962 - AGOSTINHO

Com presenças regulares nos diversos patamares das jovens selecções nacionais, Agostinho perfilava-se para ser uma das grandes estrelas do futebol português. A participação no Europeu sub-16 de 1992 e, numa altura em que já tinha feito a sua estreia pelo escalão sénior do seu clube, a chamada ao Mundial sub-20 de 1995, serviriam para sublinhar toda a esperança nele depositada.
Logo após essa presença no Campeonato do Mundo organizado no Qatar, os rumores da sua transferência começariam a circular nos títulos dos jornais. Remontando a sua estreia na equipa principal do Vitória de Guimarães à temporada de 1993/94, os resultados apresentados nas duas campanhas realizadas até aí davam azo a muitas especulações. Mesmo sem conseguir conquistar um lugar como titular, o extremo, pelo potencial revelado, era um atleta apetecível. Vaticinado pelos periódicos desportivos como futuro jogador, a exemplo, do Benfica, a verdade é que o destino do jovem esquerdino acabaria por ser bem diferente.
Sem conseguir resistir ao “glamour” do Real Madrid, o atacante acabaria por rumar a Espanha. Nos “Merengues”, sem lugar no conjunto principal, Agostinho acabaria por ser integrado nos trabalhos da equipa “B”. Daí até à transferência para o Sevilla seria um pequeno salto. Contudo, tanto num emblema como no outro, a desilusão seria o único resultado da mudança para o “país vizinho”. Nem a presença de Toni no clube andaluz daria ao atacante a força necessária para vencer o novo desafio. O extremo esquerdo acabaria por não conseguir impor-se nessa temporada de1995/96 e só após alguns anos eclipsado nos escalões secundários é que o futebolista português voltaria a ter a chance de conseguir estrear-se na “La Liga”.
Após passagens pelo Salamanca e pelo Las Palmas, a sua ida para o Málaga voltaria a pô-lo na rota dos grandes palcos. Tendo sido contratado para a temporada de 1998/99, o final dessa campanha e a promoção alcançada no final da mesma, dariam a oportunidade para Agostinho disputar o escalão máximo do futebol espanhol. Ao contrário do que até então tinha acontecido, o avançado, finalmente, conseguiria mostrar a sua habilidade. Com presenças regulares nas fichas de jogo, o atleta viveria essas duas campanhas primodivisionárias como, provavelmente, as melhores da sua carreira.
Daí em diante o seu trajecto voltaria a entrar numa errância que, em pouco, o beneficiaria. Paris Saint-Germain e o regresso à 1ª divisão “lusa” pelas mãos do Moreirense seriam os passos iniciais de um trajecto que retomaria as constantes mudanças da fase inaugural da sua caminhada profissional. Entre Portugal e Espanha acabariam divididas as apostas feitas por si. Nesse desenrolar, destaque para a temporada de 2005/06, durante a qual o Rio Ave representaria a derradeira experiência entre os “grandes”. Poli Ejido, Felgueiras, Valdevez, Palencia e mais alguns emblemas de cariz amador seriam os nomes que também colorariam esse último período.

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