balneário no Estrela da Amadora, Jorge Andrade também escolheria o futebol como a sua grande paixão desportiva.
Seria pela mão do progenitor que o pequeno Jorge, com apenas 6 anos de idade, entraria no emblema da Reboleira. De tal forma agradaria, que os responsáveis pelas “escolas” do Estrela da Amadora não mais o deixariam abalar. Em abono da verdade, haveria uma pequena excepção. Por razão de ser uma criança franzina, o seu treinador daria instruções para que fosse emprestado. O pobre rapaz, ao pensar que estava a ser rejeitado, chegaria a casa lavado em lágrimas e pediria para deixar o futebol. Ainda bem que tal não aconteceu, pois, alguns anos mais tarde, o defesa tornar-se-ia numa das maiores promessas e num dos atletas mais cobiçados no panorama futebolístico luso.
Após a estreia na campanha de 1997/98, as 3 temporadas cumpridas pelos seniores dos “Tricolores”, com as boas prestações colectivas a darem também um bom contributo para a sua valorização, seriam suficientes para que Jorge Andrade conseguisse sublinhar-se como um grande intérprete. Nesse sentido, o Benfica e o FC Porto entrariam na corrida pela contratação do atleta, com as “Águias” a tomarem a dianteira. No entanto, depois de bem encaminhadas as negociações, ninguém mais no Estrela da Amadora receberia notícias do Presidente “encarnado”, João Vale e Azevedo. Com o impasse a prolongar-se por 5 meses, Jorge Andrade, para a temporada de 2000/01, decidir-se-ia pelos “Dragões” e já no Norte voltaria a encontrar-se com Fernando Santos, o seu primeiro treinador no conjunto da Linha de Sintra.
Com o ciclo do “Penta” terminado, os únicos destaques da sua passagem pelo Estádio das Antas iriam para a conquista da Taça de Portugal de 2000/01 e para a vitória, com o único golo apontado a ser da sua autoria, na Supertaça do ano seguinte. Porém, mesmo com a escassez de títulos, parco hábito para um emblema da dimensão do FC Porto, as exibições do defesa-central seriam suficientes para fazê-lo catapultar-se para um cenário de maior monta e para o emblema que viria a tornar-se no mais representativo de toda a sua carreira.
Em Espanha, ao serviço do Deportivo La Coruña, o defesa voltaria a cruzar-se com o FC Porto e logo com um episódio bem caricato! A partida, como provavelmente estarão recordados, era a contar para a 1ª mão das meias-finais da Liga dos Campeões de 2003/04, a edição que os “Azuis e Brancos” acabariam por vencer. Num lance disputado já perto do final da dita contenda, o seu colega de selecção, Deco, estatelar-se-ia no chão. Jorge Andrade, num acto de brincadeira, como que a querer dizer, provavelmente até disse, "levanta-te, fiteiro", deu-lhe um pequeno pontapé no traseiro. O pior foi que o árbitro da partida, não viu na coisa paródia alguma e, nem mesmo o argumento do central português, a repetir por diversas vezes que "eram amigos", fez com que o juiz voltasse atrás na decisão de expulsá-lo do jogo.
Após a mudança para Itália em 2007/08, os problemas no seu joelho esquerdo, que já tinham afectado o atleta aquando da sua estadia em Espanha, voltariam a agudizar-se. Jorge Andrade acabaria por regressar às mesas de operação e o prognóstico médico acabaria por não ser o melhor, com os especialistas a porem grandes reservas quanto à sua continuidade no futebol profissional. Depois de rescindir com os "Transalpinos" em 2008/09, o defesa-central ainda foi tido como reforço do Málaga. Contudo, as mazelas relacionadas com a mencionada lesão fariam com que o clube espanhol recuasse no intento de contratá-lo, com o jogador, resultado desse revés, a decidir pôr um ponto final na carreira desportiva.

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