1507 - CENINHO


Após a estreia sénior, na temporada de 1950, pelo Siderúrgica, Avatênio Antônio da Costa, popularizado no futebol como Ceninho, manter-se-ia na colectividade de Minas Gerais durante os primeiros anos da carreira. Os bons préstimos do jovem ponta-de-lança, que também podia posicionar-se como interior, levá-lo-iam a ser cobiçado por um dos grandes nomes do futebol brasileiro. Porém, a mudança para o Fluminense em 1953, fá-lo-ia partilhar o balneário com grandes craques, com Didi a assumir-se como um dos principais concorrentes à sua posição. Essa forte competição por um lugar no “onze” faria com que o avançado pouco jogasse nas duas campanhas cumpridas pelo conjunto “carioca” e a época de 1955 apresentá-lo-ia já como atleta do Guarani.
Com uma curta passagem pelo emblema paulista, Ceninho, num regresso ao Rio de Janeiro, prosseguiria a carreira com as cores do América, seguindo-se, segundo algumas fontes, a experiência com o Vasco da Gama. No entanto, o melhor período da sua caminhada competitiva surgiria com a campanha de 1957. Atleta do Vitória, logo no ano da sua chegada à agremiação sediada no Estado da Bahia, o avançado-centro sagrar-se-ia campeão estadual. Ainda assim, apesar do importante título, o grande destaque tinha já acontecido em Janeiro desse ano. Por razão da disputa da Taça Bernardo O’Higgins, a Confederação Brasileira dos Desportos, actual CBF, encomendaria à Federação Baiana de Futebol a convocatória para os embates frente ao Chile e na primeira volta desses encontros, agendada a 15 de Setembro de 1957, o atacante conseguiria 1 internacionalização pelo “Escrete”.
Antes ainda da primeira aventura do avançado pelo estrangeiro, o Internacional de Porto Alegre, nas temporadas de 1958 e de 1959, entraria para o currículo do jogador. De seguida emergiria então essa travessia atlântica e o Sporting de Braga. Com a chegada a Portugal a acontecer na campanha de 1959/60, Ceninho faria parte de um grupo de trabalho que contava para o sector mais ofensivo com Fernando Mendonça, Carlos Baptista, José Maria, José Caraballo, Livinho ou Teixeira. Todavia, mesmo com o entusiasmo causado pela sua contratação, a verdade é que o jogador brasileiro não conseguiria impor-se no futebol dos minhotos. Nesse cenário, já com a época seguinte à da sua chegada em andamento, o atleta decidiria regressar ao país natal – “Viajando pelo transatlântico português "Vera -Cruz" chegou ao Rio há dias o atacante ituiutabano Avatênio Antônio da Costa, o popular Ceninho, que após jogar em várias equipes categorizadas do Rio, foi tentar a sorte em gramados portugueses, contratado pelo Sporting de Braga. Rescindindo o contrato com o clube lusitano por questões pessoais., Ceninho retornou ao Brasil disposto a contrair matrimônio, segundo suas próprias declarações à imprensa carioca. A noiva, pelo que se anuncia, é comerciária na Velhacap e o craque, tão logo resolva sua situação afetiva, voltará à prática do "soccer" disposto a reconquistar um posto numa das equipes cariocas”*.
Ao contrário do projectado no recorte de jornal apresentado no parágrafo anterior, Ceninho, na temporada de 1962, rubricaria um contrato com o Audax Italiano. Após a passagem pelo emblema chileno, o regresso ao Brasil, ainda no decorrer da campanha iniciada com a agremiação de Santiago, encaminhá-lo-ia para uma fase da carreira particularmente prolífera. Nesse sentido, ao representar em 1963 o Cruzeiro do Sul e, nas duas campanhas seguintes, o Rabello, o avançado sagrar-se-ia campeão do Distrito Federal por 3 vezes consecutivas. Para além dos títulos colectivos, mereceriam destaque o prémio de Melhor Marcador no “estadual” brasiliense de 1963 e as chamadas à Selecção do Distrito Federal.
Já com o termo da época de 1965 a assinalar o fim das suas lides de futebolista, a ligação à modalidade manter-se-ia noutras tarefas, nomeadamente como Presidente da Associação de Treinadores de Brasília ou como treinador, com passagens, respectivamente em 1974 e 1976, pelo CEUB e pelo Grêmio Esportivo Brasiliense e ainda, na fase de Apuramento para o Mundial de 1982, a experiência como seleccionador da Indonésia.

NOTA: No "cromo" que ilustra esta publicação estão referencias a uma segunda internacionalização e à passagem pelo S.Bento. Contudo, em mais sítio algum encontrei informações a corroborar estes dados.

*retirado do artigo publicado em “Folha de Ituiutaba”, a 4 de Fevereiro de 1961

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