877 - MONDRAGÓN

De ascendência libanesa, Faryd Mondragón nasceria na cidade colombiana de Cali. Seria nessa mesma localidade que no Deportivo local, daria os primeiros passos de um percurso que quase atingiria as duas décadas e meia.
Depois de, nos primeiros anos de carreira, ter cirandado por alguns emblemas do seu país e pelos paraguaios do Cerro Porteño, é a ida para a Argentina que começa a solidificar o seu percurso a nível de clubes. Curiosamente, e mesmo antes de conseguir afirmar-se numa colectividade, Mondragón já fazia parte de um restrito grupo de atletas que, no início dos anos 90, era visto como a elite do futebol colombiano. Nesse sentido, a chamada aos Jogos Olímpicos de Barcelona, seguidas das presenças na Copa América de 1993 e Mundial de 1994, serviria para atestar todas as expectativas criadas à sua volta.
A passagem pelo Argentino Juniors e, mais tarde, a sua transferência para o Independiente mostrariam Mondragón como um dos melhores guardiões da América do Sul. No emblema de Avellaneda onde, no cômputo de 3 diferentes períodos, passaria 6 temporadas, o atleta ganharia alguns dos mais importantes troféus da sua carreira. Mesmo sem conseguir ajudar os “Diablos Rojos” a conquistar a liga argentina, a sua presença no “onze” seria importante para que, em 1995, a Recopa Sudamericana e a Supercopa Libertadores acabassem nos escaparates do clube.
Claro está que a projecção que começava a ter, torná-lo-ia num alvo apetecível por outras paragens. Do outro lado do oceano começariam a surgir propostas pela sua contratação e o atleta, não podendo virar as costas a tais oportunidades, faria as malas e viajaria para a Europa. Contudo, aquilo que é o sonho de muitos futebolistas sul-americanos, para Mondragón não passaria de uma má experiência. A época de 1998/99, já depois de mais uma presença no Campeonato do Mundo, seria passada ao serviço do Real Zaragoza. Essa campanha, apesar da esperança nela depositada, ficaria abaixo das expectativas. Poucas presenças em campo e, no final da referida época, o regresso à Argentina.
Não tardou muito até que o guarda-redes voltasse a aventurar-se pelo “Velho Continente”. Em 2000, o jogador chega a França para jogar pelo Metz. Dessa feita, a história até parecia encaminhar-se para um desfecho completamente diferente. Todavia, e apesar da preponderância conquistada no seio do plantel gaulês, o desfecho da temporada traria mais um “amargo de boca” ao percurso do guarda-redes. Acusado de usar um passaporte grego falso, o futebolista acabaria em tribunal. Mesmo tendo o clube alegado que os lugares para extra-comunitários não estavam preenchidos, a sansão desportiva também não tardou. Impedido de jogar em França, o atleta não teve outra alternativa senão procurar abrigo noutras paragens.
Curiosamente, a trapalhada vivida em França levá-lo-ia a uma boa experiência. A opção encontrada empurrá-lo-ia até à Turquia. Contratado pelo Galatasaray, o guarda-redes conseguiria jogar regularmente e, acima de tudo, assumiria um papel importante aos olhos da massa adepta. Nas 6 temporadas passadas em Istambul, e com os títulos conquistados em 2001/02 e 2005/06, Mondragón sagrar-se-ia, pela primeira vez na sua carreira, campeão nacional.
Mesmo com uma passagem marcada pela regularidade, a última época ao serviço do emblema turco seria especialmente positiva. Tanto assim foi que, mesmo tendo em conta os 37 anos, o FC Köln não hesitaria no momento de o contratar. Na Bundesliga os seus níveis exibicionais manter-se-iam elevados. Claro está que a idade começaria a pesar e, mesmo depois de ultrapassar a barreira dos 40, o fim do seu percurso profissional não parecia estar à vista. Philadelphia Union e o regresso ao Deportivo Cali, completariam o resto da sua carreira. No entanto, a sua caminhada não chegaria ao fim sem antes conseguir mais uma bela marca para o seu palmarés. Convocado para o Mundial de 2014, a sua entrada na partida frente ao Japão quebraria mais um recorde. Com 43 anos e 3 dias, Mondragón, ultrapassando o camaronês Roger Milla, tornar-se-ia no atleta mais velho a disputar uma fase final do Campeonato do Mundo.

1 comentário:

RF disse...

Um guarda-redes excêntrico, na linha da tradição de guardiões colombianos.