1282 - ALEXANDRE ALHINHO

Ao chegar a Portugal ainda em idade adolescente e apenas para estudar, seria por desafio do irmão mais velho, o internacional Carlos Alhinho, que Alexandre aceitaria treinar à experiência nas camadas jovens da Académica. Tendo agradado, começaria na colectividade conimbricense um percurso formativo que, pela qualidade demonstrada, encaminharia o defesa para os trabalhos da Federação Portuguesa de Futebol. Tido como um atleta de enorme potencial, seria chamado à equipa de juniores e a estreia, sob a égide do “magriço” José Augusto, aconteceria a 11 de Novembro de 1971, numa partida frente à Suíça.
Já a passagem para o patamar sénior seria um pouco atribulada. Alegadamente como represália pela mudança do irmão para o Sporting, Alexandre Alhinho cumpriria a totalidade da temporada de 1972/73 sem marcar qualquer presença na equipa principal da “Briosa”. Na campanha seguinte, a mudança para o Farense revelar-se-ia a mais acertada. Depois da estreia na 1ª divisão pela mão do treinador Carlos Silva, o defesa agarraria a titularidade. Tão espectacular seria a sua evolução que, ainda durante o decorrer da época de 1973/74, acabaria convocado à selecção “A”. Não chegaria a entrar em campo, mas a importante chamada catapultá-lo-ia para outros voos.
Com um crescimento brutal, seria o FC Porto a tomar a dianteira na corrida pela sua contratação. No entanto, à chegada às Antas, o jovem jogador deparar-se-ia com um balneário recheado de atletas de fama. A presença de nomes como Rolando, Teixeira ou até Simões, faria com os técnicos Aymoré Moreira e, posteriormente, Monteiro da Costa não dessem a Alexandre Alhinho grandes oportunidades. A falta de presenças em campo, levaria o defesa-central a mudar de rumo e o regresso à Académica de Coimbra, com 2 temporadas no escalão máximo, serviriam para confirmar o atleta como um elemento de indubitáveis qualidades primodivisionárias.
O ingresso no Belenenses de 1977/78 encetaria, provavelmente, a melhor fase da carreira do defesa. Numa caminhada com algumas mudanças de emblema, as 5 temporadas passadas com a agremiação da “Cruz de Cristo”, dariam a necessária estabilidade a um registo, mesmo que positivo, a padecer de alguma volatilidade. Ainda assim, a solidez desses anos no Restelo seria interrompida pelo, tão popular durante esses tempos, “período de férias” na North American Soccer League. Com os registos a assinalar a presença de Alhinho na época de 1979, a passagem pelos New England Tea Men, serviria de pequeno interlúdio na prolífera experiência ao serviço dos “Azuis”. Para esse bom registo em muito contribuiriam as épocas realizadas como titular no centro do sector mais recuado. Com a excepção de 1979/80, o jogador afirmar-se-ia como um dos mais importantes do plantel. Esse estatuto recuperá-lo-ia para a selecção e, durante os anos ao serviço da colectividade lisboeta, acrescentaria ao currículo 2 internacionalizações pelas “esperanças” e outras 2 pelo conjunto “B” de Portugal.
No resto da caminhada como futebolista, Alexandre Alhinho retornaria um pouco à modalidade de “saltimbanco”. Apesar de mais afastado dos cenários de maior monta, o defesa ainda voltaria a pisar os principais palcos do Campeonato Nacional. Com o regresso ao Farense a acontecer na temporada de 1982/83, o atleta ajudaria à promoção dos algarvios e, ao lado do irmão Carlos, volveria ao escalão máximo. Já a derradeira experiência primodivisionária coincidiria com a última campanha realizada pelo atleta nos relvados. Após passagens de um ano pelo Lusitano de Évora e pelo Estoril Praia, a mudança para o Académico de Viseu, depois de um par de épocas a jogar pelos beirões no patamar secundário, empurrá-lo-ia para a disputa da edição de 1988/89 da 1ª divisão.
Após “pendurar as chuteiras” e já com a Licenciatura em Educação Física terminada, o regresso ao arquipélago que o viu nascer levá-lo-ia a abraçar o ensino. Paralelamente dedicar-se-ia também às actividades de treinador. Nas aludidas funções, tem orientado emblemas do seu país natal, como a Académica do Mindelo ou o Batuque. Porém, o maior destaque terá de ser dado aos anos passados como seleccionador nacional de Cabo Verde.

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