1092 - RUI FRANÇA

Apesar de um trajecto pintalgado pelas “escolas” do FC Porto e do Boavista, seria a outro emblema da “Cidade Invicta” que a carreira de Rui França ficaria intimamente ligada. Depois de terminar a formação nos “Axadrezados”, o médio ainda passaria pelos seniores do Estarreja. Curta a experiência, visto que, logo no ano seguinte, Rui França viria a ser contratado pelo Sport Comércio e Salgueiros. Essa temporada de 1982/83 transformar-se-ia num marco para o seu percurso futebolístico e o primeiro passo para uma jornada de 11 anos consecutivos a envergar a mesma camisola.
A estreia com as cores do Salgueiros serviria também para o jovem jogador dar os passos iniciais na 1ª divisão. Ainda sem o traquejo necessário à conquista indiscutível da titularidade, os dois primeiros anos em Paranhos, com o de estreia a ser orientado por Henrique Calisto, trariam poucas oportunidades ao atleta. Nesse evoluir, ajudado por algumas mudanças perpetradas no seio plantel, a temporada de 1984/85 marcaria um ponto de viragem. Com o regresso do treinador supranomeado e as saídas dos médios João Silva e Luís Pereira, o lugar no centro do terreno abrir-se-ia para a sua entrada.
A partir da campanha referida no parágrafo anterior, Rui França, muito mais do que passar a jogar com uma regularidade aceitável, começaria a ser tido como um dos pilares do conjunto portuense. À medida da progressão demonstrada pelo médio, a preponderância do futebol praticado por si no sector intermediário salgueirista continuaria a aumentar. Com o virar de uma das mais importantes páginas da história da colectividade, o atleta, sem grande surpresa, transformar-se-ia numa das caras dessa proeza. Em 1990/91, ao ser um dos atletas mais utilizados por Zoran Filipovic, em muito contribuiria para a melhor classificação de sempre do clube na 1ª divisão. Depois do 5º lugar alcançado no Campeonato Nacional, viria a participação do Salgueiros nas provas europeias e a competir na Taça UEFA, Rui França entraria de início nas 2 mãos disputadas frente ao Cannes, emblema francês onde despontava um jovem de nome Zinédine Zidane.
Curiosamente, a época seguinte à da presença nas pelejas continentais, seria a última de Rui França no Salgueiros. Seguir-se-ia, ainda na 1ª divisão, a experiência ao serviço do Beira-Mar. Porém, o fim da sua carreira estava para breve e Rui França, após as passagens pelo Desportivo das Aves e do Cucujães, daria por terminada a caminhada como futebolista. Depois de “penduradas as chuteiras”, no mesmo emblema onde havia tomado a decisão de assumir o final do trajecto enquanto atleta, encetaria a senda como treinador. Nas novas funções, tem trilhado caminho pelos escalões secundários, com a passagem pelo Sporting da Covilhã, Oliveira do Bairro, Coimbrões ou Cesarense, como algumas das jornadas mais emblemáticas.

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