Ou porque o equipamento ficava muito grande ou porque os dirigentes o confundiam com um juvenil, que desde cedo ficou habituado às muitas piadas sobre a sua estatura. Porém, do alto do seu 1,56m, Rui Barros sempre soube agigantar-se. Fê-lo durante os empréstimos ao Sporting da Covilhã e ao Varzim; fê-lo, principalmente, durante o ano de estreia pelos seniores do FC Porto.
Com uma velocidade estonteante e um "dribble" igualmente frenético, as suas qualidades rapidamente haveriam de pô-lo nas contas do técnico Tomislav Ivic. Que interessava que o grupo de trabalho fosse o que, meses antes, em Viena, tinha conseguido levantar a Taça dos Clubes Campeões Europeus? Nada! O jovem futebolista, sem grandes dificuldades, ombreava com os demais craques. As importantes disputas em nada pareceram tolhê-lo. Já a prova cabal da sua valia, veio com a primeira mão da Supertaça Europeia. Frente ao Ajax, na partida de Amesterdão, bastaram 5 minutos para que marcasse. Com a equipa oponente adiantada no campo, Rui Barros correu com a bola cerca de 50 metros, fintou o guarda-redes Menzo à entrada da área, passou por outro adversário e concretizou o golo com que os “Dragões” bateram o conjunto holandês.
Ao derrotar a "pressão alta" dos holandeses, Rui Barros ajudou o FC Porto a vencer no campo e, com uma exibição notável, ganhou também a admiração dos jornalistas. Nessa noite consideraram-no “impossível de travar, como Maradona, mas duas vezes mais rápido"*. Por conta da comparação com o “astro” argentino, ou não, a verdade é que no Verão de 1988, o avançado entrou nos planos da Juventus. Com uma recepção apoteótica, milhares de adeptos ovacionaram-no à chegada a Turim. Depressa mostrou a razão pela qual tinha sido contratado. Logo na primeira oportunidade, a “Formiga Atómica”, apelido posto pelos “tiffosi” da “Vecchia Signora”, catapultou a equipa transalpina para uma estrondosa vitória por 5-1. Tal como nessa partida frente ao Vicenza, onde 3 assistências suas resultaram num “hat-trick” de Altobelli, o internacional português, nas 2 temporadas seguintes, manteve-se como um dos mais importantes intérpretes das conquistas colectivas. Porém, tal facto não convenceu os dirigentes do clube italiano – "Nem o vejo da bancada VIP. Nunca mais teremos jogadores tão pequenos no plantel"**.
Rui Barros vestiu pela última vez a camisola da Juventus, na mesma noite em que levantou a Taça UEFA de 1990. Seguiu-se o Campeonato gaulês. Com a sua preciosa ajuda, também o AS Monaco atingiu uma final europeia. A derradeira partida da edição de 1991/92 da Taça dos Vencedores das Taças, disputou-se em Lisboa, no Estádio da "Luz". Contudo, nem a jogar no seu país, nem a astucia de Arsène Wenger, ou mesmo a companhia de George Weah, conseguiram com que o avançado repetisse a vitória de dois anos antes. Ainda em França, com Paulo Futre a fazer-lhe companhia no balneário, representou o Marseille. Um ano após ingressar no conjunto sediado à beira do Mar Mediterrâneo, marcou a viagem de volta ao FC Porto. Em boa hora o fez, pois o regresso a Portugal permitiu-lhe participar num dos grandes marcos da história dos "Dragões", a conquista do "Penta".
*retirado do Livro “100 Figuras do Futebol Português” (A Bola), António Simões e Homero Serpa, 1996
**adenda feita em 2012, com texto retirado do livro “101 Cromos da Bola” (Lua de Papel), Rui Miguel Tovar, 2012
Com uma velocidade estonteante e um "dribble" igualmente frenético, as suas qualidades rapidamente haveriam de pô-lo nas contas do técnico Tomislav Ivic. Que interessava que o grupo de trabalho fosse o que, meses antes, em Viena, tinha conseguido levantar a Taça dos Clubes Campeões Europeus? Nada! O jovem futebolista, sem grandes dificuldades, ombreava com os demais craques. As importantes disputas em nada pareceram tolhê-lo. Já a prova cabal da sua valia, veio com a primeira mão da Supertaça Europeia. Frente ao Ajax, na partida de Amesterdão, bastaram 5 minutos para que marcasse. Com a equipa oponente adiantada no campo, Rui Barros correu com a bola cerca de 50 metros, fintou o guarda-redes Menzo à entrada da área, passou por outro adversário e concretizou o golo com que os “Dragões” bateram o conjunto holandês.
Ao derrotar a "pressão alta" dos holandeses, Rui Barros ajudou o FC Porto a vencer no campo e, com uma exibição notável, ganhou também a admiração dos jornalistas. Nessa noite consideraram-no “impossível de travar, como Maradona, mas duas vezes mais rápido"*. Por conta da comparação com o “astro” argentino, ou não, a verdade é que no Verão de 1988, o avançado entrou nos planos da Juventus. Com uma recepção apoteótica, milhares de adeptos ovacionaram-no à chegada a Turim. Depressa mostrou a razão pela qual tinha sido contratado. Logo na primeira oportunidade, a “Formiga Atómica”, apelido posto pelos “tiffosi” da “Vecchia Signora”, catapultou a equipa transalpina para uma estrondosa vitória por 5-1. Tal como nessa partida frente ao Vicenza, onde 3 assistências suas resultaram num “hat-trick” de Altobelli, o internacional português, nas 2 temporadas seguintes, manteve-se como um dos mais importantes intérpretes das conquistas colectivas. Porém, tal facto não convenceu os dirigentes do clube italiano – "Nem o vejo da bancada VIP. Nunca mais teremos jogadores tão pequenos no plantel"**.
Rui Barros vestiu pela última vez a camisola da Juventus, na mesma noite em que levantou a Taça UEFA de 1990. Seguiu-se o Campeonato gaulês. Com a sua preciosa ajuda, também o AS Monaco atingiu uma final europeia. A derradeira partida da edição de 1991/92 da Taça dos Vencedores das Taças, disputou-se em Lisboa, no Estádio da "Luz". Contudo, nem a jogar no seu país, nem a astucia de Arsène Wenger, ou mesmo a companhia de George Weah, conseguiram com que o avançado repetisse a vitória de dois anos antes. Ainda em França, com Paulo Futre a fazer-lhe companhia no balneário, representou o Marseille. Um ano após ingressar no conjunto sediado à beira do Mar Mediterrâneo, marcou a viagem de volta ao FC Porto. Em boa hora o fez, pois o regresso a Portugal permitiu-lhe participar num dos grandes marcos da história dos "Dragões", a conquista do "Penta".
*retirado do Livro “100 Figuras do Futebol Português” (A Bola), António Simões e Homero Serpa, 1996
**adenda feita em 2012, com texto retirado do livro “101 Cromos da Bola” (Lua de Papel), Rui Miguel Tovar, 2012