Começaria a prática do futebol ainda em idade adolescente quando, na temporada de 1947/48, passaria a fazer parte do plantel do CF “Os Reguenses”. Ainda na terra natal, as suas habilidades como avançado fá-lo-iam transferir-se para o SC Régua. Porém, após cumprir a época de 1949/50, o Serviço Militar Obrigatório viria a interromper a sua progressão no seio do novo clube. Incorporado em Lisboa, António Saraiva valer-se-ia da Lei de Cumprimento das Obrigações Militares para Futebolistas e nas épocas de 1950/51 e 1951/52 passaria a representar o Palmense. Como um dos grandes destaques do popular emblema “alfacinha”, ao jogador ser-lhe-ia dada a oportunidade de ir prestar provas ao Benfica. No Campo Grande, agradaria a José Valdivielso. Todavia, o atleta veria as “Águias” a recusarem-se ao pagamento da “carta de desobrigação” e, finda a tropa, o jovem praticante regressaria ao Alto Douro.
De volta às origens familiares, as duas épocas a suceder à sua partida de Lisboa, isto é, as campanhas de 1952/53 e 1953/54, cumpri-las-ia de novo ao serviço do SC Régua. Entretanto, determinado em apostar numa carreira mais ambiciosa, o avançado decidiria viajar até ao Minho para, nos dois clubes mais representativos daquela região, tentar a sorte. Primeiro passaria pelo Sporting de Braga, mas não agradaria a Mário Imbelloni. Seguir-se-iam os treinos no Vitória Sport Clube. Contudo, tal como tinha acontecido na sequência dos testes prestados na colectividade sediada na “Cidade dos Arcebispos”, o tempo passado em Guimarães levá-lo-ia, dessa feita na sentença proferida por Randolph Galloway, a ser novamente recusado.
Finalmente o destino brilharia a Saraiva e na temporada de 1954/55 veria o Salgueiros, emblema treinado por Valadas, antiga glória benfiquista, a interessar-se nos seus préstimos. No entanto, a sua passagem pela colectividade sediada no portuense bairro de Paranhos seria breve e as antigas questões relacionadas com a “carta de desobrigação” voltariam ao topo da mesa. Ainda assim, as suas exibições seriam suficientes para chamar a atenção do FC Porto. A verdade é que o convite mais tentador, por intermédio de alguém próximo da família, surgiria do Caldas, à altura recém-promovido à 1ª divisão. Ainda por empréstimo do SC Régua, o atacante arrepiaria caminho até à Região Oeste e passaria, com a nova camisola, a disputar as contendas apadrinhadas pelo Campo da Mata.
Na agremiação das Caldas da Rainha desde a temporada de 1955/56*, Saraiva viria a abraçar novas funções dentro do rectângulo de jogo. Tendo em conta a sua polivalência, o atleta aceitaria as indicações de Fernando Vaz e começaria a posicionar-se como médio ou como defesa. Aliás, seria essa mudança de posição a principal responsável por catapultar, de forma bem vincada, a sua carreira. Com exibições de grande nível, com os portentos de força ou os valentes remates a assumirem-se como as principais qualidades, o jogador começaria a ser avaliado como um dos grandes nomes a disputar as provas lusas. Ao fixar-se no “onze” dos “Pelicanos” como um dos principais intérpretes, as épocas seguintes à da sua chegada mostrá-lo-iam como um praticante, muito mais do que preparado para os desafios primodivisionários, com ambições a emblemas de outra monta.
Seria nesse contexto que surgiria o interesse do FC Porto e do FC Barcelona. Contudo, apesar de imensamente cobiçado, seria o Benfica a convencê-lo a trocar de emblema. Como uma das exigências do treinador Belá Guttmann, técnico desviado dos “Dragões” para a Luz, os responsáveis directivos das “Águias” reuniriam esforços para contratar o atleta. A transferência consumar-se-ia para a temporada de 1959/60 e, segundo as crónicas, Saraiva terá ficado tão contente com a mudança que sairia da sede “encarnada”, situada na Rua Jardim do Regedor, a gritar “Já sou do Benfica”.
Como seria expectável, a vida de Saraiva no Estádio da Luz não seria fácil. Mesmo com esse factor em mente e de, durante bons períodos, ter apenas almejado a um lugar nas “reservas”, o jogador conseguiria acumular um número bem significativo de partidas disputadas pela equipa principal. Nesse cenário, o maior destaque emergiria com os troféus colectivos conquistados. Começando pelas contendas internas, há a referir os 3 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal vencidos. Obviamente, a maior distinção da sua carreira viria com as prestações dos “Encarnados” nas competições sob a alçada da UEFA. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1960/61, apesar de não ter sido chamado à final de Berna, o jogador participaria em 5 partidas dessa caminhada gloriosa e ao entrar em campo frente ao Hearts, ao Ujpesti e ao Rapid Viena, o atleta incluir-se-ia na lista de nomes vencedores da mais prestigiante prova de clubes a nível planetário.
Com a sua saída do Benfica a registar-se com o termo da temporada de 1962/63, Saraiva entraria numa fase diferente da sua ligação à modalidade. Assumindo-se como treinador-jogador, a sua passagem pelo plantel de 1963/64 do Benfica e Castelo Branco encetaria um trajecto que, ainda no mesmo papel, levá-lo-ia, nas duas campanhas seguintes, ao Portimonense e na temporada de 1966/67 a aceitar o compromisso de ser o “timoneiro” da União de Leiria no primeiro jogo de sempre da colectividade fundada na Beira Litoral.
