430 - PEDRO ROMA

Apesar de passagens por outros clubes, a carreira de Pedro Roma estará, para sempre, relacionada com a Académica. Passou muitos anos a defender a baliza da "Briosa". No entanto, o que o destacou foi o facto de ter conseguido personificar aquela que é a verdadeira mística dos de Coimbra, o "atleta-estudante" - "Posso confidenciar, e parece modéstia, mas para mim, além daquelas defesas que valeram pontos, permanências sofridas na primeira Liga, «frangos», jogos inesquecíveis, a maior delas todas foi ter conseguido terminar a minha licenciatura".
Foi na Académica que, como futebolista, acabou a sua formação. Depois de um empréstimo inicial à Naval, a volta à "casa-mãe" revelou, na segunda temporada após o seu regresso (1991/92), um guardião superior. Apesar da dita época ter sido passada no segundo escalão, o Benfica, certo das qualidades da jovem promessa, decide nele apostar. Como é óbvio, com concorrentes como Neno ou Silvino, as oportunidades não se perspectivavam as melhores. Se foi esta, ou não, a sua espectativa, não saberemos. Certo é que poucas vezes jogou. Ainda assim, segundo o próprio, "Guardo boas recordações do Benfica. É um marco importante, em qualquer profissional, uma passagem pelo Benfica. É pena que as coisas não me tenham corrido de uma forma positiva, mas é um marco que vou guardar para o resto da minha vida".
Sem espaço no "plantel dos "Encarnados", Pedo Roma começa um périplo de empréstimos que o levaria ao Gil Vicente, Académica e Famalicão. O regresso em definitivo à cidade do Mondego, deu-se em 1996/97 e logo para uma temporada que marcaria, quase uma década depois, a subida da Académica ao escalão máximo do futebol nacional. Seguiram-se 14 temporadas que fizeram dele, muito para além do guarda-redes mais utilizado de sempre pelos "Estudantes", um dos históricos do clube - "Foram 20 anos, muitos jogos - quase 400 -, mais de uma centena deles em que tive a suprema honra de ser capitão de equipa. Como o foram antes Alberto Gomes, Mário Wilson, Bentes, Gervásio, Tomás e Miguel Rocha e tantas outras figuras do imaginário Briosa ao longo de décadas. Nunca me imaginei ao pé de homens tão ilustres. Não dá para equacionar a honra que se sente e simultaneamente a responsabilidade que nos pesa sobre os ombros".
Foi com quase 40 anos que Pedro Roma decidiu pôr um ponto final na sua carreira. Começou, então, a sua vida de treinador de guarda-redes que, depois dos primeiros anos na Académica, o levou às camadas jovens da selecção nacional.

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