1470 - SERRA


Com um percurso futebolístico encetado no plantel de 1952/53 do Atlético do Cacém e, na campanha seguinte, feito com as cores do Oriental, seria do emblema de Marvila que Manuel Serra partiria em direcção ao Benfica de 1954/55. Inicialmente integrado na equipa de juniores, o jovem praticante, logo na época de chegada aos “Encarnados”, passaria também a representar as “reservas”. A evoluir positivamente, já na campanha de 1956/57 seria chamado, por Otto Glória, aos trabalhos do conjunto principal. Ao assumir-se como um elemento importante para o plantel, aos poucos começaria a conquistar o seu espaço e a época de 1958/59 marcaria um ponto de viragem na sua afirmação. Caracterizado pela polivalência, pela qual, com resultados igualmente seguros, podia actuar em diversas posições da defesa e do meio-campo, Serra transformar-se-ia num dos pilares dos sucessos das “Águias”. Nesse sentido e no que a títulos diz respeito, o atleta, no âmbito das pelejas lusas, contribuiria para os triunfos em 3 Campeonatos Nacionais e em 3 Taças de Portugal. Obviamente, ainda no campo das conquistas, o destaque maior emergiria com a sua presença nas lides sob a alçada da UEFA. Na senda daquela que viria a tornar-se na primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus a pertencer aos escaparates do Benfica, o jogador faria praticamente todo o percurso como titular. No entanto, uma terrível lesão na clavícula retirá-lo-ia das últimas etapas, inclusivamente da final ganha frente ao FC Barcelona. No ano seguinte, ao partilhar durante a época o lugar de defesa-direito com Mário João, Serra, mais uma vez, veria o seu nome a ser preterido, nas escolhas de Béla Guttmann, para o derradeiro desafio da competição. Ainda assim, mesmo não tendo alinhado em nenhuma das finais, fazem parte do seu currículo as vitórias nas edições de 1960/61 e 1961/62 daquela que é a prova de maior gabarito a nível mundial. O sucesso conquistado a nível do clube empurrá-lo-ia para os trabalhos da Federação Portuguesa de Futebol. Com a estreia a acontecer, sob a intendência de Ferreirinha, no campo de acção da equipa de “esperanças”, sensivelmente um ano após esse jogo disputado frente à África do Sul, Manuel Serra veria o seu nome incluído no rol de estrelas a participar num particular agendado frente à França. Nessa partida disputada, a 11 de Novembro de 1959, no Stade Olympique Yves-du-Manoir, o atleta, pela mão de José Maria Antunes e ao lado dos tarimbados Matateu, José Águas e Mário Coluna, alcançaria a sua primeira e única internacionalização “A”. Já nos últimos anos a exibir a camisola do Benfica, Serra perderia alguma da preponderância desportiva de anos anteriores. Porém, mesmo não sendo um dos titulares, a hombridade a representar as “Águias”, levá-lo-ia a ser visto com inegável importância e, nesse sentido, como melhor prémio para a sua nobreza de carácter, ser-lhe-ia entregue a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão. Relevantes seriam igualmente os números da sua experiência ao serviço dos “Encarnados”, os quais, em 9 temporadas passadas na colectividade lisboeta, revelariam um somatório de 146 partidas cumpridas pela equipa principal. Finalmente, falta revelar o percurso feito pelo jogador após a saída do Estádio da Luz e que englobaria as passagens pelo plantel de 1963/64 do Vianense, pelo Sporting da Covilhã de 1964/65 e, como termo da carreira enquanto futebolista, o regresso, na época de 1965/66, ao Atlético do Cacém.

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