819 - FIGUEIREDO

Ainda que um produto das escolas do Belenenses, a sua relação com o emblema do Restelo haveria de ser um pouco peculiar. Tendo terminado a sua formação já na segunda metade da década de 70, o empréstimo ao Lusitano de Évora, como para tantos outros jovens atletas, seria uma quase inevitabilidade. Ora, os primeiros anos como sénior, e numa altura em que já tinha sido chamado à selecção nacional s-18, passá-los-ia no Alentejo. A disputar os escalões secundários, Figueiredo, mostra ter as qualidades de alguém bem mais experiente, conseguiria afirmar-se como um bom guarda-redes.
Usado regularmente pelo emblema eborense, é já na temporada de 1982/83 que o jogador regressa à “casa-mãe”. Com a descida dos da “Cruz de Cristo”, a primeira da história do clube lisboeta, Figueiredo voltaria a enfrentar a 2ª divisão. Aliás, a sua estreia no nosso principal escalão dar-se-ia apenas duas temporadas volvidas e ao serviço de outra colectividade. Com a sua transferência para o Rio Ave, é então em Vila do Conde que o guardião faz a sua estreia nos grandes palcos do futebol português. Tendo iniciado essa campanha de 1984/85 na condição de suplente, Félix Mourinho, também seu treinador no Belenenses, entregar-lhe-ia a custódia das balizas já na recta final do Campeonato.
No evoluir da sua carreira, a temporada em que, pela primeira vez, conseguiria merecer grande destaque, seria a de 1986/87. Como titular indiscutível, muito mais do que afirmar-se como um atleta primodivisionário, Figueiredo haveria de ser elevado à condição de favorito do emblema vila-condense. As boas exibições levá-lo-iam, naquilo que seria a segunda metade do seu percurso como futebolista profissional, a mantê-lo na disputa pelas principais provas nacionais. Portimonense e Famalicão seriam os clubes que se seguiriam nessa senda e aqueles que precederiam o regresso a uma casa bem conhecida. De volta ao Estádio do Restelo, talvez tenha visto nessa nova passagem a chance de agradecer ao clube o facto de o ter lançado no mundo do desporto. É verdade que teria mais oportunidades do que naqueles primeiros anos da sua carreira. Ainda assim, e nessas 4 épocas (1991/92 a 1994/95) teria que partilhar o lugar com Pedro Espinha ou Tomislav Ivkovic.
Após ter posto um ponto final no seu percurso como atleta ao serviço do Famalicão, Figueiredo volta a aparecer no futebol nas tarefas de técnico. Vitória de Setúbal, Belenenses e Sintrense acabariam por anteceder a sua contratação pelo Olhanense. No Algarve, conheceria o homem que mudaria a sua carreira de treinador. Tendo aí começado a trabalhar com Sérgio Conceição, é, desde então, um dos elementos da sua equipa. Nesse sentido, e depois de ter passado por uma série de outros emblemas, o antigo futebolista começou a esta temporada (2017/18) a ajudar Iker Casillas, José Sá, Vaná… os guarda-redes do FC Porto.

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