1168 - OUATTARA

Começaria a jogar futebol na universidade porque, ao acompanhar um amigo aos treinos, descobriria que, ali, a prática da modalidade vinha também com a oferta do pequeno-almoço. Entretanto, a lesão de um guarda-redes levaria o treinador a querer pô-lo a jogar entre os postes. Recusaria a baliza e exigiria o seu lugar na frente. O técnico lá acederia à reivindicação do jovem atleta e, depois de 3 golos marcados, Ahmed Ouattara jamais largaria a posição de ponta-de-lança.
Seria, no entanto, a entrada no Africa Sports que lançaria o atacante para o estrelato. No emblema de Abidjan, a sua terra natal, rapidamente conseguiria assumir-se como um dos principais intérpretes dos sucessos colectivos. Logo em 1989, integraria o plantel que conquistaria o Campeonato, a Taça e a Supertaça da Costa do Marfim. Seguir-se-iam outros títulos internos. Em 1993 acrescentaria outra Taça e mais uma Supertaça ao seu currículo. Também nas competições continentais, o sucesso acompanharia o evoluir do avançado. Depois de, em 1992, ajudar à vitoria na Taça dos Vencedores das Taças de África, o ano seguinte traria ao palmarés de Ouattara a Supertaça Africana de futebol.
Com tantos sucessos, aos quais ainda acrescentaria o título de Melhor Marcador da edição de 1993 do Campeonato costa-marfinense, a selecção nacional apareceria no seu caminho de forma natural. Após a primeira internacionalização “A”, obtida em 1989, seria a Taça de África das Nações que serviria de grande montra para o avançado. Com a participação no torneio de 1994, onde, com um golo na partida de disputa do 3º e 4º lugares, ajudaria à conquista da medalha de bronze, a Europa surgiria no seu horizonte como um sonho perto de concretizar.
A tal oportunidade emergiria na Suíça e a época de 1994/95, ao serviço do FC Sion, acrescentaria à sua caminhada a Taça daquele país. Mesmo assim, as suas exibições seriam suficientes para que os dirigentes do Sporting vissem no avançado um bom reforço. Juntamente com Roberto Assis, Ouattara apresentar-se-ia em Alvalade na temporada seguinte à da chegada ao “Velho Continente”. Como um atleta com um físico possante, o início da referida campanha surgiria de forma prometedora e o golo marcado nas Antas, na 1ª jornada do Campeonato Nacional, sublinharia o ponta-de-lança como uma aposta de grande valor. Todavia, as rondas seguintes mostrariam um jogador diferente e que, sem deixar de ser voluntarioso, também revelaria alguma falta de discernimento.
Ao não conseguir afirmar-se de verde e branco, Ouattara, a meio da temporada de 1996/97, retornaria ao FC Sion. A nova experiência no emblema helvético, depois da vitória na Supertaça de 1995/96, ganha ainda com as cores do Sporting, levaria o avançado, com a conquista do Campeonato e Taça da Suíça, de volta aos títulos e às cogitações de emblemas de outra monta. Nessa senda, com a presença na CAN de 1998 a ajudar ao salto, seguir-se-iam o FC Basel e o Extremadura. Ainda assim, a carreira do avançado, com algumas lesões a assolar aos seus índices físicos, começaria a revelar alguns sinais de destaque. Sem lugar no emblema espanhol, 2000/01 acabaria marcado pelo empréstimo ao Salgueiros e a passagem discreta pelo emblema de Paranhos.
Depois de terminar a carreira já no seu país, Ouattara manter-se-ia ligado à modalidade. Nesse sentido, destaque para o seu trabalho como dirigente, ao serviço da Federação Costa-marfinense de Futebol.

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