Contratado ao Vasco da Gama a meio da temporada de 1978/79, Eldon chegaria à Académica como um dos reforços capaz de inverter a má posição do clube na tabela classificativa. Infelizmente para os “Estudantes”, a tendência demonstrada na primeira metade da referida campanha manter-se-ia como uma constante. Com o fim do Campeonato, o emblema conimbricense acabaria despromovido. No entanto, e mesmo com a descida de escalão a assumir um papel negativo, algo de grande haveria de retirar-se de tamanho insucesso. Nessa perspectiva, o ganho de um avançado de referência transformar-se-ia num dado indiscutível.
Foi por ser tido como bom modelo que a sua continuidade nunca chegaria a sofrer qualquer contestação. Oportunista e bom no jogo aéreo, a sua generosidade física era mais um dos seus atributos de sucesso. Tais qualidades, muito mais do que colocarem o avançado na linha da frente, mantê-lo-iam como um dos melhores atletas no plantel “estudantil”. O seu estatuto, ainda hoje recordado com saudade, seria alicerçado na sua vontade e no que o número de golos conseguiria testemunhar. Essa aferição contabilística teria um dos momentos altos aquando de mais uma passagem da Académica pela 2ª divisão. Mesmo tendo em conta o contexto competitivo, é impossível não louvar a quase meia centena de remates certeiros conseguidos por Eldon no decorrer da temporada de 1982/83.
Seria esse pragmatismo numérico que catapultaria o avançado para outro patamar. Uma campanha com as cores do Vitória de Guimarães e logo um dos “3 grandes” seguiria no seu encalço. A proposta do Sporting seria aceite e Eldon, passado apenas um ano sobre a sua chegada à cidade minhota, mudar-se-ia para a capital. Porém, a sua integração no plantel leonino, que à partida já se adivinhava árdua, tornar-se-ia numa luta ingrata. Com Jordão e Manuel Fernandes a assumirem a dianteira, também as presenças somadas de Saucedo, Forbs, Fernando Cruz e, na sua segunda temporada de “Leão” ao peito, de Ralph Meade tornariam a afirmação do ponta-de-lança brasileiro num trabalho deveras difícil.
Ainda assim, a primeira campanha em Alvalade até terminaria com um saldo positivo. Pior seria a época de 1985/86. Nessa segunda temporada, Eldon já não conseguiria esgrimir argumentos para, com alguma regularidade, justificar a sua presença em campo. Nesse contexto, a sua saída de Alvalade acabaria por fazer algum sentido. O Marítimo seria o emblema seguinte na sua caminhada profissional. Apesar de positiva, a aposta não sustentaria o jogador por muito tempo na Madeira. A Académica, como uma paixão incontornável, voltaria a chamar por si. O apelo para o seu regresso surgiria como algo inegável. O avançado retornaria a Coimbra para fechar um ciclo que, nas margens do Mondego, conheceria os melhores momentos.
Com o seu falecimento em 2017, a memória do antigo atleta renovar-se-ia. Da Académica surgiria uma mensagem de pesar, na qual ficaria bem patente a grande admiração e seu peso na narrativa da instituição – “Hoje é, definitivamente, um dia triste para a Académica. Faleceu esta quinta-feira Eldon, um dos grandes jogadores da História da Briosa (…). Em 219 jogos, Eldon marcou 134 golos com a camisola da Académica. É o terceiro melhor marcador da nossa história. Grande e eterno jogador da Briosa, ainda melhor nos valores humanos e na alegria com que sempre vestiu a nossa camisola. Um verdadeiro exemplo e um ícone da Académica”*.
*retirado do artigo publicado em www.ojogo.pt, a 22/09/2017
Foi por ser tido como bom modelo que a sua continuidade nunca chegaria a sofrer qualquer contestação. Oportunista e bom no jogo aéreo, a sua generosidade física era mais um dos seus atributos de sucesso. Tais qualidades, muito mais do que colocarem o avançado na linha da frente, mantê-lo-iam como um dos melhores atletas no plantel “estudantil”. O seu estatuto, ainda hoje recordado com saudade, seria alicerçado na sua vontade e no que o número de golos conseguiria testemunhar. Essa aferição contabilística teria um dos momentos altos aquando de mais uma passagem da Académica pela 2ª divisão. Mesmo tendo em conta o contexto competitivo, é impossível não louvar a quase meia centena de remates certeiros conseguidos por Eldon no decorrer da temporada de 1982/83.
Seria esse pragmatismo numérico que catapultaria o avançado para outro patamar. Uma campanha com as cores do Vitória de Guimarães e logo um dos “3 grandes” seguiria no seu encalço. A proposta do Sporting seria aceite e Eldon, passado apenas um ano sobre a sua chegada à cidade minhota, mudar-se-ia para a capital. Porém, a sua integração no plantel leonino, que à partida já se adivinhava árdua, tornar-se-ia numa luta ingrata. Com Jordão e Manuel Fernandes a assumirem a dianteira, também as presenças somadas de Saucedo, Forbs, Fernando Cruz e, na sua segunda temporada de “Leão” ao peito, de Ralph Meade tornariam a afirmação do ponta-de-lança brasileiro num trabalho deveras difícil.
Ainda assim, a primeira campanha em Alvalade até terminaria com um saldo positivo. Pior seria a época de 1985/86. Nessa segunda temporada, Eldon já não conseguiria esgrimir argumentos para, com alguma regularidade, justificar a sua presença em campo. Nesse contexto, a sua saída de Alvalade acabaria por fazer algum sentido. O Marítimo seria o emblema seguinte na sua caminhada profissional. Apesar de positiva, a aposta não sustentaria o jogador por muito tempo na Madeira. A Académica, como uma paixão incontornável, voltaria a chamar por si. O apelo para o seu regresso surgiria como algo inegável. O avançado retornaria a Coimbra para fechar um ciclo que, nas margens do Mondego, conheceria os melhores momentos.
Com o seu falecimento em 2017, a memória do antigo atleta renovar-se-ia. Da Académica surgiria uma mensagem de pesar, na qual ficaria bem patente a grande admiração e seu peso na narrativa da instituição – “Hoje é, definitivamente, um dia triste para a Académica. Faleceu esta quinta-feira Eldon, um dos grandes jogadores da História da Briosa (…). Em 219 jogos, Eldon marcou 134 golos com a camisola da Académica. É o terceiro melhor marcador da nossa história. Grande e eterno jogador da Briosa, ainda melhor nos valores humanos e na alegria com que sempre vestiu a nossa camisola. Um verdadeiro exemplo e um ícone da Académica”*.
*retirado do artigo publicado em www.ojogo.pt, a 22/09/2017
Sem comentários:
Enviar um comentário