É no final dos anos 70, que Ruud Gullit, como profissional, conhece o seu primeiro clube. Essa temporada de estreia no Haarlem, ainda que no principal escalão holandês, acabaria por ditar a despromoção da equipa. O passo atrás, muito mais do que prejudicial, permitiria ao grupo reorganizar-se. Dessa restruturação, como grande dinamizador, emergiria Gullit.
O regresso do Haarlem à “Eredivisie” tornar-se-ia numa grande surpresa. A pequena colectividade, muito para além de lutar pela manutenção, haveria de conseguir, nessa temporada de 1981/82, a qualificação para as competições europeias. Gullit, como o grande mestre da equipa, passaria a ser um dos atletas mais apetecíveis na Holanda.
Rápido, forte e com uma habilidade espantosa para o golo, o seu nome começou a ser cogitado noutros patamares. Ora, quem aproveitaria para as suas fileiras, acabaria por ser o Feyenoord. A mudança para um dos maiores clubes do país, daria os primeiros títulos à sua carreira. A “dobradinha” na época de 1983/84, acabaria por ser o ponto mais alto dessa sua passagem. No entanto, aquilo que mais se destacava era a sua evolução. Para ela, muito contribuiriam o convívio com grandes nomes do futebol, casos de Ivan Nielsen e, claro, Johan Cruijff.
Se o Feyenoord é um nome grande na Holanda, o PSV, em meados dos anos 80, preparava-se para atingir o topo da Europa. É nesse sentido que a contratação de Gullit acontece. Duas temporadas no emblema de Eindhoven, corresponderiam a mais 2 Campeonatos ganhos pelo médio ofensivo. Todavia, o grande prémio para o jogador acabaria por ser uma nova transferência.
Já com Sílvio Berlusconi como o “patrão” do Milan, a construção de uma equipa que arrasasse tanto em Itália, como pela Europa fora, era um grande desejo. Num plantel que contava com Baresi, Costacurta, Maldini, Ancelotti, Donadoni e Evani, nada melhor, só para completar o ramalhete, que a inclusão de Marco van Basten e Ruud Gullit. O conjunto, logo no ano de estreia dos dois holandeses (1987/88), venceria a “Serie A”. A caminhada, contudo, ainda não tinha atingido o topo idealizado por Berlusconi… pelo meio, o renascer da “Laranja Mecânica”.
Adiantando-se ao clube, na senda dos grandes sucessos, Gullit venceria o “Ballon d’Or” de 1987. O galardão seria dedicado a Nelson Mandela e à sua luta. Anos mais trade, o líder anti-apartheid, durante um encontro entre ambos, agradecer-lhe-ia o gesto, dizendo-lhe – “Agora muitos asseguram ser meus amigos, mas, naqueles anos, tinha muito poucos. Tu eras um dos meus soldados”*.
No ano seguinte ao do prémio da “France Football”, Gullit disputaria a 8ª edição do Europeu de selecções. O referido torneio, testemunharia o renascer de uma ideia antiga. A Holanda, mais uma vez recheada de craques, apresentava-se na Alemanha. Esse novo grupo, também ele orientado por Rinus Michels, acabaria por vingar a selecção de 1974. Numa campanha que até começaria com uma derrota frente à União Soviética, os holandeses chegariam à final. No Estádio Olímpico de Munique, ao contrário do que Cruijff, Neeskens e “companhia” tinham conseguido, esta nova “Laranja Mecânica” sairia vencedora. Depois de, nas meias-finais, afastarem a Alemanha Federal, os golos de Gullit e Marco van Basten derrotariam a U.R.S.S., abrindo caminho à conquista do troféu.
O regresso a Itália marcaria o início de um período áureo, na relação de Gullit com o Milan. Já com Frank Rijkaard nas fileiras, ele que haveria de se transferir do Sporting, os “Rossonero” conquistariam a Europa. A primeira vítima seria o Steaua de Bucareste, para, passado um ano, arrasarem com o Benfica. Destas duas finais, em 1989 e 1990, sairiam as duas Taças dos Campeões Europeus que constam na carreira de Gullit. A estas podemos ainda juntar 2 Taças Intercontinentais, 2 Supertaças Europeias e ainda, incluindo o que acima já foi referido, 3 “Scudettos”.
Apesar do papel de Gullit nesta caminhada gloriosa, a verdade é que o internacional holandês, nos derradeiros anos de Milan, haveria de perder alguma preponderância. Já sem o peso de outrora, a regularidade com era chamado à equipa, baixaria muito. Acabaria por não ser chamado à final da Taça dos Campeões Europeus de 1993 (vitória do Marseille), e, no final dessa temporada, seria emprestado à Sampdoria.
A fase final da sua carreira passá-la-ia em Inglaterra. Primeiro como jogador, e, depois, acumulando essas funções com as de treinador, Gullit defenderia as cores do Chelsea. A vitória na FA Cup (1996/97), seria o momento alto dessa sua passagem por Stamdford Bridge. Curiosa, seria também a análise que, alguns anos depois, faria desses seus últimos anos – “Quando fui do Milan para a Sampdoria e de seguida para o Chelsea, disfrutei muito mais do futebol, diverti-me mais, tive mais liberdade, expressei-me muito melhor no campo. Por sua vez, nunca mais ganhei como no Milan. Ganhei partidas, ganhei em diversão, mas nunca voltei a ganhar ao mais alto nível”*.
