Num grupo em que as grandes estrelas eram Johan Cruyff e Soren Lerby, uma nova geração de craques parecia querer emergir na principal equipa do Ajax. Por entre Marco van Basten, Frank Rijkaard, Gerald Vanenburg e outros, Wim Kieft, como o próprio o viria a afirmar, nem era dos futebolistas mais dotados. Todavia, aquilo que o diminuía em talento era compensado por uma entrega exemplar – “Eu era o fim da linha num bom ataque e, normalmente, tinha a tarefa mais fácil. Eu não podia correr pelo campo e saltar como uma superestrela. Isso não era eu (…). Eu não era prendado. Tinha o talento para marcar e precisava de trabalhar mesmo muito”*.
A modéstia que sempre demonstrou e, talvez, até um certo embaraço, acabariam por ser a sua grande característica. A maneira intrépida como acorria aos lances ou o esforço que fazia para estar no lugar certo, eram o reflexo desse seu anti vedetismo. A responder aos passes dos colegas ou, apenas, reagindo às “sobras” de outros remates, Wim Kieft, desde os seu primeiros tempos como sénior, mostraria que, como poucos, até sabia das “artes” de ponta-de-lança. Esse seu talento, que ainda hoje continua a negar, levá-lo-ia ao topo do futebol europeu e, logo na sua 3ª temporada na equipa de Amesterdão, fá-lo-ia marcar golos suficientes para vencer a Bota d’Ouro de 1981/82.
Mas nem só de metas individuais se fez a carreira do avançado. Como é lógico num desporto colectivo, muito daquilo que conseguiria alcançar seria resultado das boas equipas onde estava inserido. Com as cores do Ajax, que vestiria até 1982/83, Wim Kieft acabaria por vencer 3 campeonatos e 1 Taça da Holanda. Já no PSV, onde ingressaria depois de uma passagem menos conseguida por Itália, repetiria os êxitos e conquistaria outros 3 campeonatos, 3 Taças e 1 Taça dos Campeões Europeus.
Na equipa nacional, o seu trajecto também seria premiado pelo sucesso. Com a estreia a acontecer em Setembro de 1981, o seu caminho com a camisola da Holanda acabaria por levá-lo à disputa dos mais importantes certames para selecções. Tendo estado presente no Mundial de 1990 e no Europeu de 1992, seria, no entanto, no primeiro grande torneio por si disputado que conseguiria a maior conquista. No Europeu de 1988, apesar da sua condição de suplente, Wim Kieft acabaria por ser essencial na caminhada vitoriosa. Na derradeira partida da fase de grupos, e quando tudo apontava para um empate, é então que o avançado salta do banco. Com uma cabeçada certeira, haveria de desfazer o zero a zero e, com esse triunfo frente à Republica da Irlanda, conseguiria garantir a passagem do seu país às meias-finais do torneio.
1988 acabaria por ser um dos melhores anos da sua carreira. No mês anterior à vitória no Euro 88, também a Alemanha (ainda RFA) testemunharia mais uma das suas conquistas. Em Estugarda, frente a um Benfica comandado por Toni, o nome do atacante faria parte do alinhamento inicial do PSV. Tendo o tempo regulamentar, tal como o prolongamento, terminado com um nulo no marcador, o que se seguiria seria a “lotaria” dos penalties. Ao contrário do azarado Veloso, Kieft não falharia na concretização do castigo máximo e ajudaria a equipa de Eindhoven a vencer essa final da Taça dos Campeões Europeus.
Tendo as passagens pelo estrangeiro – Pisa (83-86), Torino (86-87) e Bordeaux (90-91) – como os piores momentos do seu percurso profissional, seria já depois de “penduradas as chuteiras” que a sua vida tomaria um rumo indesejado. Numa altura em que já era comentador de televisão, o vício das drogas levá-lo-ia a uma situação financeiramente desesperante. Num contexto em que a sua saúde não era muito abonatória e que a pobreza já acenava de perto, eis que o antigo futebolista decide que era tempo de procurar uma cura. Recuperado da adição, voltaria aos programas desportivos e, paralelamente, lançaria um livro biográfico onde contaria todas as peripécias da sua passagem pelos relvados, como os momentos menos bons na sua existência pessoal.
