1670 - FEBRAS

Descoberto enquanto atleta das camadas de formação do Cracks de Lamego, Jorge Manuel Ribeiro Cardoso, popularizado pelo nome Febras, alcunha que ganharia por razão do talho do pai, cedo chegaria a Coimbra. Como juvenil da Académica, o jovem avançado partilharia o balneário com Sérgio Conceição. Nesse trilhar de caminho, alguns anos mais tarde chegaria a altura de transitar para o escalão sénior. No entanto, a forte concorrência por um lugar no ataque da “Briosa”, que contava com nomes como Lewis, empurrá-lo-ia, em 1992/93, para um empréstimo ao serviço da Naval 1º de Maio. Os 2 anos cumpridos na Figueira da Foz, respectivamente passados nas disputas do 3º escalão e da 2 divisão “B”, serviriam para sublinhar o seu valor. Já o regresso aos “Estudantes” dar-se-ia em 1994/95 e apesar das boas prestações, o início da temporada seguinte não surgiria sem uma pequena polémica – “Lembro-me de ter sido o melhor marcador da equipa, em 1994/95, e na época seguinte o treinador Vieira Nunes me querer emprestar. Até hoje, nunca percebi porque tinham essa intenção e disse-lhes que preferia sair de vez do que ser emprestado. Acabei por ficar e por regressar aos golos num jogo em que só fui convocado porque os outros avançados estavam lesionados. Nunca mais saí da equipa, nem com o treinador Eurico Gomes, nem com Vítor Oliveira”*.
Ao manter-se com as cores da “Briosa”, Febras tornar-se-ia numa das peças da caminhada que, em 1997/98, levaria a Académica de Coimbra a retornar aos cenários primodivisionários. Apesar da época periclitante em termos colectivos, a ampla utilização do atacante mantê-lo-ia como um valor seguro do plantel. Conseguida a manutenção na campanha de regresso ao convívio como os “grandes”, a época seguinte também viria a tornar-se numa árdua provação. Porem, pior do que os desempenhos do grupo de trabalho, a fraca utilização do atacante levá-lo-ia a ser empurrado para um novo empréstimo. Nesse sentido, a meio da época de 1998/99, o jogador acabaria por ser apresentado como reforço do Gil Vicente. Os meses no emblema sediado na cidade de Barcelos, passados nas contendas da divisão de Honra, serviriam para justificar um novo regresso. Todavia, com a descida dos “Estudantes” a manter o atleta nas disputas do patamar secundário, o ano sob as ordens de Carlos Garcia não seria, de todo, proveitoso e o termo da temporada 1999/00 transformar-se-ia no fim da sua ligação com a agremiação beirã.
Daí em diante, em definitivo longe do patamar maior do futebol luso, o avançado encetaria um périplo a levá-lo a diferentes clubes e até a uma curta experiência no estrangeiro. Académico de Viseu, Lousada, Vizela e os malaios de um Sabah FA orientado por José Garrido, antecederiam o regresso a Portugal e, mais uma vez, ao Lousada. Por fim, com Febras a escrever o último capítulo da carreira, a única presença sénior do jogador numa colectividade da sua terra natal e o plantel de 2006/07 do Sporting de Lamego a encerrar a caminhada do atacante enquanto futebolista.
“Penduradas as chuteiras”, Febras ainda voltaria a ligar-se à modalidade e como treinador trabalharia para colectividades como o Sporting de Lamego, Moimenta da Beira ou Sampedrense.

*retirado do artigo a 7/11/2013, em www.record.pt

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