Apesar de ter começado o percurso sénior ao serviço do Zorya Voroshlovgrado, seria a mudança para um dos históricos da antiga União Soviética que iria pô-lo na ribalta do futebol europeu. Mesmo tendo começado pelas divisões secundárias, as boas exibições do avançado iriam despertar a curiosidade do Dínamo de Kiev. A transferência aconteceria em 1988 e, a partir desse momento, a sua carreira mudaria.
Numa equipa recheada de estrelas e que, só no sector ofensivo, contava com Blokhin, Protasov ou Belanov, é fácil entender que a sua afirmação não foi nada fácil. Contudo, as características de Yuran seriam suficientes para que, no meio de tamanha concorrência, tivesse a confiança do mítico Valeriy Lobanovskyi. Sendo um avançado fisicamente possante, lutador e com uma boa pontaria, aos poucos iria conquistar o seu espaço. Já em 1990, talvez a sua melhor temporada no tempo da URSS, o ponta-de-lança conseguiria o destaque que há muito perseguia. Vence o Campeonato e a Taça, conquista o Europeu S-21, consegue a 1ª internacionalização com a principal selecção soviética e, em jeito de consagração, é eleito o Jogador Ucraniano do Ano.
Com o seu crescimento, dos países ocidentais começariam a surgir interessados no seu concurso. No Verão de 1991, o avançado consegue um acordo com um novo emblema. A sua chegada ao Benfica é acompanhada pela do seu companheiro de selecção, Kulkov. Aliás, para o bem e para o mal, os dois atletas fariam uma dupla inseparável. Nas “Águias” fariam parte das campanhas que levariam à vitória na Taça de Portugal de 1992/93 e na conquista do Campeonato Nacional da temporada seguinte. Por outro lado, a sua vida extra-futebol também seria alimento para os mais variados periódicos. Pior do que isso, é que esses excessos, como relembraria o técnico Toni, afectaria o bom funcionamento do plantel – “O problema, fora de campo, eram as noitadas. Aliás, nem eram as noitadas, mas o que eles faziam nessas noitadas. Lembro-me do médico ter de ir a Santo António de Cavaleiros, onde eles moravam, buscar o Iuran. 'Tenho febre', dizia ele. Está bem, está bem. 'Se tens febre o doutor vai aí ver-te!' Sabia muito aquele. Há pouco tempo, ele reconheceu que, como treinador, nunca aturaria um jogador como ele. Pudera!”*.
É após ter participado no Mundial de 1994, ele que também já tinha disputado o Euro 92, que recebe a notícia da sua dispensa. Com a troca de Toni por Artur Jorge no comando dos “Encarnados”, Yuran, tal como Kulkov, vê-se na lista de jogadores a libertar. Sem contrato, o avançado aceita o convite do FC Porto e muda-se para as Antas. Todavia, nem a mudança mudaria a atitude do jogador. Tal como na sua passagem por Lisboa, o jogador alimentar-se-ia de excessos e acabaria envolvido num acidente de viação mortal. Apesar dos comportamentos impróprios para um atleta de alta-competição, desportivamente o atacante manteria a sua importância e contribuiria para a vitória no Campeonato de 1994/95.
A passagem pela “Invicta” seria curta. Prejudicado pelo comportamento fora das “4 linhas”, o atleta, mais uma vez acompanhado por Kulkov, seria transferido um ano após a sua chegada. Daí em diante, e até “pendurar as chuteiras”, o seu percurso tornar-se-ia um pouco errante. Tendo, em primeiro lugar, voltado ao seu país, as mudanças de clube tornar-se-iam (quase) uma constante. Spartak de Moscovo (Rússia), Millwall (Inglaterra), Fortuna Düsseldorf e Bochum (Alemanha) antecederiam a sua passagem pelo Sturm Graz (Áustria) e o fim da sua carreira como futebolista.
Um par de anos após ter deixado os relvados, Yuran começaria a dedicar-se- às tarefas de treinador. Nessas funções, assumindo-se como técnico principal, conta já com experiências em diferentes clubes, com especial apetência para os emblemas do antigo bloco soviético. Como curiosidade, sublinhamos a sua passagem pelo Shinnik onde treinaria os portugueses Bruno Basto (ex-Benfica) e Ricardo Silva (ex-FC Porto).
