1358 - MORATO

Dividiria o percurso formativo entre o Charneca e o Sporting, mas seria ao serviço dos “Leões” que António Henriques Morato, no decorrer da temporada de 1956/57, acabaria por dar o salto para as competições seniores. Inicialmente a jogar pela equipa de “reservas”, o defesa-central, que também podia posicionar-se em lugares do sector intermediário, passaria os dois anos seguintes, ao da saída das “escolas” leoninas, longe das cogitações da categoria principal. Já na campanha de 1958/59, a história mudaria e a referida época, com o uruguaio Enrique Fernandez e, após a saída deste, com Mário Imbelloni no comando técnico da agremiação lisboeta, daria a estreia ao jogador no escalão máximo do futebol português.
As épocas seguintes, principalmente a partir de 1960/61, revelariam Morato como um dos grandes esteios do sector mais recuado do Sporting Clube de Portugal. Ao mostrar-se como um elemento deveras regular e, sem grandes exuberâncias técnicas, como um futebolista bastante fiável, o atleta, titularíssimo durante duas temporadas, acabaria por ser um dos grandes nomes associados à conquista do Campeonato Nacional de 1961/62. Paralelamente às exibições feitas com a camisola listada verde e branca, surgiriam também as oportunidades com o equipamento dado às pelejas da selecção nacional. Nesse contexto, depois de, a 8 de Dezembro de 1960, ter representado a equipa “B” lusa, a Fase de Apuramento para o Mundial de 1962 dar-lhe-ia a chance de entrar em campo pelo conjunto principal. A partida, sob o comando técnico de Fernando Peyroteo, seria jogada a 8 de Outubro de 1961 e resultaria numa derrota forasteira frente ao Luxemburgo.
Depois desse tempo, intervalo que viria a tornar-se no período áureo da sua carreira desportiva, a presença no plantel do internacional português Lúcio, levaria Morato a perder a titularidade. Como resultado dessa mudança, o defesa-central, sem grande espaço no Sporting, cederia o destino à ideia de um empréstimo. Com a passagem, na campanha de 1963/64, pelo Vitória Futebol Clube a devolvê-lo às presenças habituais no “onze”, o grande revés da experiência vivida pelo atleta no emblema sediado na cidade de Setúbal, prender-se-ia com o facto de o jogador ter passado ao lado da época que encaminharia os “Leões” até à conquista da Taça dos Vencedores das Taças.
Morato, na época de 1964/65, ainda voltaria a integrar o plantel do Sporting. Contudo, tal como na campanha que precederia a sua ida até à margem norte do Rio Sado, o regresso não devolveria o jogador aos números de campanhas transactas. Mais uma vez, mas dessa feita a título definitivo, o defesa tomaria a decisão de deixar Alvalade para prosseguir a carreira noutras paragens. Seguir-se-ia, ainda na 1ª divisão, o Lusitano de Évora. Depois do ano cumprido no emblema alentejano, surgem algumas dúvidas sobre a sua carreira. Com fontes a dar o atleta, em 1966/67, no Barreirense e outras dá-lo como futebolista da CUF, a única certeza viria com o seu retorno à capital, para, nas disputas do patamar secundário, competir a temporada de 1967/68 ao serviço do Oriental.

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