*retirado da entrevista conduzida por Martín Mazur, em “El Gráfico” (Maio de 2010)
O regresso do Haarlem à “Eredivisie” tornar-se-ia numa grande surpresa. A pequena colectividade, muito para além de lutar pela manutenção, haveria de conseguir, nessa temporada de 1981/82, a qualificação para as competições europeias. Gullit, como o grande mestre da equipa, passaria a ser um dos atletas mais apetecíveis na Holanda.
Rápido, forte e com uma habilidade espantosa para o golo, o seu nome começou a ser cogitado noutros patamares. Ora, quem aproveitaria para as suas fileiras, acabaria por ser o Feyenoord. A mudança para um dos maiores clubes do país, daria os primeiros títulos à sua carreira. A “dobradinha” na época de 1983/84, acabaria por ser o ponto mais alto dessa sua passagem. No entanto, aquilo que mais se destacava era a sua evolução. Para ela, muito contribuiriam o convívio com grandes nomes do futebol, casos de Ivan Nielsen e, claro, Johan Cruijff.
Se o Feyenoord é um nome grande na Holanda, o PSV, em meados dos anos 80, preparava-se para atingir o topo da Europa. É nesse sentido que a contratação de Gullit acontece. Duas temporadas no emblema de Eindhoven, corresponderiam a mais 2 Campeonatos ganhos pelo médio ofensivo. Todavia, o grande prémio para o jogador acabaria por ser uma nova transferência.
Já com Sílvio Berlusconi como o “patrão” do Milan, a construção de uma equipa que arrasasse tanto em Itália, como pela Europa fora, era um grande desejo. Num plantel que contava com Baresi, Costacurta, Maldini, Ancelotti, Donadoni e Evani, nada melhor, só para completar o ramalhete, que a inclusão de Marco van Basten e Ruud Gullit. O conjunto, logo no ano de estreia dos dois holandeses (1987/88), venceria a “Serie A”. A caminhada, contudo, ainda não tinha atingido o topo idealizado por Berlusconi… pelo meio, o renascer da “Laranja Mecânica”.
Adiantando-se ao clube, na senda dos grandes sucessos, Gullit venceria o “Ballon d’Or” de 1987. O galardão seria dedicado a Nelson Mandela e à sua luta. Anos mais trade, o líder anti-apartheid, durante um encontro entre ambos, agradecer-lhe-ia o gesto, dizendo-lhe – “Agora muitos asseguram ser meus amigos, mas, naqueles anos, tinha muito poucos. Tu eras um dos meus soldados”*.
No ano seguinte ao do prémio da “France Football”, Gullit disputaria a 8ª edição do Europeu de selecções. O referido torneio, testemunharia o renascer de uma ideia antiga. A Holanda, mais uma vez recheada de craques, apresentava-se na Alemanha. Esse novo grupo, também ele orientado por Rinus Michels, acabaria por vingar a selecção de 1974. Numa campanha que até começaria com uma derrota frente à União Soviética, os holandeses chegariam à final. No Estádio Olímpico de Munique, ao contrário do que Cruijff, Neeskens e “companhia” tinham conseguido, esta nova “Laranja Mecânica” sairia vencedora. Depois de, nas meias-finais, afastarem a Alemanha Federal, os golos de Gullit e Marco van Basten derrotariam a U.R.S.S., abrindo caminho à conquista do troféu.
O regresso a Itália marcaria o início de um período áureo, na relação de Gullit com o Milan. Já com Frank Rijkaard nas fileiras, ele que haveria de se transferir do Sporting, os “Rossonero” conquistariam a Europa. A primeira vítima seria o Steaua de Bucareste, para, passado um ano, arrasarem com o Benfica. Destas duas finais, em 1989 e 1990, sairiam as duas Taças dos Campeões Europeus que constam na carreira de Gullit. A estas podemos ainda juntar 2 Taças Intercontinentais, 2 Supertaças Europeias e ainda, incluindo o que acima já foi referido, 3 “Scudettos”.
Apesar do papel de Gullit nesta caminhada gloriosa, a verdade é que o internacional holandês, nos derradeiros anos de Milan, haveria de perder alguma preponderância. Já sem o peso de outrora, a regularidade com era chamado à equipa, baixaria muito. Acabaria por não ser chamado à final da Taça dos Campeões Europeus de 1993 (vitória do Marseille), e, no final dessa temporada, seria emprestado à Sampdoria.
A fase final da sua carreira passá-la-ia em Inglaterra. Primeiro como jogador, e, depois, acumulando essas funções com as de treinador, Gullit defenderia as cores do Chelsea. A vitória na FA Cup (1996/97), seria o momento alto dessa sua passagem por Stamdford Bridge. Curiosa, seria também a análise que, alguns anos depois, faria desses seus últimos anos – “Quando fui do Milan para a Sampdoria e de seguida para o Chelsea, disfrutei muito mais do futebol, diverti-me mais, tive mais liberdade, expressei-me muito melhor no campo. Por sua vez, nunca mais ganhei como no Milan. Ganhei partidas, ganhei em diversão, mas nunca voltei a ganhar ao mais alto nível”*.
*retirado da entrevista conduzida por Martín Mazur, em “El Gráfico” (Maio de 2010)
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