1226 - PAULO ALEXANDRE

Natural do concelho flaviense, Paulo Alexandre terminaria a formação nas camadas jovens do Desportivo de Chaves. O passo seguinte, após ter começado a trabalhar com a equipa principal na época anterior, seria dado na temporada de 1989/90 e marcaria a estreia do defesa no patamar sénior. Com o emblema transmontano a militar na 1ª divisão, seria pela mão do treinador José Romão que, numa partida no Estádio das Antas frente ao FC Porto, o jovem praticante encetaria a caminhada no patamar maior. Progressivamente conquistaria um lugar de destaque no seio do conjunto “Azul-grená” e, pela campanha de 1991/92, já era visto como um dos grandes valores do plantel.
Com o final da temporada de 1992/93, Paulo Alexandre e os seus colegas enfrentariam a despromoção à Divisão de Honra. “Sol de pouca dura”, pois, volvido um ano após o desaire, já os flavienses estavam de volta ao escalão principal. Aliás, os anos seguintes testemunhariam a permanência da equipa na 1ª divisão e, tais prestações colectivas, sublinhariam o defesa-central como um intérprete capaz de marcações muito fortes. Contudo, e mesmo com a atitude dentro de campo a pô-lo como um bom exemplo da raça exigida pelo clube, a relação do atleta com os dirigentes do emblema transmontano, com o fim da época de 1998/99 a ditar nova descida, começaria a degradar-se – “É quase certo que não vou ficar no Desportivo de Chaves, e não é por falta de vontade da minha parte. Tenho 29 anos e já tive oportunidade de sair do clube noutras ocasiões, mas não o fiz (…).Esta não foi uma boa época para mim e para o resto do grupo, mas a proposta que me apresentaram foi como um convite para me mandarem embora (…). Compreendo as dificuldades financeiras do D. Chaves neste momento e já se previa um corte nos vencimentos devido à descida, mas assim não”*.
A querela levaria o futebolista a uma das poucas, e curtas, passagens competitivas fora de Trás-Os-Montes. Com contrato assinado pelo Desportivo das Aves de 1999/00, o defesa passaria a integrar o plantel orientado pelo Professor Neca e, como um dos esteios do sector mais recuado, ajudaria a equipa a regressar à 1ª divisão. Curiosamente, e ao assumir um papel importante na referida subida, a opção de Paulo Alexandre seria a de sair do clube, voltar a envergar as cores do Desportivo de Chaves e, com isso, manter-se a disputar o escalão secundário. Tal escolha, com o emblema nortenho a entrar numa fase menos positiva, inviabilizaria, no percurso do atleta, nova experiência no patamar primodivisionário. Ainda assim, e ao demonstrar uma enorme motivação e paixão pela colectividade, a carreira do jogador com a camisola mais representativa da sua terra natal, prolongar-se-ia por diversos anos.
Após somar um total de 17 campanhas como sénior do Desportivo de Chaves, a temporada 2007/08 encaminhá-lo-ia até à única passagem pelo estrangeiro. Ao deixar a agremiação flaviense como o atleta com mais partidas oficiais na existência do clube, Paulo Alexandre viajaria para o outro lado da fronteira e, na Galiza, ingressaria no modesto Verín CF. A época cumprida em Espanha, antecederia o fim da sua carreira enquanto futebolista. Mesmo depois de “pendurar as chuteiras”, o antigo atleta não abdicaria de experimentar outras áreas da modalidade. Como Coordenador Técnico, em 2010/11, voltaria a defender os interesses dos “Azul-Grená”. Já na época seguinte acabaria por aceitar o desafio lançado pelos dirigentes do Boticas e abraçaria as tarefas de treinador.

*retirado do artigo de Paulo Reis, publicado a 24/06/1999, em www.record.pt

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