1506 - AZEVEDO

Seria a campanha 1950/51 a dar a estreia sénior a Manuel Azevedo. Ao serviço do Beira-Mar, o jogador, a cumprir os primeiros anos nos escalões secundários, ainda assim conseguiria o destaque necessário para merecer a atenção de emblemas de outra monta. Observado por José Valdivieso e José Ricardo Domingues, as qualidades do avançado impressionariam os responsáveis do Benfica e a temporada de 1954/55, depois de 4 anos a envergar a principal camisola da colectividade sediada na cidade de Aveiro, tornar-se-ia na época da sua apresentação como reforço do Benfica.
Com o salto para as “Águias”, o atleta, que, preferencialmente jogava a interior ou a extremo, veria a forte concorrência a atrapalhar a sua afirmação. Num plantel com nomes como Caiado, Arsénio, Salvador, Coluna, Palmeiro ou Fialho, Azevedo veria o brasileiro Otto Glória a preferir os colegas em detrimento dos seus préstimos. Nesse sentido, mesmo chamado à equipa principal, onde faria a estreia no Campeonato Nacional, a 16 de Janeiro de 1955, num partida caseira frente ao Vitória Sport Clube, o avançado passaria as 4 temporadas de ligação contratual ao Benfica quase sempre nas pelejas da equipa “b”. Ainda assim, os anos cumpridos pela colectividade lisboeta serviriam para preencher o palmarés pessoal do atacante e ao deixar o Estádio da Luz, o jogador levaria na bagagem os triunfos em 1 Campeonato Nacional e 1 Taça de Portugal.
Curiosamente seria na época de 1957/58, a última com os “Encarnados”, que Azevedo mais vezes conseguiria entrar em campo pelo conjunto principal do Benfica. No entanto, à procura de um maior número oportunidades, o avançado decidiria aceitar o convite do primodivisionário Torreense. Na região Oeste, o atleta destacar-se-ia como um dos melhores do grupo de trabalho sob a alçada de Joseph Szabo. O pior viria com os desempenhos colectivos a ditar a 14ª posição na tabela classificativa da 1ª divisão e com a consequente descida de patamar. Ora, ao querer dar continuidade às contendas entre os “grandes”, o avançado daria seguimento à sua caminhada competitiva ao serviço do Vitória Sport Clube. Em Guimarães, como um elemento forte fisicamente e com uma técnica acima da média, o jogador, orientado pelo uruguaio Humberto Buchelli, mesmo sem conseguir ser titular indiscutível durante os desafios agendados para 1959/60, voltaria a recuperar algum do elã perdido em anos anteriores. Já o lugar no “onze” conquistá-lo-ia, em definitivo, na campanha seguinte e, sob a alçada de Artur Quaresma, seria peça fulcral na 4ª posição alcançada no Campeonato Nacional, à altura um recorde para a formação minhota.
De forma surpreendente, Azevedo, que até tinha sido totalista no Campeonato, deixaria a “Cidade Berço” para regressar ao Beira-Mar. De volta a Aveiro, dessa feita num contexto primodivisionário, o avançado manter-se-ia como um elemento preponderante no desenho táctico da equipa. Seguir-se-ia, logo na campanha seguinte, a mudança para o Leixões de 1962/63, onde voltaria a encontrar-se com a antiga estrela vimaranense Edmur e onde contribuiria para outro record classificativo, ou seja, o 5º lugar do conjunto de Matosinhos no degrau maior do futebol luso.
Daí em diante, o seu trajecto competitivo manter-se-ia errante, mormente nos escalões secundários e com o avançado a passar pelo Famalicão e de seguida a voltar ao Beira-Mar. Mais uma vez no emblema de Aveiro, com agremiação a tornar-se na mais representativa da sua carreira, o avançado contribuiria para o regresso da colectividade à 1ª divisão, fazendo com que a temporada de 1965/66, mais uma vez a trabalhar sob o comando de Artur Quaresma, fosse a última disputada por si no escalão máximo. Para terminar, surgiria ao seu caminho o Alba e o fim da caminhada enquanto futebolista, com o termo da campanha de 1967/68.

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