1279 - MONTÓIA

Foram poucos os apontamentos, por mim descobertos, a retratar, com maior minúcia, a carreira deste jogador que, para ser correcto, só recordo como pertença assídua das colecções de cromos. A primeira nota que encontrei, numa altura em que o atleta já contava com 19 anos de idade, refere-se à temporada de 1967/68, num Leixões treinado por António Teixeira e numa partida alusiva à disputa da Taça de Portugal. No que diz respeito à campanha seguinte, posso garantir que os arquivos acabaram por revelar-se um pouco mais generosos com a minha procura. Mais uma vez ao serviço da equipa de Matosinhos, Montóia, já orientado pelo mítico José Águas, aparece como um dos elementos do plantel com casa no Estádio do Mar e que disputaria a edição de 1968/69 do Campeonato Nacional da 1ª divisão.
Quando tudo parecia estar a compor-se, é então que novo mistério surge nesta minha busca. Sem qualquer dado encontrado, durante 3 temporadas consecutivas nada consegui apurar sobre a vida do atleta. Bem! Nada, não é o caso! Tendo “escavado” mais um pouco, haveria de ler uma curiosa crónica que dá Montóia, em determinado momento do tal hiato temporal, integrado, ao lado de José Carlos, antigo atleta do Vitória Sport Clube, no contingente que, na Guiné-Bissau, viveria os horrores da guerra colonial. Ora, ao saber que era bastante comum para os futebolistas, quando destacados em África, passarem a envergar emblemas desses países, pensei ser fácil deparar-me com algumas pistas elucidativas e prontas a encaminhar-me nesse sentido. Que posso mais dizer?! Sabem o que descobri?! Nada!
A partir da temporada de 1972/73, tanto para Montóia, como para pesquisa feita para esta modesta biografia, tudo mudaria. No Leixões, o atleta, que podia posicionar-se na defesa ou no miolo do terreno de jogo, passaria a jogar com bastante regularidade. Mais uma vez sob a batuta de António Teixeira, o jogador começaria a afirmar-se como um das figuras de proa do colectivo matosinhense. Por tal razão, após 3 temporadas de bom nível passadas no escalão máximo, a admiração chegaria com a sua transferência e, ainda por cima, para uma equipa a militar no 2º escalão.
Para ser correcto, a mudança para o Varzim até terá tido uma boa explicação. A razão, por certo, terá estado relacionada com a presença de António Teixeira à frente dos destinos técnicos da equipa sediada na Póvoa. A opção do atleta, a envergar o listado alvinegro a partir da temporada de 1975/76, levá-lo-ia a participar em momentos históricos. Depois do regresso ao patamar maior do futebol luso, no final do 3º ano consecutivo entre os “grandes”, o jogador daria o contributo para aquela que viria a transformar-se na melhor prestação de sempre do clube no Campeonato Nacional. Sendo um dos nomes utilizados com maior regularidade nas épocas anteriores, Montóia faria também parte do grupo de trabalho que, sob a alçada do treinador referido no começo deste parágrafo, terminaria a campanha de 1978/79 na 5ª posição da tabela classificativa.
Depois deste feito, a carreira de Montóia, fazendo fé nos “tais” registos, não duraria muito mais tempo. Com outra temporada ao serviço dos “Lobos-do-mar” a conferir ao currículo do atleta um total de 9 campanhas na 1ª divisão, seria no regresso ao Leixões que o futebolista, terminada a época de 1980/81, tomaria a decisão de “pendurar as chuteiras”.
 
PS: Já depois da publicação desta biografia, chegou-me a informação que Montóia, durante a passagem na Guiné-Bissau, terá representado a União Desportiva Internacional de Bissau

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