1206 - RUBENS JÚNIOR

Descoberto no Taubaté, emblema da sua terra natal, a mudança para o Palmeiras iria trazer alguns desafios à carreira do jovem Rubens Júnior. A dificuldade em adaptar-se à nova realidade competitiva, complicada pela presença de atletas como Roberto Carlos, levaria os responsáveis técnicos da colectividade paulista a equacionar um novo trajecto para o lateral-esquerdo. Depois da estreia na equipa principal do “Verdão” em 1995, a temporada seguinte encaminharia o atleta para um périplo de “empréstimos”. Começaria pelo Bragantino, para, nas 2 campanhas subsequentes, envergar as cores do Guarani e do Coritiba.
Em 1999, no regresso ao Palestra Itália, Rubens Júnior encontrar-se-ia com Luiz Felipe Scolari. Após a promessa do treinador de que iria desempenhar um papel relevante no cumprir das metas colectivas, o atleta concordaria em permanecer em São Paulo. Nessa temporada, mesmo sem ser um dos titulares, ajudaria o clube a vencer a Copa dos Libertadores. A importante conquista, com boas exibições do defesa, revelá-lo-ia além-fronteiras. Avaliado como um intérprete de bons índices físicos, com um entendimento táctico que permitia defender e atacar bem e com uma qualidade técnica capaz de passes certeiros, progressões com bola e cruzamentos mortíferos, o lateral começaria a ser pretendido por outros emblemas.
A aposta na sua aquisição surgiria de Portugal. Ao serviço do FC Porto, contratado para a temporada de 1999/00, o jogador conseguiria uma campanha de arranque bem auspiciosa. Sob a alçada de Fernando Santos, as suas presenças em campo contribuiriam para a conquista da Supertaça e da Taça de Portugal. Curiosamente, a campanha seguinte mostraria um atleta bem diferente. Apoquentado por algumas lesões, a verdade é que também muito se especularia sobre os fracos índices exibicionais e sobre uma postura fora dos relvados pouco condizente com as exigências da alta-competição. Com a perda de preponderância, os “Dragões” decidiriam “emprestar” o atleta. Uma curta passagem pelo Atlético Paranaense precederia o regresso à “Cidade Invicta” e uma época de 2001/02 com aferição positiva.
Surpreendentemente, Rubens Júnior, apesar dos apelos para ficar, preferiria continuar a carreira noutras paragens. Nem mesmo uma conversa com o treinador demoveria o atleta e a partida levá-lo-ia a nova senda de cedências – “Eu tinha propostas para voltar ao Brasil e o Mourinho, que tinha acabado de chegar, disse: «Não vás embora, conto contigo para a próxima temporada. Não prometo que sejas titular, mas vais ser importante» (…). Faltou-me maturidade para perceber que deveria ter ficado, esperado e participado nas conquistas”*.
Atlético Mineiro, Botafogo e o Vitória de Guimarães transformar-se-iam nos novos emblemas de Rubens Júnior. De seguida chegaria ao fim a ligação contratual com o FC Porto, clube que, para além do que já foi referido, contribuiria com outra Taça de Portugal e com 1 Supertaça para o palmarés do atleta. O regresso ao Brasil levá-lo-ia a entrar na derradeira fase de uma caminhada desportiva que em 2007, após envergar as camisolas de Coritiba, Corinthians e Vasco da Gama, abraçaria o seu término. Depois investiria em alguns negócios na terra natal, dedicar-se-ia às actividades de DJ e, não há muitos anos, aceitaria o repto para assumir o cargo de Coordenador Técnico do Taubaté. Hoje em dia, voltou a Portugal e fixou residência na cidade de Braga.

*retirado do artigo publicado em www.record.pt, a 26/01/2017

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