1296 - ROBERTO ASSIS

Filho de João Moreira, vigilante do parque de estacionamento do Estádio Olímpico Monumental, Roberto Assis seria persuadido pelo próprio pai a prestar provas no Grêmio. Dono de qualidades muito acima da média, o jovem praticante rapidamente convenceria os responsáveis pelas “escolas” do emblema de Porto Alegre do seu valor. Já integrado nos conjuntos de formação da colectividade gaúcha, o destaque dado às suas exibições levá-lo-ia também às jovens equipas à guarda da Confederação Brasileira de Futebol. Começaria pelos sub-15 e ao subir os diferentes degraus do “Escrete”, o médio-ofensivo acabaria chamado aos mais importantes certames a nível global. Nessa caminhada passaria pelo Mundial sub-16 de 1987, seria campeão na edição de 1988 do Sudamericano sub-20 e ganharia a medalha de bronze no Mundial sub-20 de 1989.
Também ao serviço do clube, a sua evolução daria indicadores muito auspiciosos. Nesse sentido e poucos dias após completar 17 anos de idade, Roberto Assis seria chamado à estreia na principal equipa do Grêmio. Porém, logo no começo dessa temporada de 1988, surgiria o assédio do Torino. Com medo de perder o atleta, que chegaria a ser fotografado com a camisola do emblema italiano, os dirigentes do emblema de Porto Alegre, com o “reforço” do contrato e a oferta de uma casa para a família, conseguiriam demover o futebolista de uma mudança para o “calcio”.
A permanência no Grêmio levaria o jogador aos primeiros troféus da carreira. Logo na campanha de estreia como sénior, Roberto Assis ajudaria o colectivo “tricolor” a conquistar o Campeonato Gaúcho. Repetiria a vitória no “estadual” nas épocas de 1989 e de 1990. Paralelamente, também a Copa do Brasil acabaria por abrilhantar o palmarés do médio. Na final de 1989, o atleta seria chamado ao “onze” inicial pelo treinador Cláudio Duarte e o golo por si concretizado logo aos 7 minutos de jogo, ajudaria o colectivo do Rio Grande do Sul a vencer a o Sport Recife por 2-1.
Já em 1991 uma grave lesão acabaria por condicionar a evolução do médio-ofensivo. Depois de recuperado, mas longe dos níveis que o tinham levado a ser aferido como uma das grandes promessas do futebol brasileiro, Roberto Assis, na temporada de 1992/93, seria apresentado como reforço do Sion. Mesmo longe dos palcos mais mediáticos do desporto mundial, os desempenhos conseguidos nas provas helvéticas e até nas pelejas sob a alçada da UEFA, levariam o Sporting a apostar na sua aquisição. Ao chegar a Alvalade ao lado de Outtara, avançado contratado à mesma agremiação suíça, o médio, nessa campanha de 1995/96, rapidamente perderia o encanto. Anunciado como um intérprete de técnica refinada, dono de um passe certeiro e capaz de entender o jogo de forma superior, também a marcação de bolas paradas serviria para publicitar as suas capacidades. Porém, a verdade revelaria um jogador completamente desenquadrado com a exigência competitiva das competições lusas. Ainda assim, contribuiria para a vitória na Supertaça, mas passados apenas alguns meses após a sua chegada a Lisboa, o futebolista seria cedido a outro emblema.
Numa senda de empréstimos, Roberto Assis vestiria as camisolas do Vasco da Gama, do Flamengo e, mais uma vez, envergaria as cores do Sion. Talvez pela “dobradinha” conquistada ao serviço do emblema helvético, uma nova oportunidade seria dada ao futebolista brasileiro e, com a temporada de 1997/98, o médio apresentar-se-ia em Alvalade. No entanto, tal como da primeira passagem pelos “Leões”, o jogador voltaria a desapontar. Já em 1998/99, também o Estrela da Amadora entraria na sua aventura portuguesa. Para infelicidade do atleta, os resultados conseguidos na Reboleira seriam parecidos aos obtidos de “verde e branco”. Seguir-se-iam, num trajecto um pouco errante, as experiências no Japão, no México, o regresso ao Brasil para representar o Corinthians e o final de carreira, em 2002, após vestir a camisola do Montpellier.
Depois de “pendurar as chuteiras”, Roberto Assis, mormente como empresário, manter-se-ia ligado ao futebol. Nessas funções, para além de representar outros atletas, passaria a gerir a carreira do seu irmão mais novo, o internacional “canarinho” Ronaldinho Gaúcho. Noutras tarefas, é dono do Porto Alegre FC, emblema fundado em 2006.

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