1379 - VÍTOR MANUEL

Apesar de emergir dos patamares de formação do Marinhense, a evolução de Vítor Manuel dentro de campo depressa abriria ao avançado outras portas. Antes ainda da subida a sénior, o atacante, resultado das promissoras virtudes, seria chamado aos trabalhos das jovens equipas sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. No escalão agora conhecido como sub-18, a 11 de Novembro de 1968, o jogador faria a estreia com a “camisola das quinas”, numa partida frente à França. Ao lado de atletas como Carolino, Nicolau Vaqueiro, Jacinto, entre outros, o atacante daria o passo que o levaria, entre o já referido patamar e as “esperanças”, a conseguir, para a sua carreira, um total de 5 internacionalizações.
No que diz respeito ao percurso clubístico, Vítor Manuel, com a promoção aos seniores a acontecer na temporada de 1969/70, desde muito cedo começaria a ser assediado por agrupamentos de outra monta. Ao resistir aos apelos de uma mudança de emblema, o avançado prolongaria a sua estadia pela agremiação sediada na Marinha Grande por mais anos do que a sua qualidade deixaria adivinhar. Sempre na disputa da 2ª divisão, o avançado, ainda assim, viveria alguns momentos emotivos. Nessa senda, destacar-se-ia a campanha que quase levaria o conjunto da “Cidade do Vidro” à promoção ao escalão maior. No entanto, num colectivo com alguns elementos de tradição primodivisionária, casos de Florival, Carlos Pinho ou Naftal, a presença na Liguilha de 1970/71 não daria à colectividade a tão almejada subida.
Só na temporada de 1977/78 é que Vítor Manuel cambiaria de rumo futebolístico. Sem deixar a 2ª divisão, a mudança para a União de Leiria abrir-lhe-ia as portas há muito prometidas. Depois de realizar uma boa campanha ao serviço do emblema da “Cidade do Lis”, o avançado veria o Sporting a endereçar-lhe um convite. Irrecusável, o desafio levá-lo-ia a entrar em Alvalade na época de 1978/79. Porém, numa equipa que, para o sector ofensivo, contava com elementos como Manuel Fernandes, Keita, Manoel ou Jordão, as oportunidades dadas por Milorad Pavic nunca permitiriam ao atacante afirmar-se como um dos mais utilizados pelo treinador jugoslavo. Ainda assim, a sua experiência com os “Leões” não seria de avaliação negativa. Para além da estreia nas competições sob a alçada da UEFA, aos 2 jogos feitos na Taça dos Clubes Vencedores das Taças, o jogador ainda somaria, entre a Taça de Portugal e Campeonato Nacional, outras 16 partidas.
O passo seguinte encaminhá-lo-ia até ao Minho. Em Guimarães, com as cores do Vitória Sport Clube, Vítor Manuel cumpriria aquela que, atrevo-me a dizer, terá sido uma das melhores campanhas por si realizadas. Sob o comando de Mário Imbelloni e posteriormente treinado por Cassiano Gouveia, o avançado, numa linha ofensiva também composta por Joaquim Rocha e Mundinho, conseguiria ser um dos mais utilizados pelo emblema da “Cidade Berço”. Curiosamente, com o termo dessa temporada de 1979/80, dar-se-ia o regresso do atleta ao União de Leiria. De volta à Beira Litoral, às épocas seguintes, à excepção da de 1981/82, seriam passadas no segundo escalão e com a última campanha referida a tornar-se na derradeira do avançado entre os “grandes”.
Com um interregno a levá-lo, na temporada de 1983/84 até ao Desportivo de Chaves, a ligação com o União de Leiria terminaria com a campanha de 1985/86. De seguida, Vítor Manuel regressaria àquele que seria o emblema mais representativo da sua caminhada enquanto futebolista e, de novo a envergar a camisola do Marinhense, a sua carreira de praticante terminaria na época de 1987/88.

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