1109 - JOSÉ ROMÃO

Natural de Beja, seria nessa cidade alentejana que José Romão daria os primeiros passos no futebol. Depois de um percurso formativo feito com as cores do Despertar Sport Clube, seria a mudança para o Desportivo que acabaria por apadrinhar a sua promoção ao patamar sénior.
Apesar de apenas disputar a 3ª divisão nacional, os bons desempenhos do extremo-direito levariam o Vitória de Guimarães a aferir em si um bom reforço para os anos vindouros. Pouco tempo passado após a sua estreia na equipa principal da colectividade bejense, o atacante, com a viagem para a “Cidade Berço”, passaria a viver uma realidade competitiva bem diferente daquela a que estava habituado. Com os vimaranenses a disputar o escalão máximo do futebol nacional, a grandeza do salto dado pelo atleta poderá explicar o vivido nos anos seguintes à sua chegada ao novo clube. No Minho, entre 1971 e 1976, poucas seriam as oportunidades que o atacante conseguiria alcançar. A escassez de jogos feitos pelo primeiro conjunto levá-lo-ia a procurar uma nova solução e a atravessar um largo período afastado das mais importantes decisões do futebol português.
Com passagens pela AD Fafe, Penafiel, Rio Pele e Ginásio de Alcobaça, a experiência de José Romão na 2ª divisão terminaria com a promoção do último emblema arrolado no começo deste parágrafo. Com a colectividade pertencente à Associação de Futebol de Leiria a conseguir estrear-se na 1ª divisão nessa temporada de 1982/83, o nome do avançado ficaria, incontornavelmente, ligado à história do clube. Idêntico elo conseguiria na ligação ao Vizela. Depois de uma época em que, ainda na condição de jogador, ajudaria o emblema minhoto na subida de divisão, a campanha de 1984/85 levá-lo-ia a assumir o comando técnico da equipa e, com isso, a tornar-se no primeiro treinador a orientar o clube no patamar máximo do Campeonato Nacional.
Aliás, seria no desempenho das funções de treinador que José Romão mais conseguiria destacar-se. No referido papel, cimentar-se-ia como um nome incontornável no teatro primodivisionário. Para além do Vizela, também o Penafiel, Desportivo de Chaves, Vitória de Setúbal, Famalicão, Belenenses, Tirsense, Académica e Alverca fariam parte do seu trajecto profissional. Com tamanho traquejo a enriquecer o seu currículo, o convite por parte da Federação Portuguesa de Futebol, serviria como reconhecimento do seu bom desempenho. Começaria, na campanha de apuramento e fase final do Mundial de 2002, como adjunto de António Oliveira. Passaria, depois, a trabalhar com os conjuntos sub-21 e “olímpicos” de Portugal, com os quais, respectivamente, disputaria o Euro 2004 e, ainda no mesmo ano, o torneio de futebol dos Jogos de Atenas.
Depois de cumprida a etapa na Federação, José Romão, ao dar seguimento ao seu papel como treinador, passaria a orientar equipas estrangeiras. Marrocos, Catar e Kuwait apresentar-se-iam como os novos cenários competitivos do técnico português. Apesar das boas prestações nos países do Médio Oriente, seria na nação magrebina que o “timoneiro” luso alcançaria maior sucesso. Após ter conseguido vencer o Campeonato em 2005/06 ao serviço do WAC, o seu regresso a Casablanca, dessa feita à frente dos destinos do Raja, levá-lo-ia, em 2008/09, a repetir a vitória na principal competição marroquina.

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