1456 - JOSÉ MARIA

José Maria Azevedo terminaria o período formativo ao serviço do Sporting de Braga para, sem abandonar o emblema minhoto, passar a participar nas pelejas pertenças das competições seniores. Nesse contexto, a estreia na principal equipa dos “Guerreiros” aconteceria na temporada de 1955/56, mais especificamente na 11ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª divisão, num triunfo por 4-2 frente ao Vitória Futebol Clube. Daí em diante, o defesa-direito passaria a configurar-se como um dos preferidos do argentino Mário Imbelloni, à altura o treinador-jogador dos bracarenses. Porém, mesmo com a mudança de técnicos, o atleta conseguiria, ao longo dos anos, consolidar-se como um dos titulares da equipa e esse estatuto tornar-se-ia num dos primeiros factos para que passasse a ser tido como um dos grandes ícones da história da colectividade da “Cidade dos Arcebispos”.
Apesar dos primeiros passos como sénior terem acontecido na disputa da 1ª divisão, a verdade é que essa sua época de estreia terminaria com a agremiação minhota na 14ª posição da tabela classificativa do Campeonato Nacional e com a correspondente descida do Sporting de Braga. No entanto, para sorte do atleta e dos seus companheiros de balneário, onde destaco o internacional Ezequiel Baptista ou os irmãos Jorge Mendonça, João Mendonça e Fernando Mendonça, a experiência nos panoramas secundários seria curta e a campanha de 1957/58 marcaria o regresso de José Maria aos principais palcos do futebol português.
Ao cumprir imensos anos com a camisola “arsenalista”, o jogador, sempre como um dos pilares das estratégias tácticas, ajudaria a escrever momentos de inolvidável importância na existência da sua equipa. Depois de nova descida, de alguns anos afastado do convívio com os “grandes” e de, na época de 1963/64, ter participado na conquista da 2ª divisão, seria o fim da campanha de 1965/66 a dar ao currículo do defesa a entrada de maior monta na sua carreira. Com o Sporting de Braga a avançar na Taça de Portugal, o emblema minhoto chegaria ao derradeiro jogo da competição. No Estádio Nacional, com Rui Sim-Sim, depois da saída do argentino José Valle, a assumir o comando técnico do grupo de trabalho, José Maria seria chamado ao “onze” a enfrentar o Vitória Futebol Clube e, desse modo, consumado o triunfo por 1-0, contribuiria para que os “Guerreiros” saíssem do Jamor com o almejado troféu.
Outro dos momentos de enorme importância no seu trajecto competitivo viria na sequência da vitória na “Prova Rainha”. Com o Sporting de Braga a estrear-se nas competições organizadas pela UEFA, seria a Taça dos Vencedores das Taças a apadrinhar esse arranque no cenário continental. Com o sorteio a ditar ao emblema luso o AEK de Atenas como o primeiro adversário, José Maria seria chamado por Fernando Caiado para o embate frente ao emblema helénico. Dando razão ao seu estatuto de titular, o defesa, nos embates seguintes, continuaria a ser chamado pelo referido treinador. Depois de ajudar a eliminar a colectividade da capital grega, o atleta ainda participaria na 1ª mão da eliminatória frente ao Vasas Gyor. Contudo, ao contrário da ronda anterior, a sorte sorriria ao agremiado húngaro.
Numa caminhada competitiva que iria prolongar-se até à temporada de 1970/71, José Maria tornar-se-ia num símbolo de entrega e paixão pelo clube. Ao cumprir 17 épocas com as cores do Sporting de Braga, o defesa-direito acabaria por entrar em campo em 409 partidas oficiais pela colectividade sediada no Minho. Tal quantidade de desafios disputados, número elevado em qualquer contexto, configurá-lo-ia, não só como um dos notáveis do emblema nortenho, mas como o recordista de jogos feitos com a camisola dos “Guerreiros”.

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