A modéstia que sempre demonstrou e, talvez, até um certo embaraço, acabariam por ser a sua grande característica. A maneira intrépida como acorria aos lances ou o esforço que fazia para estar no lugar certo, eram o reflexo desse seu anti vedetismo. A responder aos passes dos colegas ou, apenas, reagindo às “sobras” de outros remates, Wim Kieft, desde os seu primeiros tempos como sénior, mostraria que, como poucos, até sabia das “artes” de ponta-de-lança. Esse seu talento, que ainda hoje continua a negar, levá-lo-ia ao topo do futebol europeu e, logo na sua 3ª temporada na equipa de Amesterdão, fá-lo-ia marcar golos suficientes para vencer a Bota d’Ouro de 1981/82.
Mas nem só de metas individuais se fez a carreira do avançado. Como é lógico num desporto colectivo, muito daquilo que conseguiria alcançar seria resultado das boas equipas onde estava inserido. Com as cores do Ajax, que vestiria até 1982/83, Wim Kieft acabaria por vencer 3 campeonatos e 1 Taça da Holanda. Já no PSV, onde ingressaria depois de uma passagem menos conseguida por Itália, repetiria os êxitos e conquistaria outros 3 campeonatos, 3 Taças e 1 Taça dos Campeões Europeus.
Na equipa nacional, o seu trajecto também seria premiado pelo sucesso. Com a estreia a acontecer em Setembro de 1981, o seu caminho com a camisola da Holanda acabaria por levá-lo à disputa dos mais importantes certames para selecções. Tendo estado presente no Mundial de 1990 e no Europeu de 1992, seria, no entanto, no primeiro grande torneio por si disputado que conseguiria a maior conquista. No Europeu de 1988, apesar da sua condição de suplente, Wim Kieft acabaria por ser essencial na caminhada vitoriosa. Na derradeira partida da fase de grupos, e quando tudo apontava para um empate, é então que o avançado salta do banco. Com uma cabeçada certeira, haveria de desfazer o zero a zero e, com esse triunfo frente à Republica da Irlanda, conseguiria garantir a passagem do seu país às meias-finais do torneio.
1988 acabaria por ser um dos melhores anos da sua carreira. No mês anterior à vitória no Euro 88, também a Alemanha (ainda RFA) testemunharia mais uma das suas conquistas. Em Estugarda, frente a um Benfica comandado por Toni, o nome do atacante faria parte do alinhamento inicial do PSV. Tendo o tempo regulamentar, tal como o prolongamento, terminado com um nulo no marcador, o que se seguiria seria a “lotaria” dos penalties. Ao contrário do azarado Veloso, Kieft não falharia na concretização do castigo máximo e ajudaria a equipa de Eindhoven a vencer essa final da Taça dos Campeões Europeus.
Tendo as passagens pelo estrangeiro – Pisa (83-86), Torino (86-87) e Bordeaux (90-91) – como os piores momentos do seu percurso profissional, seria já depois de “penduradas as chuteiras” que a sua vida tomaria um rumo indesejado. Numa altura em que já era comentador de televisão, o vício das drogas levá-lo-ia a uma situação financeiramente desesperante. Num contexto em que a sua saúde não era muito abonatória e que a pobreza já acenava de perto, eis que o antigo futebolista decide que era tempo de procurar uma cura. Recuperado da adição, voltaria aos programas desportivos e, paralelamente, lançaria um livro biográfico onde contaria todas as peripécias da sua passagem pelos relvados, como os momentos menos bons na sua existência pessoal.
*retirado do artigo em “Bleed Orange” – http://dutchsoccersite.org/ – , a 2 Fevereiro de 2016
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