970 - ABEL MIGLIETTI

Com os louros alcançados ao serviço do Ferroviário de Lourenço Marques, Abel Miglietti viaja para Lisboa para dar continuidade à sua carreira desportiva. À imagem de Zeca, o seu irmão mais velho, o avançado chega a Portugal para representar o Benfica. Visto como uma grande promessa, e após a passagem pelas “reservas” benfiquistas, é na temporada de 1968/69 que consegue estrear-se na categoria principal. Pela mão de Otto Glória, entra a substituir Jaime Graça numa partida referente ao Campeonato Nacional, frente ao Vitória de Setúbal. No entanto, e apesar desse arranque inicial sob a batuta do treinador brasileiro, o atacante poucas mais oportunidades teria para mostrar as suas habilidades.
A mudança para o FC Porto traduzir-se-ia também numa alteração de paradigmas na carreira do futebolista. De escolha secundária nos “Encarnados” (considerem isto um eufemismo!), Abel Miglietti tornar-se-ia numa das principais figuras do plantel “Azul e Branco”. Apesar de ter sido orientado, numa altura de alguma instabilidade desportiva para os lados das Antas, por diversos treinadores, a verdade é que, para todos eles, a sua chamada ao “onze” passaria a ser de enorme constância.
A importância conquistada nas manobras tácticas do clube, mormente pela sua aptidão física e combatividade, reflectir-se-ia também na sua estreia pela selecção nacional. Com a primeira chamada a acontecer num “amigável” frente ao Chipre, Abel Miglietti ainda alcançaria outras 3 internacionalizações por Portugal. Este período, decorrente das 5 temporadas disputadas de “Azul e Branco”, revelariam um jogador com grande apetência para as movimentações no último terço do terreno de jogo. Com quase centena e meia de partidas oficiais disputadas pelo FC Porto e 76 golos concretizados, o avançado tornar-se-ia num dos grandes nomes do clube, nos anos 70. Faltaram-lhe os títulos. Sem qualquer troféu conquistado na sua passagem pela “Cidade Invicta”, as vitórias no seu palmarés – 1 Campeonato e 2 Taças de Portugal – remetê-lo-iam para a sua experiência no Estádio “da Luz”.
Com a última temporada nos “Dragões”, a de 1974/75, a correr abaixo das expectativas, o fim da sua ligação ao FC Porto aconteceria com alguma naturalidade. Seguir-se-iam no seu percurso outros emblemas. Contudo, Abel Miglietti começaria a afastar-se nos níveis exibicionais demonstrados em anos anteriores. Vitória de Guimarães, Beira-Mar e Penafiel seriam os clubes que se seguiriam na sua carreira e os que, 1 época em cada um deles, acompanhariam o atleta nas derradeiras campanhas primodivisionárias. No capítulo final da sua história como futebolista, do qual faz parte uma experiência nos Estados Unidos da América, tempo ainda para vestir as camisolas de Desportivo das Aves, Paredes e Leixões.

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