Com o percurso formativo a terminar no Dramático, bastaria uma temporada na equipa sénior, que militava apenas nos “regionais” de Lisboa, para que o Barreirense reparasse nas suas qualidades como jogador. A transferência, que levaria o jovem extremo de Cascais para a Margem Sul do Rio Tejo, acabaria também por catapultá-lo para a 1ª divisão. Na equipa comandada pelo mítico Manuel de Oliveira, Cepeda, progressivamente, começaria a ganhar algum espaço. Estrear-se-ia no “derby” frente à CUF, mas, na viragem para a 2ª metade da campanha de 1969/70, uma grave lesão iria comprometer o resto da sua temporada.
Como resultado de tal revés, Cepeda aceitaria dar continuidade à sua caminhada no Estoril Praia. No emblema da sua terra natal, no que poderia ter sido visto como um passo atrás, o atacante acabaria por construir as bases de uma evolução sustentada. Com a colectividade a disputar a 3ª divisão, o jogador, no seio de um plantel maioritariamente amador, tornar-se-ia numa das figuras mais cotadas. Já sob a alçada de Jimmy Hagan, a temporada de 1973/74 serviria para lançar o regresso do emblema “canarinho” ao patamar máximo do futebol português. Sendo uma das principais peças da referida demanda, o extremo-esquerdo ajudaria o conjunto a uma notável senda de boas exibições. Com duas subidas em dois anos consecutivos, os da Linha de Cascais conseguiriam concretizar o sonho de voltar a competir entre os “grandes”. Quem também aproveitaria a oportunidade seria Cepeda, que, ao mais alto nível, transformar-se-ia num intérprete de referência.
Após 3 anos a disputar a 1ª divisão, Cepeda seria convidado a mudar-se para o Belenenses. Aproveitando a presença de António Medeiros no comando técnico dos “Azuis”, o extremo aceitaria o desafio. Com o referido treinador, que também tinha orientado o atleta nos “Canarinhos”, o avançado acabaria por viver um dos momentos mais caricatos da sua carreira – “No encontro da primeira volta, que os azuis venceram por 2-1, o treinador, que tinha saído do Estoril para o Belenenses, considerou que os balneários da Amoreira não tinham condições. Daí que tenha mandado os jogadores equiparem-se todos no autocarro e, no fim, levou a equipa a tomar banho no Restelo”*. Nova provocação, dessa feita protagonizada pelo Presidente do Estoril Praia, chegaria com a 2ª metade do Campeonato. Jorge Dias entregaria a Cepeda uma boca de chuveiro, com o recado que a peça deveria ser oferecida ao seu treinador.
Entre 1978 e 1982, 4 seriam as temporadas vividas com a “Cruz de Cristo” ao peito. A sua passagem pelo Belenenses alimentaria, ainda mais, o seu estatuto de cariz primodivisionário. Mesmo a jogar pouco durante a última campanha, o que já tinha alcançado nos anos anteriores seria suficiente para inscrever o seu nome na história do clube. Com o fim da carreira já bem próximo, ter-lhe-á faltado, por certo, duas coisas. A primeira, e ao “pendurar aos chuteiras” ao serviço do Pêro Pinheiro, ter terminado o percurso desportivo num dos dois emblemas mais marcantes da sua caminhada profissional. A outra seria a falta de oportunidade para vestir, fosse em que patamar fosse, a “camisola das quinas”.
*retirado de artigo publicado em www.record.pt, a 12/03/2015
Como resultado de tal revés, Cepeda aceitaria dar continuidade à sua caminhada no Estoril Praia. No emblema da sua terra natal, no que poderia ter sido visto como um passo atrás, o atacante acabaria por construir as bases de uma evolução sustentada. Com a colectividade a disputar a 3ª divisão, o jogador, no seio de um plantel maioritariamente amador, tornar-se-ia numa das figuras mais cotadas. Já sob a alçada de Jimmy Hagan, a temporada de 1973/74 serviria para lançar o regresso do emblema “canarinho” ao patamar máximo do futebol português. Sendo uma das principais peças da referida demanda, o extremo-esquerdo ajudaria o conjunto a uma notável senda de boas exibições. Com duas subidas em dois anos consecutivos, os da Linha de Cascais conseguiriam concretizar o sonho de voltar a competir entre os “grandes”. Quem também aproveitaria a oportunidade seria Cepeda, que, ao mais alto nível, transformar-se-ia num intérprete de referência.
Após 3 anos a disputar a 1ª divisão, Cepeda seria convidado a mudar-se para o Belenenses. Aproveitando a presença de António Medeiros no comando técnico dos “Azuis”, o extremo aceitaria o desafio. Com o referido treinador, que também tinha orientado o atleta nos “Canarinhos”, o avançado acabaria por viver um dos momentos mais caricatos da sua carreira – “No encontro da primeira volta, que os azuis venceram por 2-1, o treinador, que tinha saído do Estoril para o Belenenses, considerou que os balneários da Amoreira não tinham condições. Daí que tenha mandado os jogadores equiparem-se todos no autocarro e, no fim, levou a equipa a tomar banho no Restelo”*. Nova provocação, dessa feita protagonizada pelo Presidente do Estoril Praia, chegaria com a 2ª metade do Campeonato. Jorge Dias entregaria a Cepeda uma boca de chuveiro, com o recado que a peça deveria ser oferecida ao seu treinador.
Entre 1978 e 1982, 4 seriam as temporadas vividas com a “Cruz de Cristo” ao peito. A sua passagem pelo Belenenses alimentaria, ainda mais, o seu estatuto de cariz primodivisionário. Mesmo a jogar pouco durante a última campanha, o que já tinha alcançado nos anos anteriores seria suficiente para inscrever o seu nome na história do clube. Com o fim da carreira já bem próximo, ter-lhe-á faltado, por certo, duas coisas. A primeira, e ao “pendurar aos chuteiras” ao serviço do Pêro Pinheiro, ter terminado o percurso desportivo num dos dois emblemas mais marcantes da sua caminhada profissional. A outra seria a falta de oportunidade para vestir, fosse em que patamar fosse, a “camisola das quinas”.
*retirado de artigo publicado em www.record.pt, a 12/03/2015
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