1166 - MANNICHE

Com a formação concluída e a transição para os seniores feita com as cores do Bronshoj BK, seria a transferência para o Hvidovre IF que daria o primeiro grande impulso na carreira de Michael Manniche. Já com as cores do emblema de Copenhaga, o avançado começaria a acrescentar títulos ao seu palmarés. Logo na campanha da sua chegada, a de 1980, a conquista da Taça da Dinamarca. No ano seguinte, a vitória no Campeonato e, em consequência dos bons resultados desportivos, a chamada à principal selecção do seu país.
A estreia do avançado com as cores da equipa nacional dinamarquesa dar-se-ia a 12 de Agosto de 1981, numa partida frente à Finlândia. Sem nunca ser um dos nomes indiscutíveis nas convocatórias do colectivo escandinavo, Manniche conseguiria acumular, no total do seu percurso competitivo, 11 internacionalizações. Mesmo sem grande acesso aos palcos maiores do futebol, a verdade é que as suas exibições e qualidades futebolísticas haveriam de chamar a atenção de outra “personagem” nórdica.
Sven-Göran Eriksson, treinador do Benfica para a época de 1983/84, incluiria na lista de pretensões o atacante. Logo à chegada, o seu físico impressionaria. Espadaúdo e com 1,96m de altura, Manniche apresentar-se-ia no Estádio da “Luz” como a antítese, em termos de figura, do atleta português. A primeira temporada, referida no começo do parágrafo, ao desenlear-se de forma intermitente, haveria de dar azo ao rótulo de “tosco”. Puro engano, o dos adeptos! O jogador, nas campanhas seguintes, mostrar-se-ia como um intérprete de uma utilidade tremenda. Combativo, possante, com um bom sentido posicional e remate perigoso, os golos marcados acabariam por fazer dele uma referência no ataque das “Águias”.
As 4 temporadas passadas em Lisboa consagrá-lo-iam como um goleador de excelência. Os 75 remates certeiros seriam um óptimo contributo para o alcançar das metas colectivas. Nesse sentido, os 2 Campeonatos ganhos materializar-se-iam como o pináculo de meia-dúzia de conquistas. Também haveria de colorir o seu currículo com 1 Supertaça. Todavia, seria uma das 3 vitórias na Taça de Portugal que acabaria transformada num dos melhores momentos vividos pelo Benfica. Chamado à final de 1984/85, o ponta-de-lança transfigurar-se-ia no herói da tarde. Escalonado para o “onze” inicial pelo treinador húngaro Pal Csernai, seriam dele 2 dos golos com que os “Encarnados”, no Estádio do Jamor, derrotariam o FC Porto por 3-1.
Como o próprio haveria de confessar, cansado da exigência das rotinas competitivas e com saudades de casa, Manniche decidiria deixar o Benfica para retornar ao seu país. Em 1987 assinaria contrato pelo B1903. Já após a união do seu emblema com o Kjøbenhavns Boldklub, que teria como resultado o nascimento do FC København, o atacante, com a conquista do Campeonato dinamarquês de 1992/93, voltaria a celebrar outro importante título. Alguns anos depois viria o fim da sua carreira. Contudo, o antigo ponta-de-lança manter-se-ia ligado à modalidade. Primeiro, encetaria tarefas como treinador em clubes mais modestos. De seguida, já de regresso ao último clube que tinha representado enquanto atleta, assumiria o papel de adjunto e alguns anos após a viragem do milénio, passaria a liderar o projecto “Global Goal”.

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