1520 - HERCULANO

Natural da cidade de Setúbal, Herculano do Carmo Santos Oliveira terminaria o percurso formativo nas “escolas” do Vitória Futebol Clube. Aliás, seria igualmente nos “Sadinos” que o jovem jogador, chamado pelo técnico argentino Óscar Montez, daria os primeiros passos como sénior. Porém, com o clube, na temporada de 1960/61, a militar na 2ª divisão, o defesa teria ainda de aguardar algumas campanhas para conseguir estrear-se no escalão máximo. Entretanto, em 1961/62, puxado para o alinhamento inicial pelo treinador Filpo Núñez, o atleta acrescentaria ao currículo pessoal a primeira presença na final da Taça de Portugal. No Estádio Nacional, ao lado de Mourinho Félix, Jaime Graça, José Dimas, Polido ou Alfredo Moreira, o conjunto setubalense não conseguiria derrotar o Benfica e o desejado troféu partiria em direcção à Luz.
Finalmente, a época de 1962/63 traria o degrau maior do futebol luso ao caminho de Herculano. Em abono da verdade, não seria a campanha referida no início deste parágrafo a permitir ao defesa a estreia entre os “grandes”. Quase sem jogar, a única partida efectuada pelo jogador na equipa principal seria, no âmbito da disputa da Taça dos Vencedores das Taças, a agendada frente aos gauleses do Saint-Étienne. Nesse sentido, o arranque do seu percurso na 1ª divisão aconteceria apenas no decorrer de 1963/64 e pela mão do treinador Francisco Reboredo. No entanto, essa ´temporada, muito mais do que encetar a sua caminhada primodivisionária, possibilitaria ao atleta a conquista de um lugar no “onze” inicial.
Daí em diante, quase sempre como titular, Herculano cimentar-se-ia como um dos nomes mais conceituados do grupo de trabalho do Vitória Futebol Clube. Aferido como um dos pilares da equipa sediada na cidade de Setúbal, ao trajecto do jogador chegaria a segunda final da Taça de Portugal. Nessa edição de 1964/65, mais uma vez calharia aos “Sadinos” defrontar o Benfica. Contudo, o fado do embate seria diferente ao anteriormente mencionado e a sorte chegar-se-ia ao listado verde e branco. O defesa, chamado à peleja por Fernando Vaz, seria assim de fulcral importância para o desfecho do jogo disputado no Estádio Nacional e o “placard” final, a assinalar 3-1, entregaria ao palmarés do atleta a vitória na apelidada “Prova Rainha”.
A sublinhar uma das épocas áureas da história do Vitória Futebol Clube, Herculano seria um dos intérpretes de mais 3 chegadas à final da Taça de Portugal. Todas elas consecutivas, o agremiado setubalense, a somar ao já aludido triunfo frente ao Benfica, disputaria ainda, respectivamente frente ao Sporting de Braga, Académica e FC Porto, as decisivas partidas de 1965/66, de 1966/67 e de 1967/68. Já o defesa falharia o encontro correspondente à derrota frente ao conjunto minhoto. Por outro lado, compareceria nas duas partidas restantes. Com tais presenças, para além do desafio perdido com os “Dragões”, o jogador entraria no alinhamento a opor o seu emblema aos “Estudantes” e, ao contribuir para a vitória por 3-2, somaria mais um troféu ao trajecto competitivo.
No que respeita ao resto da sua carreira, Herculano manter-se-ia ligado ao Vitória Futebol Clube até ao termo da temporada de 1969/70. Antes ainda do fim da longa relação, o jogador participaria na brilhante campanha do emblema setubalense na edição de 1968/69 da Taça das Cidades com Feira, onde o colectivo português atingiria os quartos-de-final. Depois de deixar a sua cidade natal, o defesa decidiria ter tempo para mais uma campanha e seria um ano após a chegada ao Vitória Sport Clube que viria a “pendurar as chuteiras”.

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