1465 - MATIAS


Ao completar a formação no Salgueiros, seria no decorrer do último ano como júnior, a temporada de 1982/83, que Manuel Matias, sob a intendência de Henrique Calisto, viria a ser chamado à equipa principal. Com uma maturidade acima da média, mesmo a actuar na 1ª divisão, não tardaria muito para que o jovem defesa-central alcançasse uma posição de destaque no plantel. Logo na temporada a seguir à estreia como sénior, o jogador assumir-se-ia como um dos esteios do sector mais recuado da colectividade de Paranhos. Ao revelar-se como um elemento seguro, valente e incansável, daí em diante, mesmo com a mudança de treinadores, o seu nome passaria a ser uma constante no alinhamento inicial do conjunto portuense.
A preponderância ganha no clube levá-lo-ia a ser chamado aos trabalhos das equipas na alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, Matias estrear-se-ia com a “camisola das quinas” a 23 de Fevereiro de 1985. A partida frente à Republica Federal Alemã, uma vitória por 2-1, serviria de arranque a uma ligação que daria ao jogador, no escalão referido, 2 internacionalizações. Mais tarde, ainda seria convocado para os desafios dos “olímpicos”, contudo não chegaria a entrar em campo.
Das 7 campanhas feitas por Matias no conjunto principal do Salgueiros, com as 6 primeiras cumpridas no escalão máximo, as duas últimas seriam as de menor aproveitamento pessoal. Talvez por querer dar um novo empurrão à carreira, o defesa-central, para a temporada de 1988/89, decidiria rumar ao Rio Ave. Porém, a mudança mantê-lo-ia na disputa da 2ª divisão e com o emblema de Vila do Conde a quedar-se abaixo do meio da tabela classificativa, o jogador voltaria a cambiar de direcção. Já a experiência no União da Madeira de 1990/91, devolvê-lo-ia, não só ao degrau maior do futebol luso, como sublinharia o atleta como um praticante de predicados merecedores de outros voos. Essa constatação encaminhá-lo-ia para o Vitória Sport Clube e para o período mais produtivo da sua caminhada competitiva.
A representar o emblema sediado em Guimarães a partir da campanha de 1991/92, Matias, sempre como um dos elementos mais importantes nas manobras tácticas do clube, ajudaria os vimaranenses a lutar pelas posições cimeiras da tabela classificativa. Nessa senda, o defesa-central acabaria por fazer a sua estreia em competições de índole continental. Na Taça UEFA de 1992/93, o atleta participaria em 3 das 4 partidas disputadas pelos minhotos na aludida competição. Tendo entrado em campo numa das mãos com os neerlandeses do Ajax, o maior destaque iria para a eliminatória frente à Real Sociedad, na qual, para além de titular em ambas as partidas, o atleta ajudaria a afastar a formação basca.
A entrar na veterania, Matias trocaria a agremiação da “Cidade Berço” pelo Leça. Já no decorrer dessa temporada de 1995/96, durante a qual manteria bons níveis exibicionais, uma nova proposta surgiria no seu caminho. Com o FC Porto à procura de remodelar o grupo de trabalho, o defesa-central seria escolhido por Bobby Robson como um dos reforços para a segunda metade da época. No entanto, a chegada a um dos “grandes” não seria fácil para o jogador e a presença de craques como Aloísio, José Carlos ou Jorge Costa dar-lhe-ia poucas oportunidades. Ainda assim, o tempo passado nas Antas seria proveitoso e ao seu currículo adicionaria a conquista do Campeonato Nacional.
A época seguinte à saída dos “Dragões” dividi-la-ia, ainda na 1ª divisão, entre o Vitória Futebol Clube e o Gil Vicente. Depois viriam as campanhas ao serviço do Trofense e o “pendurar das chuteiras” com o termo da época de 1998/99. Porém, mesmo ao pôr um fim na caminhada enquanto futebolista, Matias voltaria a ligar-se à modalidade, dessa feita na condição de treinador. Nas funções de técnico, o antigo defesa tem orientado equipas de norte a sul de Portugal Continental e também nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Para além dos conjuntos lusos, há ainda a realçar as experiências em vários países do Médio Oriente ou as suas incursões por África.

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