1091 - FRAGUITO

Por razão da mudança dos pais para o Brasil, a sua paixão pelo futebol seria alimentada com o ingresso nas “escolas” do Fluminense. Regressaria a Portugal já na plenitude da adolescência, mas logo arranjaria abrigo para as habilidades com a bola. No Vila Real, ainda em idade de formação, começaria a jogar pelos seniores. À custa de tanto surpreender os adeptos, alguém faria chegar uma carta à Federação Portuguesa de Futebol a relatar as suas capacidades. Depois de ser chamado para alguns testes, Fraguito agradaria e ainda como atleta do emblema transmontano, começaria a representar os juniores nacionais.
Com tamanha evolução, o Boavista apostaria na contratação do jovem praticante. Com a mudança para o Bessa a acontecer na temporada de 1970/71, a sua capacidade futebolística faria com que não estranhasse o salto competitivo. Utilizado com bastante regularidade por Fernando Caiado e pelos treinadores seguintes, seriam necessárias apenas 2 campanhas com a camisola axadrezada para que conseguisse subir um novo degrau. Com a viagem para Lisboa, o Sporting serviria para sublinhá-lo como um elemento dono de uma mestria ímpar. Com uma excelente visão de jogo e uma técnica estonteante, Fraguito instalar-se-ia em Alvalade para, de forma quase automática, ser proclamado como um grande condutor de jogo. Ao conquistar um lugar de destaque no miolo do sector intermediário, o atleta passaria a ser um dos pilares da equipa e o responsável por alavancar uma série de conquistas.
A vitória em 2 Campeonatos Nacionais e 2 Taças de Portugal tornar-se-iam no grande destaque da sua passagem pelo Sporting Clube de Portugal. Também como elemento do grupo “leonino”, Fraguito conseguiria chegar à principal selecção lusa. Com a estreia a acontecer em Novembro de 1973, essa partida disputada frente à Irlanda do Norte, daria início a uma caminhada que terminaria apenas com 6 internacionalizações*. Poucos jogos para um tão talentoso jogador, dirão alguns! A verdade é que as várias lesões e operações a que teve de sujeitar-se ao longo da carreira, acabariam por afectar muitos aspectos da mesma. Não só ao serviço dos “Leões”, numa afirmação pouco cabal, sairia prejudicado pelas mazelas. Como já deixei adivinhar, por razão da frequência e gravidade dos episódios médicos, foram muitas as chamadas à “equipa das quinas” que acabariam subtraídas ao seu percurso.
Seria muito por culpa da rápida deterioração física que Fraguito, ainda sem completar 30 anos de idade, deixaria o Sporting. Ao fim de 9 temporadas, o médio decidiria ser a altura certa para abandonar os palcos maiores do nosso futebol e, nos escalões secundários e distritais, continuar a alimentar a paixão pela modalidade. Seria nesse contexto que também daria os primeiros passos como treinador. Ao mesmo tempo que desempenha as suas tarefas como funcionário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o antigo médio tem mantido a ligação ao futebol em emblemas de cariz “regional”, mormente associado à formação de novos jogadores.

*incluída a partida que Portugal disputou frente a uma selecção de Goiás, a 09/03/1975

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