*retirado do artigo de Pedro Candeias, http://expresso.sapo.pt/, publicado a 15/03/2014
Numa equipa recheada de estrelas e que, só no sector ofensivo, contava com Blokhin, Protasov ou Belanov, é fácil entender que a sua afirmação não foi nada fácil. Contudo, as características de Yuran seriam suficientes para que, no meio de tamanha concorrência, tivesse a confiança do mítico Valeriy Lobanovskyi. Sendo um avançado fisicamente possante, lutador e com uma boa pontaria, aos poucos iria conquistar o seu espaço. Já em 1990, talvez a sua melhor temporada no tempo da URSS, o ponta-de-lança conseguiria o destaque que há muito perseguia. Vence o Campeonato e a Taça, conquista o Europeu S-21, consegue a 1ª internacionalização com a principal selecção soviética e, em jeito de consagração, é eleito o Jogador Ucraniano do Ano.
Com o seu crescimento, dos países ocidentais começariam a surgir interessados no seu concurso. No Verão de 1991, o avançado consegue um acordo com um novo emblema. A sua chegada ao Benfica é acompanhada pela do seu companheiro de selecção, Kulkov. Aliás, para o bem e para o mal, os dois atletas fariam uma dupla inseparável. Nas “Águias” fariam parte das campanhas que levariam à vitória na Taça de Portugal de 1992/93 e na conquista do Campeonato Nacional da temporada seguinte. Por outro lado, a sua vida extra-futebol também seria alimento para os mais variados periódicos. Pior do que isso, é que esses excessos, como relembraria o técnico Toni, afectaria o bom funcionamento do plantel – “O problema, fora de campo, eram as noitadas. Aliás, nem eram as noitadas, mas o que eles faziam nessas noitadas. Lembro-me do médico ter de ir a Santo António de Cavaleiros, onde eles moravam, buscar o Iuran. 'Tenho febre', dizia ele. Está bem, está bem. 'Se tens febre o doutor vai aí ver-te!' Sabia muito aquele. Há pouco tempo, ele reconheceu que, como treinador, nunca aturaria um jogador como ele. Pudera!”*.
É após ter participado no Mundial de 1994, ele que também já tinha disputado o Euro 92, que recebe a notícia da sua dispensa. Com a troca de Toni por Artur Jorge no comando dos “Encarnados”, Yuran, tal como Kulkov, vê-se na lista de jogadores a libertar. Sem contrato, o avançado aceita o convite do FC Porto e muda-se para as Antas. Todavia, nem a mudança mudaria a atitude do jogador. Tal como na sua passagem por Lisboa, o jogador alimentar-se-ia de excessos e acabaria envolvido num acidente de viação mortal. Apesar dos comportamentos impróprios para um atleta de alta-competição, desportivamente o atacante manteria a sua importância e contribuiria para a vitória no Campeonato de 1994/95.
A passagem pela “Invicta” seria curta. Prejudicado pelo comportamento fora das “4 linhas”, o atleta, mais uma vez acompanhado por Kulkov, seria transferido um ano após a sua chegada. Daí em diante, e até “pendurar as chuteiras”, o seu percurso tornar-se-ia um pouco errante. Tendo, em primeiro lugar, voltado ao seu país, as mudanças de clube tornar-se-iam (quase) uma constante. Spartak de Moscovo (Rússia), Millwall (Inglaterra), Fortuna Düsseldorf e Bochum (Alemanha) antecederiam a sua passagem pelo Sturm Graz (Áustria) e o fim da sua carreira como futebolista.
Um par de anos após ter deixado os relvados, Yuran começaria a dedicar-se- às tarefas de treinador. Nessas funções, assumindo-se como técnico principal, conta já com experiências em diferentes clubes, com especial apetência para os emblemas do antigo bloco soviético. Como curiosidade, sublinhamos a sua passagem pelo Shinnik onde treinaria os portugueses Bruno Basto (ex-Benfica) e Ricardo Silva (ex-FC Porto).
*retirado do artigo de Pedro Candeias, http://expresso.sapo.pt/, publicado a 15/03/2014
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