
Num conjunto que contava com Poborsky na direita, muitos, ao verem a equipa coxa na ala canhota, pensaram na chegada de Sabry como capaz de trazer algum equilíbrio ao ataque benfiquista. De início, a contratação ainda serviu para alimentar tal ilusão. É que, para além de um currículo onde pontuava a vitória na CAN de 1998, o atacante começou por deliciar o público com estonteantes fintas ou com livres-directos certeiros, como aquele marcado a Peter Schmeichel, aos 88 minutos do “derby” disputado em Alvalade e que, ao provocar a derrota do Sporting, adiaria os festejos do título leonino de 1999/00 para a derradeira jornada.
O pior veio depois! Já com José Mourinho a orientar o Benfica, a falta de concentração demonstrada em campo, que, para além de fazer o avançado perder muitos lances, o levava, demasiadas vezes, a ser apanhado em fora-de-jogo, fizeram o treinador português afastá-lo das suas opções. Para juntar a todas as falhas relatadas, episódios como o de Paços Ferreira, em que, como lembrou técnico, “demorou oito minutos a ajustar as caneleiras antes de entrar em campo”*, ditaram o seu fim na “Luz”.
Por Portugal andou mais uns anos, onde, por empréstimo das “Águias” e sem conseguir justificar o regresso à “casa-mãe”, ainda representou o Marítimo e o Estrela da Amadora. Já a carreira terminou-a a rondar os 36 anos, já de volta ao seu país, e onde, por razão de não ter cumprido o Serviço Militar Obrigatório, acabou “forçado” a representar o emblema do Exército, o modesto El Geish!
*retirado do artigo publicado em https://www.record.pt, a 11/11/2000