1398 - CALHAU

Ao longo destes mais de 13 anos de existência do “blog”, deparei-me com “cromos” muito difíceis. Encontrei-me, logicamente em sentido figurado, com futebolistas, como aquele que hoje aqui apresento, cuja carreira é um verdadeiro mistério. Sem excepção, todos esses árduos trabalhos tiveram, inevitavelmente, o condão de transportar a minha ideia para o dia em que a decisão tomada fez-me querer escrever a biografia do antigo atleta do Lusitano de Évora, José Maria. Desnecessário será dizer que a apoquentação sentida com a materialização dessa opção foi tremenda. No entanto, agora entendo o exagero da tal angústia, pois a figura que escolhi para este dia, no tempo despendido à pequena investigação e leituras prévias à elaboração dos textos aqui apresentados, logo tratou de sublinhar o avançado acima referido como uma demanda bem simples!
Iniciemos a exposição…
Escolhi para publicar, como a colorida estampa já destapou, Calhau. Posso já começar por dizer-vos que nada mais sei sobre a identificação do atleta. Não conheço o seu nome completo, nem sequer se a denominação apresentada no cromo, pondo já de parte tratar-se de um nome próprio, faz referência a uma qualquer alcunha ou ao apelido a transportar-nos para a filiação. Por outro lado, penso que consegui apurar, segundo o que retirei de algumas fontes, a data de nascimento! O que li diz-me que o jogador terá nascido a 2 de Agosto de 1943. Com isto, acredito que, por esta altura, já estareis a perguntar! Então, sabes o dia do aniversário e não conheces mais nada sobre a pessoa?! Não é bem assim…
A explicação para a pergunta que, hipoteticamente, podereis estar a fazer, está relacionada com uma das poucas conjunturas competitivas que descobri sobre o futebolista. Aliás, foi esse cenário que fez nascer em mim a vontade de explorar a sua carreira. O contexto é o do Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1961, disputado em Portugal e que levaria a jovem “equipa das quinas” à conquista do troféu. Como agora é fácil de adivinhar, Calhau, pelas boas indicações dadas enquanto praticante a envergar as cores da Sanjoanense, foi um dos elementos escolhidos pelo seleccionador David Sequerra para fazer parte do grupo de trabalho que, às ordens de José Maria Pedroto, acabou a participar no mencionado certame. Outra informação que consegui obter foi a de que o médio – aí está outro dado de relevância – nunca terá tido a oportunidade de cumprir, no desenovelar da vitoriosa caminhada, qualquer minuto em campo.
Bom… Está praticamente a esgotar-se tudo o que consigo afiançar (é melhor desconfiarem deste termo) sobre o futebolista. Que mais há a revelar? Uma das coisas que também li, é que Calhau, em data que não consegui descortinar com precisão, mas que a lógica leva-me a dizer que terá acontecido em tempos raianos à disputa do torneio sob a alçada da entidade maior do futebol europeu, chegou a ser chamado à selecção de juniores do norte, para participar numa peleja frente à congénere do sul. Terá o encontro servido de uma espécie de audição e de possível triagem para a formação do grupo que entrou no certame de 1961? Não faço a mínima ideia!
Claro está que falta dar-vos a informação que tirei do cromo que, de alguma forma, enceta esta publicação. Pela colecção a que pertence a figura, partindo do princípio que não há qualquer erro nesta associação, Calhau terá chegado à principal equipa da Sanjoanense. Referindo-se a estampa, tal como outra que faz parte do meu espólio, à temporada de 1963/64, então deverei concluir que o atleta terá participado na Zona Norte do Campeonato Nacional da 2ª divisão, campanha que a agremiação sediada no distrito de Aveiro terá terminado na 11ª posição da tabela classificativa.
Mais?! Deixo para os especialistas!

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