1061 - MARTINHO

Chamado aos trabalhos da selecção júnior de Portugal, Martinho, antes ainda de encetar a sua caminhada como sénior, conseguiria, em Fevereiro de 1971, estrear-se com a “camisola das quinas”. Essa partida frente à França marcaria a sua única internacionalização. Ainda assim, a aposta feita na altura, não sairia defraudada. O defesa daria seguimento à carreira em Coimbra e, ao longo dos anos, cimentar-se-ia não só como um atleta respeitado, mas como uma das históricas figuras da “Briosa”.
Seria na temporada de 1971/72, numa Académica apurada para as competições europeias, que António Martinho daria os primeiros passos na categoria principal. Com um caminho difícil de trilhar, muito por culpa da grande qualidade do plantel formado para essa e para as campanhas seguintes, o defesa esquerdo acabaria, em diversas situações, por ver-se vetado à condição de segunda escolha.
Como prova da sua tenacidade e do seu valor desportivo, o atleta haveria de conservar o seu lugar no plantel dos “Estudantes”. Já em 1976/77, pela mão do treinador Juca, o jogador passaria a assumir a titularidade. A confiança depositada pelo técnico, o mesmo que, anos antes, o tinha acolhido em Coimbra, finalmente daria ao jogador a visibilidade merecida. Apesar dos altos e baixos da sua carreira, avaliação que até poderá ter posto em causa o seu valor desportivo, a faceta humana exibida durante todos esses anos, faria de Martinho um exemplo aos olhos de colegas, adversários e seguidores do emblema conimbricense. O reconhecimento desse seu valor chegaria sob a forma de braçadeira. O estatuto de “capitão”, muito mais do que uma prova de gratidão, serviria para coroar a dedicação demonstrada, num trajecto que atingiria a década.
Depois de 10 temporadas com as cores da Académica, a caminhada de Martinho seguiria outro rumo. Ao deixar Coimbra, o defesa prosseguiria a carreira não muito longe da “Cidade dos Estudantes”. Indo um pouco mais para Sul, o atleta abraçaria o projecto de um emblema recém-regressado ao patamar maior do futebol nacional. Na União de Leiria, entregando-se com a mesma fidelidade com que tinha vivido até aí, acrescentaria mais 5 campanhas ao seu percurso futebolístico. Nas margens do Rio Lis, num cômputo que traria à sua carreira 9 épocas no escalão máximo, selaria também a derradeira aparição no contexto primodivisionário. Depois, viria ainda o Marinhense e, já na segunda metade da década de 1980, o fim de uma bonita carreira.
Mesmo afastado da alta-roda competitiva, António Martinho seria incapaz de desligar-se do mundo desportivo. Assumindo alguns cargos ligados ao Município de Leiria, o antigo futebolista dar-se-ia a conhecer como Vereador do Desporto ou na gestão da empresa que administra o Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa.

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