1382 - BARROCA

Filho de Álvaro Barroca Silva, antigo Presidente do Estrela da Amadora e do SC Linda-a-Velha, José Pedro Barroca da Silva, depois de dar os primeiros passos no emblema do concelho de Oeiras, viria terminar a formação já nas “escolas” do Benfica. A jogar pelas “Águias”, o guardião rapidamente daria sinais de grandes qualidades. Para sublinhar tal avaliação, ainda durante os anos a vogar pelas camadas jovens, surgiria a chamada às selecções à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Com a presença em campo a 7 de Abril de 1955, a partida de juniores frente à Itália, na qual também marcaria comparência o extremo José Augusto, embelezaria a carreira do guarda-redes com 1 internacionalização.
Ao subir a sénior na temporada de 1957/58, Barroca deparar-se-ia com uma forte concorrência pelo lugar à baliza. Com Costa Pereira e José Bastos a tomar a dianteira na corrida pela titularidade, a primeira oportunidade do jovem guarda-redes surgiria apenas na temporada de 1959/60. Ao ir a jogo na equipa principal dos “Encarnados” pela mão de Béla Guttmann, as partidas disputadas na principal prova do calendário futebolístico nacional ser-lhe-iam suficientes para, nesse ano, juntar o seu nome ao rol de atletas vencedores do Campeonato Nacional. Nas épocas seguintes, parte integrante dos planteis que viriam a ganhar as 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus, o guardião somaria ao palmarés pessoal a conquista de outro Campeonato e de mais 1 Taça de Portugal. Faltar-lhe-ia arrolar ao currículo, fruto de nunca ter entrado nas fichas de jogo, as vitórias na prova actualmente conhecida como “Champions”.
À procura de mais minutos em campo, Barroca, para a temporada de 1963/64, decidiria mudar de emblema. No Sporting voltaria a deparar-se com uma enorme disputa por um lugar no “onze”. Tapado por Carvalho, a falta de jogos começaria a justificar a noção do jogador estar transformado num eterno suplente. Para sublinhar tal ideia, como já tinha acontecido na sua passagem pelo Benfica, o seu nome, mais uma vez sem qualquer presença na prova, também acabaria excluído da lista dos atletas triunfadores da Taça dos Vencedores das Taças, vencida pelos “Leões” nesse ano da sua entrada em Alvalade. Salvar-se-ia a presença numa das jornadas do Campeonato Nacional de 1965/66 e, com isso, o relacionar da sua identidade com a lista de campeões*.
Sem deixar a 1ª divisão, a campanha de 1970/71 representaria para Barroca uma radical mudança de paradigma. Ao rubricar um contrato com o Farense, finalmente o guardião conseguiria conquistar aquilo que as suas qualidades enquanto desportista sempre tinham deixado entender. Dono das balizas à guarda do emblema algarvio, o jogador tornar-se-ia numa das figuras dos “Leões de Faro”. Ironicamente, o destaque duraria apenas uma temporada e ao contrário do ocorrido na época anterior, o futebolista, em 1971/72, ver-se-ia ultrapassado por Rodrigues Pereira.
Já com a carreira a entrar nos derradeiros capítulos, o jogador haveria ainda de representar o plantel de 1972/73 do Olhanense. Primeiro na disputa da 2ª divisão, a promoção conseguida ao serviço da colectividade sediada no Sotavento, levaria o guarda-redes de volta ao escalão máximo, com a temporada de 1973/74 a tornar-se na última de Barroca no papel de futebolista.


*no que a esta informação diz respeito, tenho de deixar uma ressalva, pois algumas fontes dão Barroca como um dos vencedores do Campeonato de 1965/66, enquanto outras não incluem o guardião.

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