Já a dedicar-se exclusivamente às actividades de técnico, Saraiva ainda teria passagens por outros emblemas, como são exemplo os períodos ao serviço do União de Montemor, novamente com as cores do Portimonense ou, naquele que viria a ser o maior intervalo tempo despendido no desempenho das tarefas de treinador, ao serviço do Torralta.
*apesar de várias fontes referirem 1955/56 como a chegada de Saraiva ao Caldas, na aludida época não encontrei nenhum registo do jogador na 1ª equipa.
De volta às origens familiares, as duas épocas a suceder à sua partida de Lisboa, isto é, as campanhas de 1952/53 e 1953/54, cumpri-las-ia de novo ao serviço do SC Régua. Entretanto, determinado em apostar numa carreira mais ambiciosa, o avançado decidiria viajar até ao Minho para, nos dois clubes mais representativos daquela região, tentar a sorte. Primeiro passaria pelo Sporting de Braga, mas não agradaria a Mário Imbelloni. Seguir-se-iam os treinos no Vitória Sport Clube. Contudo, tal como tinha acontecido na sequência dos testes prestados na colectividade sediada na “Cidade dos Arcebispos”, o tempo passado em Guimarães levá-lo-ia, dessa feita na sentença proferida por Randolph Galloway, a ser novamente recusado.
Finalmente o destino brilharia a Saraiva e na temporada de 1954/55 veria o Salgueiros, emblema treinado por Valadas, antiga glória benfiquista, a interessar-se nos seus préstimos. No entanto, a sua passagem pela colectividade sediada no portuense bairro de Paranhos seria breve e as antigas questões relacionadas com a “carta de desobrigação” voltariam ao topo da mesa. Ainda assim, as suas exibições seriam suficientes para chamar a atenção do FC Porto. A verdade é que o convite mais tentador, por intermédio de alguém próximo da família, surgiria do Caldas, à altura recém-promovido à 1ª divisão. Ainda por empréstimo do SC Régua, o atacante arrepiaria caminho até à Região Oeste e passaria, com a nova camisola, a disputar as contendas apadrinhadas pelo Campo da Mata.
Na agremiação das Caldas da Rainha desde a temporada de 1955/56*, Saraiva viria a abraçar novas funções dentro do rectângulo de jogo. Tendo em conta a sua polivalência, o atleta aceitaria as indicações de Fernando Vaz e começaria a posicionar-se como médio ou como defesa. Aliás, seria essa mudança de posição a principal responsável por catapultar, de forma bem vincada, a sua carreira. Com exibições de grande nível, com os portentos de força ou os valentes remates a assumirem-se como as principais qualidades, o jogador começaria a ser avaliado como um dos grandes nomes a disputar as provas lusas. Ao fixar-se no “onze” dos “Pelicanos” como um dos principais intérpretes, as épocas seguintes à da sua chegada mostrá-lo-iam como um praticante, muito mais do que preparado para os desafios primodivisionários, com ambições a emblemas de outra monta.
Seria nesse contexto que surgiria o interesse do FC Porto e do FC Barcelona. Contudo, apesar de imensamente cobiçado, seria o Benfica a convencê-lo a trocar de emblema. Como uma das exigências do treinador Belá Guttmann, técnico desviado dos “Dragões” para a Luz, os responsáveis directivos das “Águias” reuniriam esforços para contratar o atleta. A transferência consumar-se-ia para a temporada de 1959/60 e, segundo as crónicas, Saraiva terá ficado tão contente com a mudança que sairia da sede “encarnada”, situada na Rua Jardim do Regedor, a gritar “Já sou do Benfica”.
Como seria expectável, a vida de Saraiva no Estádio da Luz não seria fácil. Mesmo com esse factor em mente e de, durante bons períodos, ter apenas almejado a um lugar nas “reservas”, o jogador conseguiria acumular um número bem significativo de partidas disputadas pela equipa principal. Nesse cenário, o maior destaque emergiria com os troféus colectivos conquistados. Começando pelas contendas internas, há a referir os 3 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal vencidos. Obviamente, a maior distinção da sua carreira viria com as prestações dos “Encarnados” nas competições sob a alçada da UEFA. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1960/61, apesar de não ter sido chamado à final de Berna, o jogador participaria em 5 partidas dessa caminhada gloriosa e ao entrar em campo frente ao Hearts, ao Ujpesti e ao Rapid Viena, o atleta incluir-se-ia na lista de nomes vencedores da mais prestigiante prova de clubes a nível planetário.
Com a sua saída do Benfica a registar-se com o termo da temporada de 1962/63, Saraiva entraria numa fase diferente da sua ligação à modalidade. Assumindo-se como treinador-jogador, a sua passagem pelo plantel de 1963/64 do Benfica e Castelo Branco encetaria um trajecto que, ainda no mesmo papel, levá-lo-ia, nas duas campanhas seguintes, ao Portimonense e na temporada de 1966/67 a aceitar o compromisso de ser o “timoneiro” da União de Leiria no primeiro jogo de sempre da colectividade fundada na Beira Litoral.
Já a dedicar-se exclusivamente às actividades de técnico, Saraiva ainda teria passagens por outros emblemas, como são exemplo os períodos ao serviço do União de Montemor, novamente com as cores do Portimonense ou, naquele que viria a ser o maior intervalo tempo despendido no desempenho das tarefas de treinador, ao serviço do Torralta.
*apesar de várias fontes referirem 1955/56 como a chegada de Saraiva ao Caldas, na aludida época não encontrei nenhum registo do jogador na 1ª equipa.
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