467 - DORIVA

Estrear-se-ia no início dos anos de 1990, pela mão de Telê Santana, na categoria principal do São Paulo. Ao reconhecer a sua inexperiência, o referido técnico, nos anos vindouros, fá-lo-ia rodar por outros clubes. Anapolina e Goiânia transformar-se-iam nos emblemas seguintes e tão boas seriam as suas prestações que Doriva haveria de regressar à casa-mãe. Em boa hora o faria, pois, mesmo sem conseguir impor-se como um dos indiscutíveis no "onze" titular, o “Tricolor” haveria de encetar uma série de títulos de gabarito. Contudo, após a vitória na Copa dos Libertadores e na Taça Intercontinental, ambas conquistadas em 1993, a referida falta de espaço no grupo sediado no Morumbi, levaria o médio-defensivo a seguir caminho na direcção do plantel de 1995 do XV de Piracicaba. A verdade é que, apesar do dito emblema disputar o Campeonato Paulista, no "Brasileirão" apenas militava na Serie C. Ainda assim, o jovem “trinco”, com as suas exibições, conseguiria despertar a curiosidade dos responsáveis pela selecção brasileira e, de forma surpreendente, seria convocado para, pela primeira vez, representar a "Canarinha".
Obviamente, um jogador com o potencial revelado por Doriva depressa demonstraria valor para fugir às disputas dos escalões secundários. Nesse sentido, ainda na temporada da chegada a Piracicaba, assinaria pelo Atlético Mineiro. A jogar pela agremiação de Belo Horizonte, com o triunfo na Copa Conmebol de 1997, o atleta, muito mais do que regressar aos títulos continentais, asseguraria a transferência para a Europa. Já no FC Porto, conseguiria confirmar todas as suas características futebolísticas. Com um estilo de jogo pleno de força, incansável, objectivo e com um forte remate, o médio facilmente viria a conquistar os técnicos e o público. Primeiro com António Oliveira e depois com Fernando Santos ao comando dos "Dragões", o atleta tornar-se-ia num dos pilares dos derradeiros anos do “Penta”. A qualidade apresentada nas provas lusas e, acima de tudo, nas competições sob a alçada da UEFA faria com que cimentasse um lugar na selecção “canarinha”. Com tal, garantiria igualmente a presença no Mundial de 1998 e só não sairia do referido certame como campeão, pois a França, composta por nomes como Zidane, Desailly, Thuram, Deschamps ou Henry, derrotaria o “Escrete” na final do torneio, por 3-0.
Com a saída do FC Porto para Itália, Doriva encetaria um périplo por alguns emblemas europeus – Sampdoria; Celta de Vigo; Middlesbrough; Blackpool – que, apesar dos contratos bem mais faustoso, afastá-lo-ia dos tão almejados troféus. A excepção ocorreria em Inglaterra, onde ao serviço do “Boro” venceria a edição de 2003/04 da League Cup. Já no regresso ao Brasil, para a temporada de 2007 e numa fase da carreira em que começaria a denotar-se algum declínio exibicional, o pior ainda viria a acontecer. Numa altura em que representava o Mirassol ser-lhe-iam detectados problemas cardíacos e o médio-defensivo, por conselho médico, tomaria a decisão de pôr um ponto final na caminhada como futebolista. Mais tarde regressaria à modalidade, mas, dessa feita, para abraçar as funções de treinador. Como técnico começaria no modesto Ituano. Todavia, depressa entraria para história do clube e ao conseguir, como o próprio viria a referir, um milagre, conquistaria, neste mês de Abril de 2014, o Campeonato Paulista.

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