817 - PEDRO SILVA

Conseguir manter-se no plantel do Palmeiras após ter saído da formação do clube, poderia ter sido um bom prenúncio para si. Contudo, e após alguns anos sem conseguir impor-se no Palestra Itália, o jovem atleta começa uma longa caminhada de empréstimos. Nesse contexto, e sempre a disputar o maior escalão brasileiro, Pedro Silva acabaria por passar por diversas colectividades. Com diferentes sortes, as referidas cedências levá-lo-iam a atravessar o país de Norte a Sul e a vestir as camisolas de Figueirense (2003), Vitória Bahia (2004), e Internacional de Porto Alegre (2005). Nos dois últimos emblemas, o lateral acabaria por ajudar à conquista dos respectivos Estaduais. Ainda assim, e com as vitórias no Campeonato Baiano e no Campeonato Gaúcho a embelezarem-lhe o palmarés, o regresso à “casa-mãe” seria mais uma vez adiado.
É nesse sentido que o defesa tem a sua primeira experiência no estrangeiro. Mais uma vez cedido pelo Palmeiras, Pedro Silva acabaria por aterrar na Europa. Em Portugal, mais concretamente na cidade de Coimbra, o jogador veste as cores da Académica. Com os “Estudantes” a disputar a 1ª divisão, a temporada de 2005/06 até correria de forma bastante positiva. Chegar-se-ia a falar na aquisição do seu “passe” por parte do clube beirão. No entanto, o preço exigido pela sua transferência, incomportável para os cofres do emblema português, levaria a que os responsáveis da “Briosa” recuassem na intenção de, em definitivo, o juntar ao plantel.
O Iraty foi a solução encontrada para o seu regresso ao Brasil. Todavia, a sua passagem pelo Estado do Paraná seria bem curta. O Santos, com Vanderlei Luxemburgo ao leme, apostaria na sua contratação. De volta a São Paulo, ao invés de aproveitar a oportunidade dada, Pedro Silva vê-se envolvido em algumas polémicas com o seu treinador. Aliás, esse tipo de episódio não seria caso isolado na sua carreira e, nos anos vindouros, outros exemplos de indisciplina seriam difundidos pela imprensa desportiva. Nesta senda, também a sua saída para o Corinthians, em razão da já referida contenda, não traria grandes resultados desportivos. Em sentido oposto, os jornais voltariam a veicular problemas de insubordinação. A direcção do emblema paulista, através de um comunicado oficial, relataria que o defesa, sem qualquer autorização, havia abandonado o estágio da equipa. Resultado: processo disciplinar e novo “empurrão porta fora”.
Mesmo sabendo do comportamento do atleta, o Sporting recebe-o de braços abertos. A aposta no lateral-direito, que também sabia colocar-se no lado oposto do campo, era de tal forma evidente que, logo no jogo da Supertaça de 2007/08, aparece como um dos titulares. Os “Leões” conseguiriam conquistar o troféu, mas Pedro Silva começa aí um calvário de lesões. Após ter saído aleijado aos 10 minutos desse encontro, e já depois de concluída a recuperação, o defesa volta ao boletim clínico. Desta feita bem mais grave, a mazela levá-lo-iam ao bloco operatório e a uma longa paragem.
Apesar deste começo atribulado, as épocas que se seguiriam seriam proveitosas para si. Como um dos principais trunfos de Paulo Bento, o atleta conseguiria vencer a oposição de Abel para a direita da defesa e acabaria por recuperar o posto. Mas muito mais do que a disputa por um lugar no “onze” inicial, a temporada de 2008/09 ficaria marcada por mais um momento controverso. Na final da Taça da Liga, encontro disputado frente ao Benfica, um “penalty” muito discutível resultaria no empate para os “Encarnados” e na expulsão de Pedro Silva. Os “Leões” acabariam derrotados na resolução por grandes penalidades e, já na cerimónia de entrega de prémios, o jogador haveria de recusar a sua medalha, arremessando-a para o meio do relvado.
A chegada de Paulo Sérgio a Alvalade marcaria o fim do seu caminho em Lisboa. Dispensado pelo novo treinador, o defesa acabaria por ser emprestado ao Portimonense. Com a despromoção dos algarvios no final dessa época de 2010/11, o atleta decide ser a altura certa para regressar ao seu país. Mais uma vez no Brasil, o lateral acabaria por entrar na derradeira fase do seu percurso como desportista. Após vestir as cores do Novo Hamburgo, ABC, ASA Arapiraca e CSA, eis que chega a hora de “pendurar as chuteiras”. Ainda assim, o antigo futebolista não ficaria muito tempo afastado da modalidade e, no decorrer desse ano de 2014, volta a Portugal para começar a sua carreira de treinador. Como técnico tem desempenhado as funções de adjunto. Desde então no Portimonense, e a cumprir idênticas tarefas, Pedro Silva começou esta temporada (2017/18) como um dos ajudantes de Vítor Oliveira.

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